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A intervenção da Terapia Ocupacional na Fase Aguda

Por:   •  23/6/2019  •  Artigo  •  3.526 Palavras (15 Páginas)  •  432 Visualizações

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  1. Folha de rosto

 Abrange as seguintes informações: título, autores, contato do autor responsável (endereço institucional) e fonte de financiamento.

A intervenção da Terapia Ocupacional na Fase Aguda de Lesão Medular: Um Olhar do Cliente.

Resumo: A lesão medular é uma patologia extremamente incapacitante e irreversível, gerando dependência nos indivíduos acometidos. A terapia ocupacional vem contribuir para que o indivíduo alcance o máximo de autonomia e independência. Esta pesquisa apresenta como objetivo geral, Analisar como se dá a atuação da Terapia Ocupacional com pacientes na fase aguda da lesão medular na perspectiva do cliente.Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa de campo, realizando categorização de dados. Utilizou-se como instrumento de pesquisa ficha de avaliação neurológica e questionário subjetivo de avaliação de resultados com pacientes lesados medulares na fase aguda, na faixa etária de 18 a 55 anos internados no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) inaugurado em 2006, no município de Ananindeua, região metropolitana de Belém do Pará.

Resultados: De acordo com a analise realizada no questionário subjetivo de avaliação de resultados fornecido aos participantes da pesquisa, constatou-se nas respostas dos mesmos que a terapia ocupacional se faz importante e necessária na fase aguda da lesão medular, pois a importância do tratamento através do treino das AVD’s não se dá somente pelo fato da reabilitação de movimentos ou recuperação de ações diárias, mas também como um recurso terapêutico em si, rico em oportunidades de expressão de diferentes comportamentos humanos o que diferencia cada ser humano.

Conclusão: A intervenção terapêutica ocupacional na fase aguda de lesão medular se faz necessária e extremamente importante, pois habilita ou reabilita o paciente com treinos de atividade de vida diária para o mesmo ser mais independente nas AVD’S, facilitando o retorno ao seu cotidiano e consequentemente amenizando os impactos que a nova condição física acarretará. Esclarece as duvidas dos pacientes e seu familiares/cuidadores acerca da patologia e de sua nova condição, apresenta os recursos de tecnologia assistiva que irão ajudar a realizar suas tarefas diárias como alimentar-se, escovar os dentes, pentear os cabelos, além de prevenir possíveis deformidades realizando a reabilitação precoce. 

Palavras-chave: terapia ocupacional, lesão medular, reabilitação física, fase aguda, AVD’S.

1. INTRODUÇÃO

A Lesão Medular (LM) é caracterizada por um dano à medula espinhal, tal situação pode ocasionar danos neurológicos e comprometer a função motora, sensitiva e autônoma. (BRUNI, 2003).

 As maiores causas da lesão medular são traumáticas ocasionadas por ferimentos por projétil de arma de fogo 71,9%, acidentes de transporte (automóvel, bicicleta, atropelamento, moto, etc.) 12,5%, quedas 12,5%, mergulho 10%, outros traumatismos (VALL et al., 2006).

As principais consequências decorrentes da lesão medular são tetraplegia ou paraplegia, alterações tróficas e alterações sexuais, isto se deve ao fato da medula ser um núcleo regulador do sistema nervoso, sendo que a gravidade da lesão está diretamente relacionada com o nível vertebral acometido (DE CARLO et al., 2004).

A lesão medular é irreversível, e em geral ocorre em pessoas ativas que devido ao trauma encontram-se dependentes de outras pessoas para seus cuidados diários. Desta forma, é necessário a elaboração de um programa bem estruturado e especializado pela equipe de assistência que objetive à adaptação do indivíduo a nova condição de dependente, abrangendo a prevenção de danos secundários, melhora da qualidade de vida por meio da independência funcional, melhora da autoestima e inclusão social (VALL, 2006).

Atrice e colaboradores (2004) complementam referindo que um programa de reabilitação bem estruturado inclui etapas de prevenção e tratamento precoce com o paciente internado, para que posteriormente ele prossiga para tratamento ambulatorial e em seguida para a reintegração na comunidade.

Neste sentido, as ações da terapia ocupacional, visam o alcance máximo de autonomia e independência, atuando na reorganização do individuo em seu cotidiano compreendendo-o holisticamente e de maneira integral para propor ações efetivas que proporcionem a reafirmação dos papéis sociais comprometidos pela sua condição clínica.

A ênfase desta pesquisa foi tratar da atuação do Terapeuta Ocupacional  no contexto hospitalar com pacientes lesados medulares na fase aguda, os mesmos necessitando de uma avaliação criteriosa e cuidados intensivos.

Segundo De Carlo (2004), a ação da terapia ocupacional em contextos hospitalares vem caracterizando-se através de intervenções voltadas às consequências ocasionadas por enfermidades e pelo processo de internação hospitalar, o qual ocasiona grande ruptura do cotidiano em que o paciente estava inserido.

O terapeuta ocupacional tem como objetivo primordial a qualidade de vida do indivíduo hospitalizado, em torno do dimensionamento das condições e necessidades com o ambiente e da relação com família e equipe, considerando sua globalidade e integridade. Além de cuidar da otimização das capacidades físicas comprometidas pelas condições clínicas que levaram o paciente à internação, procurando ajudá-lo a elaborar melhor, por meio da organização do seu cotidiano e de atividades promovidas no próprio espaço hospitalar, os aspectos sócio-emocionais envolvidos no processo de hospitalização, como a dor, a separação, o sofrimento, a perda, a morte, os problemas decorrentes do afastamento do trabalho e as dificuldades de retorno ao ambiente doméstico, entre outros. (DE CARLO et al., 2004, p.10).

Neste sentido, um dos objetivos da intervenção terapêutica é repassar orientações para pacientes e familiares/cuidadores, bem como realizar mudanças funcionais, auxílios para locomoção, dispositivos assistivos e recursos comunitários,  as quais constituem uma importante etapa do programa de Terapia Ocupacional (PEDRETTI; EARLY, 2004).

Cabe ao terapeuta ocupacional criar estratégias que incentivem o indivíduo a continuar agindo sobre o mundo, mantendo sua capacidade de criação, expressão e produção, de forma que o mesmo possa compreender, superar ou minimizar o impacto de suas limitações no cotidiano, fazendo surgir e transparecer suas capacidades e potencialidades.

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