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Leishmaniose e Toxoplasmose

Por:   •  28/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.158 Palavras (9 Páginas)  •  560 Visualizações

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LEISHMANIOSE

A Leishmania donovani também conhecida por leishmaniose visceral é uma das três espécies do gênero Leishmania, sendo as outras duas a Leishmania tropical ou leishmaniose cutânea ou ainda “Botão-do-oriente”, devido às lesões no local da picada do inseto e a Leishmania brasiliensis ou leishmaniose cutânea ou ainda úlcera de bauru (FORTES, 2014).

As espécies de Leishmania são parasitas intracelulares, tendo como hospedeiros definitivos os vertebrados acometendo principalmente o homem, o cão e ampla variedade de animais silvestres, multiplicando-se dentro dos macrófagos e outras células do SFM (Sistema Fagocitário Monocítico), destruindo-os e ao estarem livres na circulação sanguínea invadem outros macrófagos até então intactos. Apresentam como hospedeiros intermediários os invertebrados, sendo eles os mosquitos hematófagos Phebotomus para o velho mundo e Lutzomya para o novo mundo, também conhecido por mosquito-palha (URQUHART; et al., 1996).

A espécie a ser estudada é a Leishmania donovani, seu ciclo biológico inicia-se através do repasto sanguíneo pelo mosquito Lutzomya em um indivíduo vertebrado infectado pela doença ingerindo as leishmanias sob a forma de amastigota. Após ser ingerida pelo inseto, é transformada no intestino do flebotomíneo para a forma de promastigota dividindo-se rapidamente por divisão binária ou cissiparidade. O mosquito ao picar o futuro hospedeiro definitivo (vertebrados) para se alimentar, inocula por regurgitamento a forma promastigota e ao adentrar o macrófago, a forma promastigota diferencia-se sob a forma amastigota começando a se dividir novamente (URQUHART; et al., 1996).

Após os macrófagos estarem repletos de amastigotas, eles se desvitalizam rompendo e liberando esta forma amastigota para serem fagocitadas por novos macrófagos em um processo contínuo ocorrendo à disseminação hematogênica e linfática, em seguida dissemina-se para os linfonodos, baço e medula óssea, além dos tecidos ricos em células do SMF (SCHIMMING; et al., 2012).

A forma infectante da LVC ocorre no momento em que o mosquito realiza o repasto sanguíneo inoculando a forma promastigota livre na circulação sanguínea até o momento em que as células do SMF, os macrófagos, fagocitam os protozoários sendo transformados em amastigotas disseminando-se, e iniciando a forma patogênica ao se instalarem em tecidos acometendo os linfonodos, baço e medula óssea (SCHIMMING; et al., 2012).

A patogenia da leishmaniose visceral canina é apresentada como macrófagos proliferantes ativos infectados pelo protozoário Leishmania podendo também acometer os plasmócitos e os linfócitos. Estes macrófagos infectados pelos microorganismos são destruídos tornando os animais imunes à reinfecção após recuperar-se. Portanto, se a imunidade celular do animal não for responsiva ao microorganismo, alguns tecidos como baço, fígado, linfonodos e lesões cutâneas persistentes podem apresentar uma dilatação crônica podendo também o organismo infectado apresentar uma anemia hemolítica (URQUHART; et al., 1996).

Os sinais clínicos da leishmaniose visceral canina podem levar de três meses a um ano para se desenvolverem, podendo este animal infectado nem estar mais localizado em áreas endêmicas (URQUHART; et al., 1996). Os sinais mais evidentes são alopecia ao redor dos olhos, grandes áreas de infecções na pele, anemia, caquexia, apatia, anorexia, vômito, diarreia, polifagia, epistaxe, melena, onicogrifose, além de dificuldade locomotora, linfoadenomegalia, esplenomegalia e hiperglobulinemia (SCHIMMING; et al., 2012).

Os métodos de diagnóstico para a leishmaniose visceral canina podem ser divididos em clínicos e laboratoriais. O diagnóstico clínico consiste em avaliar os sinais externos do animal, sendo eles a onicogrifose, a alopecia ao redor dos olhos, a caquexia, a dificuldade locomotora e as lesões cutâneas, porém estes sinais nem sempre permitem que o médico veterinário consiga fechar o diagnóstico da leishmaniose com segurança, necessitando do auxílio de exames complementares laboratoriais, como hemograma, bioquímica sanguínea (função renal e hepática) (FORTES, 2014). Porém estes exames ainda não conseguem fechar o diagnóstico da leishmaniose, devendo-se então, serem realizados exames parasitológicos de biópsia de baço, fígado, nódulos linfático e medula óssea, após ser realizado o método de citologia desses tecidos. Este exame deve ser realizado através da análise de uma gota espessa deste aspirado e corado com corantes como Giemsa, Wright e Panótico (SCHIMMING; et al., 2012).

Outra opção de exame complementar são os raspados cutâneos profundos das lesões, sendo realizados através de escarificações até que se provoque uma sangria do local repleto de crostas ou escamas ou ainda a aspiração dos nódulos cutâneos. Com o material obtido, realiza-se um esfregaço sanguíneo em lâminas coradas pelo corante Giemsa ou Pappenheim (FORTES, 2014).

A leishmaniose visceral canina é uma zoonose, por isso seu controle tem que ser muito bem feito, começando pela prevenção da disseminação da doença, eliminando a causa base, no caso os vetores (RIBEIRO, 2007).

Segundo o Decreto do Senado Federal número 51.838 de 14 de março de 1963, é obrigatório à notificação da doença para que possíveis medidas sejam tomadas. A prática da eutanásia canina é obrigatória se a sorologia apresentar resultado positivo ou parasitológico positivo (RIBEIRO, 2007).

Os métodos profiláticos adotados para a prevenção da doença são:

  • Controle de Vetores: caberá as Secretarias de Estado de Saúde fazer isso, controlar os flebotomíneos que são os transmissores da leishmaniose visceral canina, podendo ter como metodologia a coleta manual com tubo de sucção, coleta manual com capturador motorizado, coleta com armadilha adesiva, coleta com armadilhas luminosas e armadilhas com animais, o controle também deve ser feito no ambiente com a utilização do colar e da loção inseticida no cão; (BRASIL, 2006).
  • Controle de Reservatório: o Ministério da Saúde recomenda a técnica da eutanásia em todos os cães com sorologia positiva, sendo o Médico Veterinário desestimulado a fazer o tratamento no animal soro positivo; (RIBEIRO, 2007).
  • Vacinação: aplicação da Leishmune® a partir dos quatro meses de idade em três doses no cão, tendo um intervalo de 21 dias, caso o animal seja picado nesse período pode ser infectado, lembrando que o período incubação da leishmaniose visceral canina geralmente é de 3 a 7 meses. (RIBEIRO, 2007).

O tratamento no animal positivo não é indicado, sendo proibida a pratica de utilização de medicamento terapêutico humano no cão. (ARRUDA, 2009).


TOXOPLASMOSE

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