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Relatorio farmacologia hipnoanalgesicos

Por:   •  24/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.521 Palavras (7 Páginas)  •  982 Visualizações

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INTRODUÇÃO

“São denominados opióides tanto derivados naturais do ópio como substâncias sintéticas, capazes de ligação à vários receptores específicos. Esses agentes são indicados no tratamento de dores agudas, moderadas ou intensas, não responsivas a analgésicos não-opióides o que, por sua natureza, não são a eles suscetíveis. Também são eficazes no controle da dor crônica, sendo tolerância e dependência fatores limitantes de uso prolongado” (FUCHS; WANNMACHER, 2010). 
“A morfina e opióides relacionados parecem exercer sua ação analgésica por interação com receptores pós-sinápticos específicos. Estudos sobre a ligação de drogas opióides e de peptídeos, em determinadas estruturas cerebrais, têm demonstrado a existência de quatro categorias principais de receptores, denominados µ (mu), κ (kapa) e σ (sigma). Admite-se que o receptor µ seja o responsável pela analgesia supra-espinhal, a depressão respiratória, a euforia e a dependência física dos opióides; o receptor κ, pela analgesia medular, a miose e sedação; o receptor σ, pela disforia, as alucinações, a estimulação respiratória e vasomotora. Acredita-se que os receptores σ, pela sua localização ao nível de regiões límbicas do cérebro, estejam relacionados às alterações do comportamento afetivo. Analoxona atua como antagonista competitivo ao nível dos receptores opióides, ao passo que outras drogas, como a pentazocina, nalbufina, butorfanol e meptazinol exercem ação agonista parcial sobre o receptor µ, funcionando, portanto, como agonistas-antagonistas” (SILVA, 1994).
Objetiva-se, com o presente trabalho experimental, demonstrar a ação analgésica e os efeitos de doses diferentes de hipnoanalgésicos em alguns parâmetros fisiológicos, tais como comportamento, frequência respiratória e reação à estimulação dolorosa, da espécie Mus musculus, a partir da administração de morfina, o protótipo desse grupo de drogas.

METODOLOGIA


Na prática utilizou-se seis camundongos de cobaias, onde foi dividido em pares para a injeção da solução. Inicialmente, mediu-se os três parâmetros fisiológicos (comportamento, frequência respiratória e reação à estimulação dolorosa) de todos os 6 exemplares. O comportamento geral de cada animal foi observado, com especial exame quanto à postura e marcha. A frequência respiratória foi medida, observando a frequência de batimentos por minuto durante 15 segundos, e o valor obtido, multiplica-se por 4, para cada animal. E, por fim, a resposta à dor foi testada pelo pinçamento na raiz da cauda da cobaia. Após registrados na tabela os dados de controle, administrou-se, em cada cobaia, 0,3 mL da solução do hipnoanalgésico morfina, por via subcutânea, sendo que em cada grupo injetou-se soluções com concentrações diferentes (A, B ou C). Passados vinte minutos da administração, reexaminou-se cada grupo de cobaias, quanto aos parâmetros
fisiológicos já citados, e anotou-se os resultados na tabela.

RESULTADOS


TABELA 01: REGISTRO DOS PARÂMETROS: COMPORTAMENTO, FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA E RESPOSTA AO ESTÍMULO DOLOROSO, ANTES E DEPOIS DA ADMINISTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES A, B E C, POR VIA SUBCUTÂNEA EM Mus musculus. TERESINA, 2013.


FONTE: Laboratório de Farmacologia da UFPI. Alunos de Farmácia, 2013.2.

LEGENDA: N: comportamento normal; MD: comportamento moderadamente deprimido, D: totalmente deprimido; +: resposta imediata; +/-: resposta moderada. 

DISCUSSÃO

“Há cem anos não havia ansiolíticos, drogas hormonais ou drogas antipsicóticas. Havia efetivamente poucas drogas verdadeiramente eficazes, mas a morfina aliviava eficazmente dores intensas de diversos tipos. Controlava também diarreia, tosse, ansiedade e insônia. Por essas razões, Sir William Osler designou a morfina como “o medicamento do próprio Deus” ” (KATZUNG, 1998).
“A morfina e seus substituintes ligam-se seletivamente a muitos locais em todo o corpo produzindo efeitos farmacológicos. Os locais cerebrais envolvidos na transmissão da dor e na alteração da reatividade a estímulos nociceptivos (dolorosos) parecem ser os principais locais em que agem os opióides, mas não são os únicos. Em geral, locais que têm grande afinidade por ligantes opióides exógenos como a morfina, contém igualmente concentrações elevadas de vários peptídeos endógenos com propriedades semelhantes às dos opiáceos. Há muitas características comuns na química e farmacologia desses peptídeos, mas há claras diferenças no que diz respeito a suas vias bioquímicas e neuroniais. O nome genérico utilizado para essas substâncias tem sido o de endorfinas (“morfina endógena”). Contudo este termo tem causado uma confusão considerável devido à sua associação com com um dos principais protótipos dos peptídeos opióides, a β-endorfina. Entre todos os peptídeos nativos, o perfil farmacológico da β-endorfina parece ser o mais semelhante ao da morfina” (KATZUNG, 1998).
“Dependendo de sua preferência pelos receptores, os opiáceos produzem vários efeitos compatível com o papel desempenhado pelos sistemas do organismo com os quais os receptores já estão associados. Embora o uso clínico principal dos opióides seja baseado em suas propriedades analgésicas, estes fármacos produzem muitos outros efeitos. Isso não é surpreendente, tendo em vista a distribuição ampla dos receptores opióides no cérebro e nas estruturas periféricas. No sistema nervoso, esses efeitos variam de analgesia aos efeitos da motivação e no efeito de nível superior (euforia), excitação e alguns processos autonômicos, hormonais e motores. Na periferia, os opiáceos podem afetar vários sistemas visceromotores, inclusive os que estão relacionados com a motilidade GI e o tônus da musculatura lisa” (BRUNTON et al, 2012). “Tanto a analgesia ao nível supra-espinhal como as propriedades euforizantes, depressoras respiratórias e de dependência física da morfina (efeitos agonistas típicos) decorrem principalmente da combinação a receptores mu e delta. Esses receptores medeiam igualmente a analgesia opióide espinhal. Além disso, os receptores capa contribuem para analgesia ao nível espinhal. Apesas de sua heterogeneidade, todos esses receptores parecem provocar suas ações através de receptores que estão estreitamente ligados ao sistema do AMPc e a alterações no fluxo de Ca2+ e de K+” (KATZUNG, 1998).
“Nos seres humanos, os fármacos semelhantes à morfina produzem analgesia, sonolência, alterações do humor e obnulação mental. Quando doses terapêuticas de morfina são administradas aos pacientes com dor, eles descrevem que a dor é menos intensa ou desapareceu por completo. Em geral, os pacientes relatam que a dor, embora ainda esteja presente, é tolerável e que se sentem mais confortáveis. Além do alívio do sofrimento, alguns pacientes podem apresentar euforia. Um aspecto significativo da analgesia é que ela acontece sem perda da consciência, embora seja comum observar sonolência” (BRUNTON et al, 2012). A TABELA 01 mostra que, após administração do anestésico opióide, em suas diferentes concentrações, nos três grupos de cobaios, o grupo A permaneceu com o mesmo comportamento, diferente dos outros grupos em que houve depressão, mais acentuada no grupo C, forte indício de que a administração da solução mais concentrada de morfina tenha sido feita neste grupo. “Quanto aos efeitos respiratórios, embora sejam demonstrados facilmente, a depressão respiratória clinicamente significativa raramente ocorre com as doses analgésicas convencionais, desde que não existam outras variáveis contribuintes. Entretanto é importante ressaltar que a depressão respiratória é a causa principal de morbidade secundária ao tratamento com opiáceos” (BRUNTON et al, 2012). As frequências respiratórias, como mostra a TABELA 01, sofreram depressão nos três grupos, sendo a menor variação exibida no grupo A, evidenciando que neste grupo foi aplicada a substância de menor ou, provavelmente, nenhum potencial anestésico.
“A analgesia induzida pelos opióides deve-se a ações em vários locais do SNC; foram identificados locais medulares e vários supramedulares. A morfina e outros agonistas opióides inibem seletivamente vários reflexos nociceptivos e induzem analgesia profunda quando administrados por via intratecal ou instilados localmente no corno dorsal da medula; em geral, as outras sensibilidades não são afetadas. Parece que pelo menos três mecanismos estão envolvidos: os receptores de opióides nas terminações dos nervos aferentes primários medeiam a inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a substância P. A morfina também antagoniza os efeitos da substância P exógena por exercer ações inibidoras pós-sinápticas dos interneurônios e nos neurônios de efluxo do feixe espinotalâmico que transportam a informação nociceptiva para os centros mais altos no cérebro (...) A administração simultânea de morfina em locais medulares e supramedulares resulta em sinergismo da resposta analgésica com uma redução de 10 vezes na dose total de morfina necessária para proporcionar analgesia equivalente em cada um dos locais isoladamente” (BRUNTON et al, 2012). A TABELA 01 demonstra que os exemplares de Mus musculus do grupos A responderam ao estímulo doloroso após administração da substância, ao passo que no grupo B e C, apresentaram resposta, porém bem moderada; ou seja, a

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