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Tendências Da Coquetelaria

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Por:   •  5/12/2014  •  1.338 Palavras (6 Páginas)  •  552 Visualizações

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Dentre as espécies de Staphylococcus, a que possui descrição mais detalhada dos fatores que permeiam sua patogênese é S. aureus. Estudos relatam a produção e secreção de mais de trinta fatores de patogenicidade específicos do micro-organismo e que interferem com as defesas do hospedeiro (DINGES; ORWIN; SCHLIEVERT, 2000).

A patogenicidade de S. aureus é, portanto, multifatorial, envolvendo um grande número de proteínas extracelulares e outros fatores de virulência. Estudos recentes sugerem que alguns clones de S. aureus podem ser mais virulentos do que outros, dependendo da região geográfica, o que indica que fatores de virulência específicos podem representar papéis potencialmente importantes na doença. Tais fatores são importantes, principalmente, na interação do micro-organismo com o hospedeiro, durante o processo inicial de colonização (adesão e invasão), nos mecanismos de evasão (fuga) às defesas do hospedeiro e na modulação da resposta imunológica (VAN TRIJP et al.,2010).

Com relação ao processo inicial de colonização, S. aureus possuem proteínas que se ligam às moléculas de adesão e que reconhecem a matriz extracelular, as quais são agrupadas sob a sigla MSCRAMM (Microbial SurfaceComponentsRecognizingAdhesive Matrix Molecules). Uma função importante das MSCRAMM é a de promover a aderência bacteriana às proteínas solúveis presentes no plasma, como fibrinogênio, fibronectina, colágeno e outras. Como muitas proteínas plasmáticas podem se ligar a superfícies de material plástico e outras superfícies lisas, a ligação da bactéria a essas proteínas possibilita, por sua vez, sua fixação a biomateriais, durante a infecção no hospedeiro. Tal propriedade é importante em processos patogênicos associados às infecções de natureza nosocomiais, envolvendo, por exemplo, o uso de cateteres e próteses médicas, podendo levar a processos infecciosos graves, como, por exemplo, bacteremias e infecções disseminadas, no caso, principalmente, de cateteres endovenosos (LUZ, 2008).

Outro importante fator de virulência produzido pelas bactérias do gênero é o muco (slime), que também atua no aumento da aderência às superfícies, além de interferir no mecanismo de fagocitose. De acordo com diversos estudos, o slime é produzido em maior quantidade por amostras isoladas de pacientes internados do que em amostras saprofíticas encontradas no ambiente, e este tem sido muito bem estudado em S. aureus e S. epidermitis (ALCARÁZ et al., 2003).

Assim como o muco, que atua na interferência do mecanismo de fagocitose, e, portanto auxilia na evasão do micro-organismo das defesas do hospedeiro, outra estrutura também é capaz de realizar o mesmo efeito. Trata-se de polissacarídeo capsular, que é frequentemente encontrado em S. aureus, sendo que mais de 90% das linhagens produzem a cápsula e, dentre 11 sorotipos identificados, apenas alguns foram bem caracterizados (LUZ, 2008).

Além das características citadas, S. aureus é capaz de liberar um arsenal deproteínas tóxicas, dentre as quais algumas se destacam, como as enterotoxinas(CARMO, 2001). Bergdoll (1989) descreveu as enterotoxinasestafilococicas comoproteínas simples, de peso molecular entre 26 a 29 KDa, estruturadas em uma únicacadeia polipeptídica rica em lisina, tirosina e ácidos aspártico e glutâmico.Apresentam propriedade de termorresistência, e esta característica faz com que aindústria alimentícia tenha um controle rigoroso, visto que as enterotoxinas podempersistir na preparação final do alimento, mesmo apos o processamento térmico,sendo que0,05 g/Kg é considerada a dose tóxica mínima para provocar vômito e diarreia.

Muitos tipos de enterotoxinas têm sido identificados com base em métodossorológicos, e denominados A, B, C1, C2, C3, D, E, G, H, I, J, K e L. Contudo,acredita-se que cerca de 5% das intoxicações alimentares por S. aureus sejamcausadas por toxinas ainda não identificadas, e que um terço das amostrascoagulase positivas sejam produtoras de enterotoxinas (DINGES et al., 2000; ORWIN et al., 2001).

A proteína A, que esta inserida no peptidoglicano e ácidosteicóicos daparede celular estafilococica, constitui um importante fator de virulência, sendoencontrada em cerca de 95% das linhagens. Apesar do mecanismo de patogenicidade do S. aureus ainda não estar completamente esclarecido, sabe-se que suas exotoxinas superantigênicas, como enterotoxinas (SEs) e toxina-1 da síndrome do choque tóxico (TSST-1), parecem ter papel inicial. São consideradas superantígenos, por estimularem uma resposta policlonal inespecífica de linfócitos T e a liberação aumentada de citocinas, causando toxicidade sistêmica e supressão da resposta imune adaptativa (DINGES et al., 2000; ORWIN et al., 2001).

S. aureus possui também a capacidade de secretar uma diversidade deexoproteínas, cuja função principal é a inibição das células do sistema imune dohospedeiro, e que estão relacionadas diretamente na patogenicidade domicro-organismo, como as toxinas α, β, δ e γ, além da toxina da síndrome do choquetoxico (TSST-1), uma variedade de enterotoxinas, toxinas esfoliativas e leucocidinas(DINGES; ORWIN; SCHLIEVERT, 2000; FOSTER, 2005).

Entre as exoproteinas produzidas por S. aureus, destaca-se a α-hemolisina,que está presente na grande maioria dos isolados, cuja função principal esta nacapacidade de lise celular, resultando na lise de eritrócitos e na consequente mortede células eucarióticas. Ela ainda pode causar dermonecroses e estar envolvida emefeitos de neurotoxicidade (DINGES; ORWIN; SCHLIEVERT, 2000; MENESTRINA,SERRA;PREVOST, 2001). O gene que codifica a produção desta hemolisina é ohla, que está presente na maioria das linhagens de S. aureus. No entanto, nemtodas as linhagens que contem o gene expressam a toxina, ou a expressam deforma reduzida, o que pode significar

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