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Manifestações Bucais por ação Hormonal

Por:   •  1/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.179 Palavras (5 Páginas)  •  835 Visualizações

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3.3 Manifestações bucais com o uso de contraceptivos orais

Contraceptivos orais são medicamentos constituídos por estrogênios e/ou progesterona, que inibem a secreção de GnRH, LH e FSH por inibição do hipotálamo e adeno-hipófise. A ausência do pico pré-ovulatório de gonadotrofinas provoca a não ovulação e também podem provocar outros vários efeitos colaterais.

As alterações bucais dependem do tipo de pílula usada, da variabilidade individual da resposta de cada organismo a determinada pílula e da duração do tratamento. Sugere-se que exista grau relação entre o grau de inflamação e a duração da terapia hormonal, por efeito cumulativo alterando a resistência do indivíduo. Estudos sobre efeitos de anticoncepcionais tem gerado resultados diversos e controversos gerando consequentemente dificuldade de consenso dos autores.

Mulheres que tomam contraceptivos orais podem estar suscetíveis às mesmas manifestações gravídicas tais como: resposta inflamatória gengival exagerada a irritantes locais (hiperplasia, hiperemia, sangramento gengival, aumento de fluido do sulco). Além de estarem associados ao aumento de considerável do número de bactérias, mesmo na ausência de gengivite. Vários autores encontram aumento de bactérias periodontopatológicas Prevotella intermedia (gram-negativa) na placa dental de usuárias e gestantes. Denotando que possivelmente altas concentrações de estrogênio e progesterona agem como fator de crescimento para essas bactérias.

A influência dos anticoncepcionais no ligamento periodontal é outro assunto controverso em literatura. Autores descrevem não haver perda de ligamento em mulheres que tomam pílula, ainda que tenham placa, outros autores observaram essa perda em mulheres que tomavam anticoncepcional oral por mais de seis meses, sugerindo associação entre a progressão acelerada de doença periodontal e uso prolongado de pílula. Para Knigt & Wade (1974 apud SANTOS; PILLON, 2009, p. 37) as usuárias de contraceptivos por mais de 1,5 anos mostraram uma perda de inserção significativamente maior do que as usuárias por menor tempo e do que as não-usuárias de contraceptivos. Deve-se considerar, no entanto, que esta diferença na perda de inserção não apresentou relevância clínica, já que foi menor que 1 mm.

Os hormônios sexuais podem causar alterações na composição da saliva diminuindo a quantidade de proteínas, frutose e eletrólitos totais. Mulheres que tomam pílula apresentam maior prevalência de alveolite seca pós extração dental, a explicação para esse efeito parece estar relacionada aos efeitos dos estrogênios nos fatores de coagulação. “Entretanto, a relação entre a ocorrência de osteítes e o uso de contraceptivos orais é inconclusiva devido a existência de estudos que refutam esses achados” (COHEN; SIMECEK,1995 apud Bosco et al, 2004).

O cirurgião dentista precisa estar atento aos efeitos colaterais sistêmicos e orais dos contraceptivos. O tratamento da inflamação gengival deve incluir programa de higiene oral e eliminação de fatores locais que predispõem à doença.

3.4 Manifestações bucais na gravidez

Na fase da gravidez as concentrações plasmáticas de estrogênio e progesterona são elevadas 10 a 30 vezes mais comparada ao ciclo menstrual normal. Os tecidos bucais podem sofrer efeitos indesejáveis, alterações imunológicas, comportamentais e na dieta resultado das alterações hormonais.

A ideia popular de que a gravidez causa perda de dentes e que cálcio é perdido em quantidades significativas não tem suporte em evidências fisiológicas, químicas ou radiográficas. A relação entre a cárie dental e gravidez ainda não está bem definida, estudos sugerem que a gravidez não contribui diretamente com a formação de cárie, mas a elevação da atividade cariogênica pode ser atribuída ao aumento de fatores cariogênicos locais, como a erosão ácida causada por regurgitação repetida associada a enjoo matinal ou com refluxo esofágico pela compressão do estômago pelo útero.

É frequente a presença de doenças periodontais em mulheres grávidas. Elas ocorrem frequentemente associadas com higiene oral deficiente e fatores irritantes orais como a placa bacteriana. Mudanças vasculares e hormonais gravídicas frequentemente aumentam a resposta inflamatória aos irritantes locais, os altos níveis de progesterona têm efeito direto na microcirculação gengival. Ainda na gestação ocorre aumento número de bactérias associadas a inflamação gengival, incluindo Bacterioides spp e Prevotella intermedia.

As mudanças observadas na gengiva são observadas a partir do segundo mês. Os casos de gengiva inflamada podem variar de leve hiperplasia assintomática até casos mais graves acompanhados de dor e sangramento. A gengivite gravídica é caracterizada por alterações na rede vascular e edema, acompanhada pelo influxo de células inflamatórias no tecido conjuntivo subjacente a gengiva inflamada. A lesão mais grave observada durante a gestação é o granuloma gravídico, uma lesão gengival hiperplásica benigna que pode apresentar crescimento rápido, tem uma baixa incidência de 0,5%. A maioria dessas lesões regride espontaneamente vários meses após o término da gestação, caso haja interferência na fala ou mastigação, sangramento ou dor o tecido deve ser removido cirurgicamente durante, preferencialmente, segundo trimestre de gravidez.

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