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Sistema Endócrino: Glândulas Endócrinas, Seus Hormônios E ações ; Ciclo Ovariano E Distúrbios Causados Pelo Mau Funcionamento Do pâncreas.

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Por:   •  14/1/2014  •  3.754 Palavras (16 Páginas)  •  2.527 Visualizações

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Glândulas Endócrinas: seus hormônios e ações.

As funções do organismo são reguladas por dois grandes sistemas de controle: o

sistema nervoso e o sistema hormonal ou endócrino. Em geral, o sistema hormonal está relacionado principalmente ao controle das diferentes funções metabólicas do organismo, como o controle da velocidade das reações químicas nas células ou o transporte de substâncias através das membranas celulares ou outros aspectos do metabolismo celular, como crescimento e secreção. Alguns efeitos hormonais ocorrem em questão de segundos, enquanto outros necessitam de vários dias para se manifestar, embora persistam por semanas, meses ou até mesmo anos. Existem muitas inter-relações entre o sistema hormonal e o sistema nervoso. Por exemplo, pelo menos duas glândulas secretam seus hormônios quase exclusivamente em resposta a estímulos neurais apropriados: a medula supra-renal e a hipófise. Por sua vez, os diferentes hormônios hipofisários controlam a secreção da maioria das outras glândulas endócrinas.

Dentre as glândulas endrócrinas nós temos: hipófise, glândula pineal, glândula tireóide, glândulas paratireóide, timo, glândulas supra-renais, pâncreas, ovários, testículo, placenta.

Dentre os hormônios que encontramos no lobo anterior da hipófise estão: Hormônios do crescimento: promove o crescimento de quase todas as células e tecidos do organismo, a corticotropina: provoca a secreção de hormônios córticosupra-renais pelo córtex supra-renal, o hormônio tire o-estimulante:

induz a secreção de tiroxina e de trilodotironina pela glândula tireóide, o hormônio folículo-estimutante: determina o crescimento de folículos nos ovários antes da ovulação; promove a formação de esperma nos testículos, o hormônio luteinizante: desempenha importante papel na ovulação; além disso, induz a secreção de hormônios sexuais femininos pelos ovários e de testosterona pelos testículos e a Prolactina: promove o desenvolvimento das mamas e a secreção de leite.

Já no lobo posterior da hipófise são secretados os seguintes hormonios: hormônio antidiurético (ADH): causa a retenção de água pelos rins, com conseqüente aumento do teor de água do organismo; além disso, quando presente em altas concentrações, provoca constrição dos vasos sanguíneos em todo o corpo e eleva a pressão arterial, a ocitocina: provoca a contração do útero durante o parto, talvez ajudando a expelir o recém-nascido; contrai também as células míoepiteliais nas mamas, expulsando o leite, quando o lactente suga.

No córtex supra-renal são secretados os seguintes hormnônios: cortisol: exerce múltiplas funções metabólicas no controle do metabolismo das proteínas, carboidratos e gordura, a Aldosterona: reduz a excreção de sódio pelos rins e aumenta a excreção de potássio, aumentando, assim, o sódio corporal, enquanto diminui a quantidade de potássio, a Na glândula tireóide são produzidos os seguintes hormonios: Tiroxina e trilodotironina: aumentam a velocidade das reações químicas em quase todas as células do organismo, elevando, conseqüentemente, o nível geral do metabolismo corporal, a Catcitonina: promove a deposição de cálcio nos ossos, diminuindo, assim, a concentração de cálcio no líquido extracelular.

Nas Ilhotas de Langerhans do pâncreas são produzidos os seguintes hormonios: Insulina: promove a entrada de glicose na maioria das células do corpo, controlando, dessa maneira, o metabolismo da maioria dos carboidratos. Glucagon; aumenta a liberação hepática de glicose nos líquidos corporais circulantes.

Nos Ovários são produzidos os seguintes hormônios: Estrogênios: estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos, das mamas e de várias características sexuais secundárias, Progesterona: estimula a secreção de "leite uterino" pelas glândulas endometriais do útero; além disso, ajuda a promover o desenvolvimento do aparelho secretor das mamas.

Nos testículos são produzidos os seguintes hormônios: Testosterona: estimula o crescimento dos órgãos sexuais masculinos; além disso, promove o desenvolvimento das características sexuais secundárias no homem.

Na glândula paratireóide são produzidos os seguintes hormônios: Paratormônio: controla a concentração de íons cálcio no líquido extracelular ao controlar, a absorção intestinal de cálcio, a excreção de cálcio pelos rins, e a liberação de cálcio do osso.

Na placenta são produzidos os seguintes hormônios: gonadotropina coriônica humana: promove o crescimento do corpo lúteo e a secreção de estrogênios e de progesterona pelo corpo lúteo, o Estrogênios: promovem o crescimento dos órgãos sexuais da mãe e de alguns tecidos do feto, a progesterona: promove o desenvolvimento especial do

endométrio uterino antes da implantação do óvulo fertilizado; provavelmente, promove o desenvolvimento de alguns dos teci dos e órgãos fetais; ajuda a promover o desenvolvimento do aparelho secretor das mamas da mãe, a somatomamotropina humana: promove, provavelmente, o crescimento de alguns tecidos fetais e ajuda no desenvolvimento das mamas da mãe.

Através do conhecimento do sistema endócrino torna-se evidente que a maioria das funções metabólicas do organismo é controlada, de um modo ou de outro, pelas glândulas endócrinas. Por exemplo, sem o hormônio do crescimento, o indivíduo fica anão. Na ausência de tiroxina e da trilodotironina da glândula tireóide, quase todas as reações químicas do organismo tornam-se lentas, e o indivíduo também se torna inativo. Sem a insulina do pâncreas, as células do corpo só podem utilizar quantidades muito pequenas dos carboidratos dos alimentos para a obtenção de energia. E, por fim, sem os hormônios sexuais, não há desenvolvimento sexual, com a conseqüente ausência das funções sexuais.

Ciclo Ovariano

O Ciclo Ovariano ou menstrual é o nome dado ao processo hormonal feminino, responsável pela emissão de um ovócito pelo ovário para uma possível fecundação. Esse período vai do primeiro dia de uma menstruação ao primeiro dia da seguinte. Durando aproximadamente 28-30 dias, variando entre ciclos maiores, menores e irregulares, o ciclo menstrual é característico do aparelho reprodutor feminino. Na puberdade, com a série de mudanças físicas e mentais na menina, ocorre o surgimento da menarca, isto é, a 1ª menstruação. Ela ocorre por volta dos doze anos de idade e é definida por períodos irregulares, com quantidade e duração de fluxo variando de ciclo para ciclo. Nessa fase, são comuns intervalos de quatro, cinco ou seis meses. O ciclo menstrual inicia-se no primeira dia da menstruação.

O estoque de ovócitos de uma mulher é formado em seus dois ovários antes de seu nascimento. No quinto mês de gravidez, os ovários de um bebê do sexo feminino contêm cerca de 7 milhões de ovócitos. Muitos desses ovócitos morrerão antes mesmo do bebê vir ao mundo, restando aproximadamente 2 milhões de ovócitos na época do nascimento. Este processo de degeneração continua até a puberdade, quando terão sobrevivido entre 200 e 500 mil ovócitos. Desses, somente 400-500 amadurecem e são liberados pelos ovários durente os anos férteis da mulher. Os ovários estão localizados na pélvis, nas extremidades da tuba uterina.

Os Ciclos ovarianos são constituídos das seguintes fases: Fase folicular – Alguns dos Folículos Primordiais reiniciam o seu desenvolvimento, mas normalmente apenas um o completa, degenerando os restantes. O folículo em desenvolvimento sofre várias transformações: O Oócito I que se encontra em Profase I vai completar o crescimento, ao mesmo tempo as células foliculares multiplicam-se e originam a Zona Granulosa, estas células são produtoras de hormonas (estrogénios) para além de nutrirem o Oócito I. Em torno do Oócito I forma-se um revestimento glicoproteico a que se dá o nome de Zona Pelúcida. Com a evolução dos folículos forma-se uma cavidade cheia de líquido entre as células foliculares. Tendo terminado o crescimento o Oócito I em Profase I completa a divisão I da Meiose após a Citocinese desigual forma-se o Oócito II e o 1º Glóbulo Polar. O Oócito II ainda inicia a Divisão II da Meiose mas fica bloqueado na Metafase II. Por esta altura o folículo completou o desenvolvimento e denomina-se Folículo Maduro ou Folículo de Graaf. Todo este processo demora em média 14 dias. Ovulação – O oócito II em metáfase II rodeado pela zona pelúcida e por algumas células foliculares é libertado da cavidade folicular para fora do ovário, sendo recolhido pelo pavilhão da tuba uterina. Fase lutea – Após a ovulação, cicatriza a parede do ovário e ocorre o pregueamento da parede do folículo. As células foliculares aumentam então de volume e segregam um pigmento amarelo, a luteína que lhes dá uma cor amarela, formando-se deste modo o Corpo Amarelo ou Corpo Lúteo. Após aproximadamente 14 dias se não tiver ocorrido fecundação esta estrutura degenera.

Durante o ciclo ovariano também há um ciclo uterino. O endométrio, sendo a estrutura onde o embrião se deve fixar a fim de completar o seu desenvolvimento, é então uma estrutura que sofre importantes modificações. Ocorre então: Fase menstrual (Início da fase folicular do ciclo ovariano) – em que ocorre a descamação da maior parte do Endométrio, que como é um tecido muito vascularizado, vai apresentar algumas hemorragias por rompimento destes vasos sanguíneos. Sendo os fragmentos do Endométrio e algum sangue, eliminados através da vagina para o exterior, originando o Fluxo Menstrual. Fase proliferativa – terminada a eliminação do tecido velho, as células do Endométrio que restou voltam a multiplicar-se promovendo a sua regeneração. Neste tecido em formação formam-se glândulas tubulares e restabelece-se a rede de vasos sanguíneos.

Fase secretora – a espessura do Endométrio atinge um aumento tal que as suas glândulas vão terminar o desenvolvimento, tornando-se mais sinuosas e ramificadas, começando a segregar glicogênio e muco. Ficando o útero preparado para uma possível nidação, caso tal não aconteça, reinicia-se o ciclo.

Alguns hormônios importantes durante o ciclo menstrual são:

FSH - Abreviatura inglesa de hormônio folículo-estimulante. Atua nos folículos ovarianos, promovendo seu crescimento e proporcionando um meio adequado ao desenvolvimento dos óvulos (oócitos). A dosagem de FSH no sangue, feita entre o primeiro e o quinto dia do ciclo menstrual, tem relação com a quantidade de folículos (e também de óvulos) que existem nos ovários: quando esta quantidade é pequena, o valor de FSH é alto. Desta forma, para a reprodução, é melhor que o FSH tenha concentração plasmática baixa. A concentração de FSH no sangue tende a aumentar com a idade, sendo muito alta na menopausa.

LH - Abreviatura inglesa de hormônio luteinizante. Este hormônio, também produzido na hipófise, como o FSH, atua principalmente na iniciação do mecanismo de ovulação. Quando o LH aumenta no sangue (o que ocorre aproximadamente no meio do ciclo menstrual, perto do 14º dia), o folículo se rompe e libera o óvulo, que pode ser capturado pela tuba (trompa). Se a concentração de LH no sangue for muito alta, pode ocorrer dificuldade de crescimento dos folículos e maturação dos óvulos, levando a infertilidade por falha na ovulação.

Estrógeno - Produzido pelas células foliculares e pelo corpo lúteo, o alto nível de estrógeno induz o pico de LH, contribuindo assim para a ovulação.O estrógeno ainda atua influenciando as mudanças cíclicas no endométrio.

Progesterona - Produzida pelo corpo lúteo, juntamente com o estrógeno, leva as glândulas do endométrio a secretar e preparar o endométrio para a implantação do blastocisto (óvulo fecundado). Esse hormônio é conhecido como hormônio da gravidez, pela sua importancia na preparação do endométrio. É ele que mantém o endométrio " aconchegante" para o embrião. Sua presença ocorre durante toda a gravidez.

GnRH ou Hormônio liberador de gonadotrofinas - Sintetizado por células neurosecretoras do hipotálamo, o GnRH é levado ao lobo anterior da hipófise, e então estimula a liberação de dois hormônios produzidos pela adenohipófise, que agem sobre o ovário : o FSH e o LH.

O ciclo menstrual dura cerca de 28 dias e é controlado pela secreção das gonadotrofinas (FSH e LH), secretadas pela hipófise, e do estrógeno e da progesterona, produzidos pelos ovários. O primeiro dia do ciclo corresponde ao primeiro dia da menstruação.

Durante a menstruação, os níveis de hormônios sexuais no sangue estão baixos. Por volta do sexto dia, a hipófise volta a secretar uma maior quantidade do hormônio folículo estimulante (FSH).

Portanto, nessa primeira fase da menstruação, a hipófise secreta o hormônio FSH, que, como o nome já diz, irá estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Por sua vez, os folículos produzem o estrógeno, que estimula o crescimento das células da parede interna do útero, o endométrio, que se torna mais espesso e bem vascularizado. Estas são mudanças que preparam o útero para o caso da implantação de um embrião, ou seja, de uma gravidez.

A alta concentração de estrógeno no sangue estimula a secreção do hormônio luteinizante (LH). O LH induz a ovulação, que ocorre por volta do 14º dia do ciclo. Em seguida, o LH induz o rompimento do folículo ovariano e a conseqüente liberação do óvulo, além de levar ao desenvolvimento do corpo lúteo. O corpo lúteo produz a progesterona, que irá auxiliar na manutenção do endométrio até o final do ciclo menstrual.

Por fim, caso não ocorra fecundação, a alta concentração de progesterona na corrente sanguínea passa a inibir, num processo chamado de feedback negativo, a produção de FSH e LH pela hipófise. Com isso, o corpo lúteo regride e as concentrações de progesterona e estrógeno diminuem.

A queda nos níveis de estrógeno e progesterona faz com que as células endometriais se desprendam da parede uterina. Essas células são expulsas do corpo - juntamente com o sangue dos pequenos vasos que se rompem - através do canal vaginal, causando o sangramento característico da menstruação e fechando o ciclo.

Muitas vezes, o ciclo menstrual pode ser acompanhado por cólicas e pelatensão pré-menstrual. Cerca de 50% das mulheres apresentam cólica menstrual, também chamada de dismenorréia, de maior ou menor intensidade durante a menstruação ou nos dias que a precedem.

O sintoma típico da cólica são as dores na região do baixo abdome. A dismenorréia pode ser classificada em dois tipos: primária e secundária. Na dismenorréia primária, a dor tem origem na alta produção de prostaglandinas, substâncias produzidas pelo endométrio e que levam à contração do útero, o que provoca a dor.

Já na dismenorréia secundária, a dor é provocada por doenças do sistema reprodutor ou pelo uso de alguns métodos contraceptivos, como o dispositivo intra-uterino (DIU).

A tensão pré-menstrual, ou TPM, ocorre alguns dias antes da menstruação e termina ao fim desta. A TPM corresponde a uma série de sintomas provocados pelas alterações hormonais que ocorrem no organismo feminino durante o ciclo menstrual. Alguns dos sintomas da TPM são as alterações de humor, a irritabilidade, dor de cabeça e nas mamas.

Distúrbios causados pelo mau funcionamento do pâncreas.

O pâncreas é uma glândula em forma de folha, com aproximadamente 12,5 centímetros de comprimento. Ele é circundado pela borda inferior do estômago e pela parede do duodeno (a primeira porção do intestino delgado que se conecta ao estômago). O pâncreas possui duas funções principais: a secreção de um líquido que contém enzimas digestivas para o interior do duodeno e a secreção dos hormônios insulina e glucagon, os quais são necessários para metabolizar o açúcar, para a corrente sangüínea. Esse órgão também secreta grandes quantidades de bicarbonato de sódio para o duodeno, o qual neutraliza o ácido proveniente do estômago. Essa secreção de bicarbonato de sódio flui através de um ducto coletor que avança ao longo do centro do pâncreas (ducto pancreático). Em seguida, esse ducto une-se ao ducto biliar comum (proveniente da vesícula biliar e do fígado) para formar a ampola de Vater, a qual desemboca no duodeno ao nível do esfíncter de Oddi.

Dentre os distúrbios do pâncreas, podemos citar: pancreatite aguda - A pancreatite aguda é uma inflamação aguda do pâncreas que pode ser leve ou letal. Normalmente, o pâncreas secreta suco pancreático através do ducto pancreático ao duodeno. Esse suco contém enzimas digestivas em uma forma inativa e um inibidor que inativa qualquer enzima que é ativada no seu percurso até o duodeno. A obstrução do ducto pancreático (p.ex., por um cálculo biliar alojado no esfíncter de Oddi) interrompe o fluxo do suco pancreático. Geralmente, a obstrução é temporária e causa um dano limitado, o qual é logo reparado. Entretanto, quando a obstrução persiste, ocorre um acúmulo de enzimas ativadas no pâncreas, as quais suplantam a capacidade do inibidor e começam a digerir as células do pâncreas, causando uma grave inflamação. A lesão pancreática pode permitir que as enzimas extravasem e penetrem na corrente sangüínea ou na cavidade abdominal, onde elas causam irritação e inflamação do revestimento da cavidade abdominal (peritonite) ou de outros órgãos. A parte do pâncreas que produz hormônios, especialmente a insulina, tende a não ser lesada ou afetada. Os cálculos biliares e o alcoolismo são responsáveis por aproximadamente 80% das internações hospitalares devido à pancreatite aguda. As mulheres apresentam pancreatite aguda causada por cálculos biliares cerca de 1,5 vezes mais freqüentemente que os homens, enquanto que os homens apresentam pancreatite alcoólica seis vezes mais que as mulheres. Os cálculos biliares que causam a pancreatite aguda podem ficar retidos no esfíncter de Oddi durante algum tempo, bloqueando a abertura do ducto pancreático, mas a maioria dos cálculos biliares passa para o trato intestinal. O consumo diário de mais de 120 ml de álcool durante vários anos pode provocar a obstrução dos pequenos dúctulos pancreáticos que drenam para o ducto pancreático, desencadeando finalmente a pancreatite aguda. Uma crise de pancreatite pode ser desencadeada por um consumo excessivo de álcool ou por uma refeição copiosa. Existem muitos outros distúrbios que podem causar uma pancreatite aguda. As causas da pancreatite aguda são: Cálculos biliares, Alcoolismo, Drogas como a furosemida e a azatioprina, Parotidite (caxumba), Níveis sangüíneos elevados de lipídeos, especialmente de triglicerídeos, Lesão pancreática causada por uma cirurgia ou uma endoscopia, Lesão pancreática causada por contusões ou feridas penetrantes, Câncer do pâncreas, Redução da irrigação sangüínea pancreática (p.ex., devido a uma pressão arterial, extremamente baixa), Pancreatite hereditária.

Pancreatite crônica - A pancreatite crônica é uma inflamação do pâncreas de longa duração. Nos Estados Unidos e no Brasil, a causa mais comum da pancreatite crônica é o alcoolismo. Outras causas incluem uma predisposição hereditária e a obstrução do ducto pancreático resultante da estenose do ducto ou de um câncer pancreático. Raramente, um episódio de pancreatite aguda grave provoca uma estenose do ducto pancreático tão acentuada que acarreta a pancreatite crônica. Em muitos casos, a causa da pancreatite é desconhecida. Nos países tropicais (p.ex., Índia, Indonésia e Nigéria), a pancreatite crônica de causa desconhecida em crianças e adultos jovens pode dar origem ao diabetes e a depósitos de cálcio no pâncreas. Os sintomas iniciais comumente são decorrentes do diabetes.

Diabetes melito - Na maioria dos casos, o diabetes melito resulta da secreção diminuída de insulina pelas células beta das ilhotas de Langerhans. Em geral, a hereditariedade desempenha importante papel ao determinar qual pessoa irá desenvolver a doença e qual não será afetada. Algumas vezes, ela aumenta a suscetibilidade das células beta a vírus ou favorece o desenvolvimento de anticorpos auto-imunes contra as células beta, resultando em sua destruição. Em outros casos, parece haver simples tendência hereditária à degeneração das células beta. A obesidade também desempenha algum papel no desenvolvimento do diabetes clínico. Uma razão é que, na obesidade, as células beta das ilhotas de Langerhans tornam-se menos responsivas à estimulação da glicemia aumentada; por conseguinte, os níveis sanguíneos de insulina não aumentam quando necessário. Outra razão é que a obesidade diminui o número de receptores de insulina nas células-alvo em todo o organismo, de modo que a quantidade disponível de insulina torna-se menos eficiente na indução dos efeitos metabólicos habituais.

Hiperinsulinismo - Apesar de ser muito mais rara do que o diabetes, a produção aumentada de insulina, conhecida como hiperinsulinismo, também ocorre ocasionalmente. Em geral, esse aumento da produção de insulina resulta de adenoma dasilhotas de Langerhans. Cerca de 10 a 15% desses adenomas são malignos, e, em certas ocasiões, ocorrem metástases por todo o corpo a partir das ilhotas de Langerhans, com a conseqüente produção excessiva de insulina pelo câncer primário e suas metástases. Com efeito, para evitar o desenvolvimento de hipoglicemia em alguns desses pacientes, foi necessária a administração de mais de 1.000 g de glicose a cada 24 horas.

O câncer de pâncreas é raro antes dos 30 anos de idade, sendo mais comum a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional Contra o Câncer (UICC), os casos da doença aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 casos entre 40 e 50 anos para 116/100.000 entre 80 e 85 anos. No Brasil, o câncer de pâncreas representa 2% de todos os tipos de câncer, sendo responsável por 4% do total de mortes por câncer. Dentre os casos de câncer de pâncreas temos: Cistadenocarcinoma - Um tipo raro de câncer pancreático, o cistadenocarcinoma apresenta um prognóstico muito melhor que o adenocarcinoma. Apenas 20% desses cânceres apresentam metástases no momento da cirurgia. Se o câncer não tiver disseminado e for realizada a ressecção total do pâncreas, o indivíduo apresenta uma chance de 65% de sobreviver por pelo menos cinco anos. Insulinoma - O insulinoma é um tipo raro de tumor pancreático que secreta insulina, um hormônio que reduz o nível de glicose no sangue. Apenas 10% dos insulinomas são cancerosos. Gastrinoma - O gastrinoma é um tumor pancreático que produz níveis excessivos de gastrina, um hormônio que estimula o estômago a secretar ácido e enzimas, acarretando úlceras pépticas. A maioria dos indivíduos com essa doença apresenta vários tumores agrupados no pâncreas ou próximos a ele. Aproximadamente 50% desses tumores são cancerosos. Algumas vezes, o gastrinoma faz parte de um distúrbio hereditário, a neoplasia endócrina múltipla , na qual tumores originamse de células de várias glândulas endócrinas (p.ex., células pancreáticas produtoras de insulina). Glucagonoma - O glucagonoma é um tumor que produz o hormônio glucagon, o qual eleva o nível de glicose no sangue e produz uma erupção cutânea característica. Cerca de 80% desses tumores são cancerosos. Contudo, os tumores crescem lentamente e muitos indivíduos sobrevivem quinze anos ou mais após o diagnóstico. A média de idade de início os sintomas é de cinqüenta anos. Aproximadamente 80% das pessoas com glucagonoma são do sexo feminino. Adenocarcinoma do pândreas - O adenocarcinoma do pâncreas é um tumor canceroso que se origina nas células que revestem o ducto pancreático. Aproximadamente 95% dos tumores cancerosos do pâncreas são adenocarcinomas. Esses tumores afetam os homens quase duas vezes mais do que as mulheres e são discretamente mais comuns entre os indivíduos da raça negra que entre os da raça branca. O adenocarcinoma do pâncreas é duas a três vezes mais comum em tabagistas inveterados. Os indivíduos com pancreatite crônica apresentam um maior risco de apresentálo. Existe uma variabilidade mundial de incidência de câncer de pâncreas. Os dados indicam 9 em cada 100.000 indivíduos nos Estados Unidos, enquanto que, no Brasil, os dados publicados pelo Ministério da Saúde, em 1991, registraram índices de 7.3 homens e de 4.6 mulheres em 100.000 indivíduos, no estado de São Paulo. A doença vem se tornando mais comum nos Estados Unidos com o aumento da expectativa de vida. Raramente, o adenocarcinoma do pâncreas ocorre antes dos cinqüenta anos de idade. A média de idade no momento do diagnóstico é de 55 anos. Pouco se sabe sobre a sua causa.

Referências Bibliográficas:

GUYTON, A.C. Tratado de Fisiologia Médica, 9ª edição. Editora Elsevier, 1996, p.831.

GUYTON, A.C. Tratado de Fisiologia Médica, 10ª edição. Editora Guanabara Koogan, 2002, p.973.

JUNQUEIRA, L.C., CARNEIRO J. Histologia Básica, 10º edição. Editora Guanabara Koogan, 2004. 540 p.

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