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Conhecimento Ciências e Realidade

Por:   •  24/3/2023  •  Trabalho acadêmico  •  704 Palavras (3 Páginas)  •  52 Visualizações

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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

CCS - Centro de Ciência da Saúde

Disciplina: Conhecimento, Ciência e Realidade

Docente: Eduardo Neves Rocha de Brito

Discentes: Laís de Oliveira Milagres

 

 20/07/2022

                                                    AVALIAÇÃO 3

 

Questão 1 – Demonstre como as Ciências Modernas podem construir, afirmar ou reforçar as desigualdades sociais.

   O precedente do nascimento das Ciências Modernas foi o Renascimento, movimento de elites da Idade Moderna cujo foco foi o antropocentrismo e valorização da racionalidade. Nesse recorte histórico já é possível se perceber a influência das esferas de poder e sociais nas ciências, dado a presença dos mecenas, indivíduos ricos que protegeram artistas, homens de letras ou de ciências, proporcionando recursos financeiros. A partir daí, o princípio da imparcialidade e objetividade da ciência já enfrenta o obstáculo de ter que beneficiar uma camada da população, aquela que patrocina seus produtores.

     As Ciências Modernas são pautadas na articulação do método da observação e experimentação bem como na produção de aparatos tecnológicos capazes de manipular a natureza. Por conseguinte, é inegável seu papel na construção da realidade social, dado que a realidade é construída a partir dos acordos das comunidades humanas, que produzem o saber de que precisam e distribuem esse conhecimento entre seus membros. Diante disso, surge uma hierarquização desses saberes, na qual há a supervalorização de alguns em detrimento de outros. Nesse contexto, adentra o paradigma dominante teorizado pelo sociólogo Boaventura de Souza Santos (2010), no qual as ciências naturais carregam consigo o peso de verdade absoluta, muitas vezes às custas das ciências humanas, preterindo os problemas e particularidades dessas comunidades e por conseguinte, reforçando as desigualdades sociais.

 Para além disso, “as forças naturais não são criadas pelo ser humano, mas a maneira de percebê-las, de interpretá-las e de estabelecer relações com elas, sim” (DUARTE JÚNIOR, 1984, p.13). Nesse sentido, o mito da imparcialidade na produção da ciência é evidenciado pelos usos das forças da natureza para servir propósitos capitalistas, geopolíticos e das classes ricas. As relações com a natureza e suas descobertas possuem um essencial papel na evolução e enriquecimento de uma nação, mas no jogo de poderes capitalistas nem sempre o uso delas foi benéfico. Exemplo disso foram as Guerras Mundiais, períodos de enormes avanços científicos pelos propósitos menos nobres possíveis de se derrotar inimigos, como as bombas atômicas. Portanto, no contexto dos lucros e patrocínios as Ciências Modernas tendem a se desviar pelo caminho de contribuir na construção das desigualdades na sociedade, sendo esse um viés da crise do paradigma dominante.

      No que respeita às condições sociais da crise do paradigma dominante (...) é notório que a industrialização possui compromisso com os centros de poder econômico, social e político, os quais definem as prioridades da ciência. Por fim, Boaventura de Souza Santos ainda salienta dois efeitos principais oriundos da industrialização da ciência, com a proletarização de inúmeros cientistas, e a investigação capital-intensivista, que tornou impossível o livre acesso a equipamentos, aumentando o fosso de desenvolvimento científico entre países ricos e pobres. (BERTOTTI, 2014, p.285)

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