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AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO E COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE CRIANÇAS AUTISTAS

Por:   •  26/3/2022  •  Projeto de pesquisa  •  4.286 Palavras (18 Páginas)  •  151 Visualizações

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AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO E COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE CRIANÇAS AUTISTAS

Ian Corti Luchi¹, Marjorie Lopes Bicalho Sant´Ana¹, Matheus Dias Tavares¹, Emille Colombo Dutra².

  1. Acadêmico do curso de Nutrição
  2. Mestre em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local [a][b]– Professor Multivix – Vitória

RESUMO

O autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento caracterizado por deficiências marcantes na capacidade de interagir socialmente, combinadas com padrões de comportamento repetitivos e restritivos além dos prejuízos na fala. Hoje se acumulam evidências da fisiologia anormal do autismo (estresse oxidativo, inflamação ou desregulação imunológica, disfunção mitocondrial e exposição a tóxicos ambientais) com exemplos de casos em que a medicina complementar alternativa melhora o quadro impactando diretamente na melhora dos sintomas. Na “inflamação” destacamos a provocada pelo comportamento alimentar associado à hiperpermeabilidade intestinal que absorve macromoléculas de difícil digestão quais perpassam a barreira hematoencefálica causando sintomas autísticos. O trigo, leite e soja são os alimentos mais associados a alterações comportamentais desse grupo. Este estudo se propôs a levantar um grupo de indivíduos autistas para correlacionar hábitos alimentares versus alterações sensoriais utilizando a ferramenta Google Forms para aplicar um questionário com perguntas objetivas qual foi divulgado por meio de mídias sociais para atingir o objetivo. Ao comparar respostas sensoriais nas 28 questões dentro dos 6 tipos de alterações, observou-se que em todos os casos em que se registra ausência de reclamações de alterações sensoriais (6 questões), o grupo em dieta sem glúten, leite e soja agregou maior percentual em todos os quesitos: visual, auditiva, somatossensorial, olfativa, paladar e proprioceptiva/cinestésica. A presença desses sinais são evidentes nos dois grupos, contudo, o grupo em dieta evidencia percentualmente menos casos em vinte das vinte e oito questões (71,43%), se equivalem em duas (7,14%) e foi maior em apenas seis (21,43%).[c]

Palavras Chave: Autismo, Seletividade Alimentar, Comportamento, Transtornos Sensoriais.

INTRODUÇÃO

O autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento complexo caracterizado por deficiências marcantes na capacidade de interagir socialmente, combinadas com padrões de comportamento repetitivos e restritivos (BENT; HENDREN, 2015).

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos publicaram em 2018 um novo relatório sobre a prevalência de TEA em crianças de 8 anos, onde 1 a cada 59 crianças apresenta o transtorno superando a marca anterior onde a estimativa era de 1 em cada 68 crianças. A proporção de 4 meninos para cada menina, apresentada em estudos anteriores, foi mantida (SPECIALISTERNE, 2012).

O prejuízo na modulação do sistema nervoso central - SNC que desregula as mensagens neurais com relação a estímulos sensoriais está provavelmente relacionada disfunção sensorial. O Quadro 1 descreve exemplos de comportamentos relacionados a alterações sensoriais relatadas em crianças com transtorno do espectro autista, agrupadas de acordo com as modalidades sensoriais (POSAR; VISCONTI, 2018).

Quadro 1 - Exemplos de Comportamentos Relacionados a Alterações Sensoriais

Modalidades Sensoriais

Exemplos de comportamentos relacionados à alterações sensoriais

Visual

  • Atração por fontes de luz.
  • Encarar objetos que rodam, como centrífuga de máquina de lavar, rodas e ventiladores de hélice.
  • Reconhecimento de expressões faciais prejudicado.
  • Evitação do olhar.
  • Recusa do alimento devido à sua cor.

Auditiva

  • Surdez aparente.
  • A criança não atende quando chamada verbalmente.
  • Intolerância à alguns sons, diferente em cada caso.
  • Emissão de sons repetitivos.

Somatossensorial

  • Alta tolerância à dor.
  • Aparentemente falta de sensibilidade ao calor ou frio.
  • Autoagressividade.
  • Não gosta de contato físico, inclusive certos itens de vestuário.
  • Atração por superfícies ásperas.

Olfativa

  • Cheirar coisas não comestíveis.
  • Recusa de certos alimentos devido seu odor.

Paladar, sensibilidade bucal vestibular

  • Exploração bucal de objetos.
  • Seletividade alimentar devido à recusa de certas texturas.
  • Movimento iterativo de balanço.

Proprioceptiva / cinestésica

  • Equilíbrio inadequado.
  • Andar na ponta dos pés.
  • Desajeitado.

FONTE: POSAR E VISCONDI, 2018

Estudos dizem que o comportamento alimentar também pode ser afetado pelas alterações sensoriais, levando à uma seletividade alimentar que induz uma nutrição inadequada, assim como o sono, devido, principalmente, a um mecanismo hiperarousal somado à fatores ambientais quais podem também influenciar esses sintomas (KIRBY et al., 2016). Diante do cenário de desordens sensoriais, temos o agravo das alergias alimentares que fragilizam o sistema imunológico e suscetibilizam as deficiências nutricionais, causando assim alterações na permeabilidade intestinal por desencadearem inflamação local, promovendo absorção de macromoléculas proteicas de difícil digestão. Essas moléculas podem gerar reações alérgicas e podem ser fermentadas por fungos. Sabe-se que o trigo e o leite são considerados os principais alérgenos alimentares associados com o autismo, seja por um processo de formação de substâncias opiódes neurotóxicas, seja por desencadearem um processo autoimune e anticorpos anti-cérebro (MARQUES, 2013). De acordo com o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar, 2018, essa é uma doença consequente da ingestão do alimento alérgeno, com prevalência aumentada no mundo todo, por isso considerada um problema de saúde pública. São alimentos com composição proteica mais relacionadas com alergias alimentares: Leite de vaca, ovo de galinha, peixe, crustáceos, leguminosas, trigo, soja e amendoim. Suas manifestações podem ser imediatas ou tardias.

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