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TRABALHO DE IMPLANTODOTIA ENXERTOS ALÓGENOS

Por:   •  22/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.191 Palavras (13 Páginas)  •  416 Visualizações

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES

URI - CAMPUS DE ERECHIM

ALINE DALLA BARBA

KELIN ANGELICA ZONIN

LIDIANE LIZIK

TRABALHO DE IMPLANTODOTIA

ENXERTOS ALÓGENOS

                                                                                

ERECHIM

2016

INTRODUÇAO

A reabilitação dental de pacientes parcialmente ou totalmente edêntulos com implantes dentais tornou-se uma modalidade de tratamento rotineira nas últimas décadas, com resultados confiáveis a longo prazo. No entanto, condições locais desfavoráveis como volume e altura ósseas precárias podem impossibilitar a instalação dos implantes (Chiapasco M et al., 2009).

Enxertos na cavidade oral com utilização de osso alógeno são realizados em diversas situações reconstrutivas, como preenchimento de alvéolo pós-extração, correção de defeitos horizontais e verticais e preenchimento de cavidades sinusais (Chaushu G et al.,2009). A descoberta da osseointegração, contato funcional osso/ implante revolucionou a odontologia, permitindo a recomposição de elementos dentários perdidos pela instalação intra-óssea de pinos metálicos constituídos de titânio. Os processos alveolares dos maxilares sofrem um processo de atrofia óssea após a perda dentária, sendo o mesmo variável de paciente para paciente e entre regiões específicas dos maxilares. Em função do grau de atrofia, haverá uma determinada perda óssea que pode comprometer ou impedir a instalação dos implantes. (Watzek G et al., 1998).

Na reconstrução desse processo alveolar, os enxertos autógenos foram os primeiros a ser empregados. Aos enxertos autógenos são atribuídas algumas desvantagens como: necessidade de área doadora com sítio cirúrgico adicional e possíveis complicações cirúrgicas, maior tempo cirúrgico e quantidades limitadas de estrutura óssea em função da área doadora. Tais desvantagens podem ser eliminadas quando se opta pela utilização de tecido ósseo alogênico.

Pode-se utilizar o tecido ósseo na forma de blocos ou particulado. Em blocos, temos onlays para ganho em espessura ou altura, e na forma particulada, inlays para preenchimento de defeitos ósseos irregulares ou cavidades como os seios maxilares ou fossas nasais. Em relação à região posterior da maxila em função do processo de pneumatização do seio maxilar, o mesmo acaba ocupando o espaço antes ocupado pela estrutura óssea peridentária. Nesses casos, a técnica de eleição é a elevação do seio maxilar através da criação de uma janela óssea na parede anterior do seio e elevação da membrana sinusal, inferiormente à qual será inserido o enxerto ósseo. (Gark AK et al., 1990).

Os aloenxertos apresentam propriedades osteocondutivas, atribuídas à estrutura colágena mineralizada, formando um arcabouço que permite a deposição óssea e osteoindutivas pela presença de BMPS (proteínas ósseas morfogenéticas), as quais são liberadas pela atividade osteoclástica, bioestímulo à incorporação do enxerto (Marx RE et al., 1997).

Com o desenvolvimento da engenharia tecidual, princípios fundamentais para a regeneração de determinados tecidos foram estabelecidos. Dentre eles, a utilização de matriz extracelular similar ao tecido a ser regenerado, uma vez que sua estrutura e composição molecular exercem propriedades químicas e mecânicas requeridas pelas células parenquimais e demandas fisiológicas dos tecidos. Certas moléculas que compõem a matriz atuam como reguladores insolúveis da função celular, que, no caso do tecido ósseo são as BMP. Estas são secretadas por osteoblastos, quando da deposição óssea. (Lynch SE et al,. 1999).

Essas características estão presentes nos aloenxertos. As BMP (Proteínas Ósseas Morfogenéticas) presentes na matriz são glicoproteínas categorizadas em 15, sendo as de número 2, 4 e 7 de influência no processo osteoindutivo, uma vez que atuam na diferenciação de células mesenquimais pluripotentes. Observou-se através de análise imunohistoquímica que os melhores resultados clínicos (formação óssea), estavam associados ao número de BMP-7 e de BMP-2. O potencial osteoindutivo é variável de banco para banco, e dentro de um mesmo banco, de doador para doador ( Han B et l.,  2003).

Apesar de mais lento e sem a fase osteogênica, o processo de incorporação do enxerto alógeno é similar ao de um enxerto autógeno, o enxerto é colocado em um espaço morto, preenchido com coágulo sanguíneo. O espaço morto é hipóxico (PO2 de 5 a 10 mmHg) e acidótico (pH 4 a 6), contendo plaquetas, leucócitos, células vermelhas e fibrina em uma estrutura complexa. Externamente ao fechamento periosteal, o tecido é normóxico (PO2 de 45 a 55 mmHg) e apresenta pH fisiológico (pH de 7.42), contém uma população de células estruturais, células fundamentais no processo de cicatrização(embora em pequeno número) e capilares seccionados com coágulo e células endoteliais expostas ( Han B et l.,  2003).

A liberação de fatores de crescimento (PDGF, TGF-b e IGF), a partir da degranulação de plaquetas exerce funções primordiais no processo regenerativo. Destacam-se a atividade angiogênica dos brotos capilares no interior do enxerto pela indução da mitose em células endoteliais, diferenciação e proliferação de fibroblastos e pré-osteoblastos em osteoblastos funcionais, secreção de matriz óssea pelos osteoblastos e matriz colágena pelos fibroblastos, dando suporte ao crescimento capilar ( Han B et l.,  2003).

Os princípios fisiológicos da integração de qualquer transplante ósseo consideraram a reabsorção osteoclástica como bioestímulo à neoformação óssea. O remodelamento do enxerto repercute na sua proporção de mineralização, influenciando o prognóstico dos implantes instalados no enxerto (Marx RE et al., 1997). O processo de incorporação do enxerto com formação de osso primário imaturo inicialmente e sua maturação em osso secundário lamelar estão relacionados à vascularização do enxerto, que depende do próprio enxerto e do leito receptor. Estruturalmente, os enxertos são compostos de uma porção cortical e outra medular. A medular é muito mais facilmente vascularizada e incorporada e mais facilmente reabsorvida. A influência no processamento dos aloenxertos também deve ser considerada, uma vez que influenciará em seu potencial osteoregenerativo. O método de processamento dos aloenxertos deve garantir a esterilização, preservação das características biológicas e redução da antigenicidade (Lynch SE et al,. 1999)..

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