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Mastite ambiental em ruminantes

Por:   •  20/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.974 Palavras (8 Páginas)  •  96 Visualizações

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MASTITE AMBIENTAL EM RUMINANTES: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS,  FARMACOLÓGICOS, HEMATOLÓGICOS E ZOOTÉCNICOS.  

Felipe Santos do Nascimento; Gabriel Jovino de Oliveira; Maria Cecília Palmeira Sales; Maria Eduarda Rodrigues de Almeida.

RESUMO

Palavras-chave:

1. INTRODUÇÃO

A mastite é a inflamação das glândulas mamárias de animais leiteiros, mais frequentemente nos ruminantes. Esta pode ser classificada como clínica, a qual contribui para alterações visíveis no leite; subclínica, que causa a diminuição da produção do leite mesmo sem sinais de inflamação (DA COSTA, 1998); e também em relação ao agente causador (SILVA E NOGUEIRA, 2010).

Uma das classificações é a mastite ambiental, causada devido à exposição dos animais a micro-organismos no ambiente de ordenha. Essa infecção pode acontecer por falta de higienização no ato da ordenha, ou até mesmo no contato direto com a contaminação, como no solo sujo de fezes. Os principais causadores da mastite ambiental são: Escherichia coli, Klebsiella pneumonia, Enterobacter aerogenes, Proteus, Streptococcus uberis, e Pseudomonas aruginosa. (TRICHES et. al. [s.d])

Este trabalho tem como objetivo esclarecer do que se trata a mastite ambiental, como controlar e preveni-la, bem como expor os seus aspectos epidemiológicos, farmacológicos, hematológicos e zootécnicos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

 Na etiopatogenia das mastites, é possível relacionar inicialmente a causa aos agentes patogênicos, mas esta é uma consequência do manejo incorreto no momento da ordenha, portanto, a falta de higiene, ordenhadoras inadequadas, alimentação, clima também podem ser relacionados como causadores ou propiciadores da doença (FERREIRA et. al 2007).

De acordo com COENTRÃO (2008):

Os fatores de risco para mastite subclínica foram: animais com a base do úbere junto ou abaixo do jarrete, rachaduras ou fissuras nas partes de borracha do equipamento de ordenha, inadequação das teteiras, deficiência de limpeza dos pulsadores, falta de treinamento dos ordenhadores, não-utilização de diagnóstico microbiológico para mastite, imersão do conjunto de teteiras em solução desinfetante entre a ordenha de animais distintos, e inserção total da cânula de antibiótico nos tetos na secagem da vaca.”

Para o controle das mastites, é necessário oferecer o manejo adequado para tais animais. Manter o ambiente limpo, realizar a limpeza das mãos e/ou da ordenhadeira, bem como a limpeza do teto. Além disso, realizar a linha correta da ordenha, priorizando animais sadios primeiro, para evitar uma infecção cruzada.

2.2 ASPECTOS HEMATOLÓGICOS

É possível relacionar a mastite como propiciadora da anemia da doença inflamatória, subsequente da anemia da doença crônica, que é decorrente de infecções e inflamações crônicas e apresenta características normocíticas e normocrômicas, isto é, não apresenta alterações no tamanho e nem na coloração. De acordo com WANER e HARRUS (2020), de três a dez dias, pode haver uma diminuição do volume globular e na concentração da hemoglobina, decorrente de uma diminuição da disponibilidade de ferro, o chamado “sequestro de ferro”; da sobrevida dos eritrócitos; da liberação do hormônio eritropoietina e da resposta medular frente à anemia. Devido a esse prolongamento da situação, a condição evolui para uma anemia microcítica hipocrômica, ou seja, hemácias de um tamanho reduzido e de coloração mais clara.

A defesa celular da glândula mamária envolve principalmente os neutrófilos (PAES et. al., 2009), sendo o primeiro passo da resposta inflamatória (COLLA, 2019). Para a defesa, o sistema imune envia um grande número de leucócitos polimorfonucleados, que se encaminha para a glândula mamária através da corrente sanguínea.  (Blowey & Edmondson, 2008).

As proteínas plasmáticas totais, compostas por albumina, globulina e fibrinogênio também podem apresentar alterações na concentração: “Em animais com mastite, o aporte de proteínas plasmáticas para a glândula mamária se eleva para combater a infecção” (COLLA, 2019, p.20). Considerando os valores referentes às proteínas em estado normal sendo entre 7,0 – 8,5 para bovinos, somando no máximo 3,55 da albumina e 3,48 da globulina, de acordo com Costa et.al, foi observado um aumento de 9,44% e 0,34% no valor da albumina e de 17,24%  e  37,66% no valor da globulina, em vacas com mastite clínica e subclínica, respectivamente. Além disso, o fibrinogênio também pode conter variações, sabendo que este pode ser utilizado como indicador de um resposta inflamatória (COLLA, 2019). Nesse sentido, Jain (1993) e Kaneko et. al. (1997) também observaram um aumento nos níveis de fibrinogênio em vacas com mastite, comparadas com os valores sadios.

Dessa forma, é possível concluir que o animal com mastite pode evoluir para um nível anêmico, que só evolui ao longo do tempo. Ademais, levando em consideração que pode haver aumento nos níveis de albumina, pode se considerar também uma situação de desidratação, e de claramente, altos níveis inflamatórios.

2.3 ASPECTOS FARMACOLÓGICOS

Um dos principais fármacos que são empregados no tratamento da mastite é o mastizone, que tem como mecanismo de ação a bromexina. A Mastizone é feita com cefoperazone sódico, um antibiótico propriamente dito, que pertence a família das cefalosporinas de terceira geração, ao qual possui de forma geral uma ação bactericida sobre uma diversidade de vermes Gram negativos e Gram positivos aeróbicos e anaeróbicos causadores da mastite. Além disso, como a mastite é dividida em duas classificações, tal medicamento é designado no tratamento de ambas. A associação com a bromexina faz com que haja uma maior penetração e difusão maior e mais intensa do antibiótico até o local da infecção, resultando num tratamento mais eficaz e prevenindo recidivas.

Como ela é considerada  uma cefalosporina de terceira geração, a mesma acaba possuindo uma atividade antibacteriana "in vitro" e obtendo uma maior resistência à enzima beta-lactamase que são as cefalosporinas de primeira e segunda geração. O mesmo pode causar efeitos adversos à saúde animal se aplicada de forma irregular, como por exemplo, caso haja a ordenha antes da aplicação, com a finalidade de eliminar todo o leite residual e qualquer máteria em composição, pode surgir futuras complicações e gerar o efeito inverso do medicamento, anulando sua função.  Outro ponto de suma importância é o processo de higienização das mãos e o teto da vaca, antes da aplicação do medicamento.

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