TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Raiva Humana E Peste Bubonica

Ensaios: Raiva Humana E Peste Bubonica. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  30/10/2013  •  4.405 Palavras (18 Páginas)  •  833 Visualizações

Página 1 de 18

Peste no Brasil

A peste, doença transmitida por roedores silvestres, atualmente está restrita a algumas áreas serranas ou de planalto, principalmente na região Nordeste, sendo geralmente associada com o cultivo e a armazenagem de grãos. Nessa região, os últimos casos foram registrados no ano 2000, restritos ao Estado da Bahia. As atividades permanentes de vigilância sobre os roedores, com captura e exames de laboratório para detectar a infecção, têm possibilitado a manutenção e o aprofundamento da situação de controle, sendo sua ocorrência restrita à forma bubônica. A mortalidade por essa doença praticamente inexiste atualmente no país, com apenas um óbito registrado em toda a década de 1990.

Peste

É uma doença pulmonar ou septicêmica, infectocontagiosa, provocada pela bactéria yersínia pestis, que é transmitida ao homem pela pulga através do rato-preto. A pandemia mais conhecida da doença ocorreu no fim da idade média, ficando conhecida como Peste Negra, quando dizimou 1/3 da população Europeia na época.

O primeiro investigador a considerar a Peste Negra uma doença infecciosa foi Rhases, um médico árabe no século X. A peste bubônica é uma doença primariamente de roedores: (ratos, ratazanas, coelhos, marmotas, esquilos). Espalha-se entre eles por contato direto ou pelas pulgas, e frequentemente e fatal.

Aspectos clínicos e epidemiológicos

Descrição

A Peste se manifesta sob três formas clínicas principais: bubônica, septicêmica e pneumônica. A bubônica ou ganglionar varia desde formas ambulatoriais, que apresentam adenopatia com ou sem supuração, até formas graves e letais. As formas graves têm início abrupto, com febre alta, calafrios, cefaleia intensa, dores generalizadas, anorexia, náuseas, vômitos, confusão mental, congestão das conjuntivas, pulso rápido e irregular, taquicardia, hipotensão arterial, prostração e mal-estar geral. Após 2 ou 3 dias, aparecem as manifestações de inflamação aguda e dolorosa dos gânglios linfáticos da região que foi o ponto de entrada da bactéria (bubão pestoso), onde a pele fica brilhosa, distendida, vermelho-violácea, com ou sem hemorragias e necrose. São bastante dolorosas e fistulizam com drenagem de secreção purulenta. A forma septicêmica primária cursa com bacilos no sangue, ocasionando febre elevada, hipotensão arterial, grande prostração, dispneia, fácies de estupor e hemorragias cutâneas – às vezes serosas e mucosas e até nos órgãos internos. Coma e morte no fim de dois ou três dias, se não houver tratamento. Geralmente, a Peste septicêmica aparece na fase terminal da Peste bubônica não tratada. A forma pneumônica pode ser primária ou secundária a Peste bubônica ou septicêmica por disseminação hematogênica. É a forma mais grave e perigosa da doença, por seu quadro clínico e alta contagiosidade, podendo provocar epidemias explosivas. Inicia-se com quadro infeccioso grave, de evolução rápida (febre muito alta, calafrios, arritmia, hipotensão, náuseas, vômitos, astenia, obnubilação). Depois, surge dor no tórax, respiração curta e rápida, cianose, expectoração sanguinolenta ou rósea, fluida, muito rica em bactérias. Surgem fenômenos de toxemia, delírio, coma e morte, se não houver instituição do tratamento precocemente.

Agente Etiológico

Yersínia pestis, cocobacilo gram-negativo, com coloração mais acentuada nos polos (bipolar).

Reservatórios

Roedores silvestres e sinantrópicos (Rattus, Mus. musculus) e os logomorfos (coelhos e lebres).

Vetores

Pulgas infectadas: Xenopsylla cheopis, Ctenocephalides canis (parasito do cão), Polygenis bohlsi Jordani Epolygenis tripus (de roedores silvestres), Leptopsylla segnis (parasito do Mus. musculus), dentre outros.

Modo de Transmissão

A peste nos humanos é uma típica zoonose, causada pelo contato com roedores infectados. As pulgas dos roedores recolhem a bactéria do sangue dos animais infectados, e quando estes morrem, procuram novos hospedeiros. Entretanto a bactéria multiplica-se no intestino da pulga. Cães, gatos e seres humanos que podem ser infectados, quando a pulga liberta bactérias na pele da vítima. A Y. pestis entra então na linfa através de feridas ou microabrasões na pele, como a da picada da pulga.

Outra forma de infecção é por inalação de gotas de líquido de espirros ou tosse de indivíduo doente

Período de Incubação

De 2 a 6 dias, ou de 1 dia para a Peste Pneumônica primária.

Período de Transmissibilidade

As pulgas permanecem infectadas durante vários dias e até meses. A Peste Bubônica não é transmitida de pessoa a pessoa, exceto se houver contato com secreção de bubão supurado. A Peste Pneumônica é altamente transmissível de pessoa a pessoa e seu período de transmissibilidade começa com o início da expectoração, permanecendo enquanto houver bacilos no trato respiratório. Esse período depende, também, do tratamento da doença.

Complicações

Choque séptico, insuficiência respiratória aguda.

Diagnóstico

Suspeita Clínica-epidemiológica e Exames específicos

Bacteriológicos: bacterioscopia, cultura, hemocultura, provas bioquímicas (secreções colhidas do bubão escarram exsudato orofaríngeo, sangue, fragmento de vísceras).

Sorológicos: hemaglutinação passiva, Dot-Elisa e imunofluorescência direta.

Diagnóstico Diferencial

Adenites regionais supurativas, linfogranuloma venéreo, septicemias, pneumonias, forma bubônica da leishmaniose tegumentar americana.

Tratamento

Instituição precoce (se possível, nas primeiras 15 horas do início dos sintomas) de antibiótico ou quimioterápico, sem aguardar resultado de exames laboratoriais.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (30.7 Kb)  
Continuar por mais 17 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com