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CASO CLÍNICO: Intolerância a lactose.

Por:   •  11/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.226 Palavras (13 Páginas)  •  4.728 Visualizações

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Disciplina de Bioquímica – Profa. Mirian Ribeiro Moreira Carrijo

CASO CLÍNICO: Intolerância a lactose.

   Uma  mulher  de  origem  hispânica,  48  anos  de  idade,  apresentava  queixas  de  distensão  abdominal, flatulências  e  diarreia  episódios  há  um  ano.  Esses  sintomas  ocorriam  de  30 minutos  a  4  horas  após  as refeições. Ela não recordava de fatores agravantes, mas  lembra, de que se sentia melhor pela manhã antes de começar a se alimentar. Um jejum de 8 horas era suficiente para provocar um completo alívio de todos os sintomas. Não havia outras queixas clínicas correlatas. Relatava apenas que nos últimos 15 anos apresentava dor na região lombar atribuída à osteoporose. Há um ano, seu médico a aconselhara a ingerir três xícaras de leite por dia, para aumentar sua ingestão diária de cálcio (Caso clínico relatado em Woodfin e Arora, 1997).

Questões:

1.  Porque  essa  paciente  ao  ser  tratada  de  osteoporose  apresentou  um  quadro  clínico  de  intolerância  a lactose? Qual seria o melhor tratamento para ela?

R = Os sintomas que caracterizam a manifestação e o diagnóstico da intolerância à lactose podem varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da porção de lactose ingerida. Até então a paciente ainda não tinha apresentado manifestação clínica para intolerância à lactose possivelmente por até a porção de lactose ingerida pela mesma era pequena e consequentemente insuficiente para provocar uma manifestação clínica . Com o tratamento para osteoporose através da ingestão de leite 3 vezes ao dia a quantidade de lactose ingerida pela paciente foi maior e consequentemente suficiente para desencadear a sintomatologia favorecendo o diagnóstico. A reposição de cálcio a base de suplementação dietética articial como o calcitran.

2.  Explique as bases fisiopatológicas dos principais sintomas apresentados pela intolerância à lactose.

R= A intolerância à lactose é uma síndrome clínica composta por um ou mais dos seguintes sintomas: dor abdominal, diarréia, náusea, flatulência e/ou distensão abdominal após a ingestão de lactose ou de produtos alimentícios contendo lactose. A quantidade de lactose necessária para desencadear os sintomas varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da porção de lactose ingerida, do grau de deficiência de lactase e do tipo de alimento com o qual a lactose foi ingerida. É causada pela deficiência ou ausência da lactase, enzima produzida pelas células da mucosa do intestino delgado. A lactase é a enzima responsável por hidrolisar a lactose em moléculas de monossacarídeos glicose e galactose, que são então absorvidas para a corrente sangüínea. Quando a enzima lactase não é suficiente para hidrolisar as moléculas de lactose que chegam à luz do intestino delgado, esta não será absorvida e alcançará o cólon, no qual o seu efeito osmótico direcionará a água para a luz intestinal, diminuindo a consistência das fezes, aumentando o peristaltismo e acelerando o trânsito intestinal4, levando ao aparecimento de náusea, cólica e diarréia5. A lactose presente no cólon também sofre fermentação pela flora bacteriana, aumentando a produção de gases e causando distensão abdominal, cólica e flatulência

3.  Por que pacientes com gastroenterites graves também apresentam os sintomas de intolerância a lactose?

R =  A gastroenterite grave é um processo  inflamatório da parede  do estômago e do intestino  provocada pela infecção por  vírus, bactérias e parasitas muitas vezes  adquiridos pela ingesta de alimentos contaminados. Os casos mais graves são pela infecção bacteriana como a E. coli, Campylobacter, Shigella e Salmonella. Determinadas bactérias produzem toxinas que fazem com que as células da parede intestinal secretem eletrólitos e água. A liberação dessas toxinas bacterianas levam ao desencadeamento da sintomatologia como:  náusea, diarreia e vomito. A liberação dessas toxinas pode levar ao acúmulo de gases resultando  na distensão de alças intestinais provocando dores abdominais e cólica.  A diarreia e o vomito podem ser provocados também como mecanismo de defesa na tentativa de eliminar o microorganismo.

4.  Analisando  a  gênese dos  sintomas da  intolerância a  lactose  (figura 1),  como poderia  ser  confirmado o diagnostico dessa doença?

R =  O diagnóstico da intolerância à lactose é geralmente feito clinicamente, baseado apenas na história clínica e nos sintomas do paciente. No entanto em alguns casos quando o médico acha necessário pode ser realizado o teste de intolerância a lactose onde é medido a glicose no sangue após a ingestão de lactose para saber se houve elevação dos seus níveis. Em pessoas sadias, a lactose é quebrada em glicose e galactose, sendo reabsorvida pelo intestino e lançada na corrente sanguínea. Nos pacientes com deficiência de lactase, a lactose não é digerida e a glicose contida nela não é absorvida. Logo, a elevação da glicose sanguínea é apenas discreta nestes pacientes.

5.  Descreva sobre: alergia à proteína do leite de vaca versus intolerância à lactose.

R =  A alergia alimentar se caracteriza por uma reação imunológica, geralmente desencadeada por uma proteína presente no alimento. No caso do leite de vaca a proteína mais freqüentemente envolvida é a 8 lacto-globulina, seguida da caseína.
A intolerância alimentar corresponde às alterações que podem ocorrer nos processos metabólicos de digestão e absorção de determinado componente do alimento, geralmente devido a alguma deficiência enzimática, sem haver envolvimento da resposta imunológica neste processo. No caso do leite de vaca, a enzima em questão é a lactase.

6.  Qual o tratamento utilizado para pacientes com intolerância a lactose?

R =  Em geral, não é preciso nenhum tratamento medicamentoso para a intolerância à lactose. A redução do consumo de laticínios costuma ser suficiente na maioria dos casos. Alguns pacientes toleram queijos e margarinas e precisam suspender apenas o leite propriamente dito. Para os casos mais graves, já existem no mercado leite e outros produtos lácteos sem lactose, sendo está uma boa solução para que o paciente não deixe de consumir laticínios. Existem produtos com 0% de lactose e produtos com redução de 80 a 90% da lactose.Mesmo nos casos mais severos, quando o paciente precisa suspender totalmente o consumo de laticínios, essa interrupção pode ser apenas temporária. Depois de um tempo sem sintomas, o paciente pode reintroduzir gradualmente os laticínios na dieta. O organismo é capaz de se readaptar à falta da enzima lactase, e, se for “acostumado” de forma gradual, o paciente pode conseguir voltar a ingerir leite sem ter sintomas graves.Já existem no mercado medicamentos para repor a lactase. O paciente pode tomar a lactase (em pó, pílulas ou líquido) logo antes da refeição, permitindo uma melhor digestão dos laticínios.

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