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RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA FELINA

Por:   •  23/10/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.119 Palavras (5 Páginas)  •  463 Visualizações

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RINOTRAQUEÍTE INFECCIOSA FELINA

A rinotraqueíte infecciosa felina é uma doença do trato respiratório superior de felinos, acomete tanto a espécie doméstica quanto as selvagens. O vírus é transmitido por contato direto e o período de incubação geralmente é curto.  A infecção pelo Herpesvírus tipo 1 (FHV-1) é comum entre felinos e extremamente contagiosa, resultando em sinais clínicos respiratórios e oculares severos. É uma doença de distribuição mundial. O vírus pertence à família Herpesviridae subfamília Alphavirinae, gênero Varicellovirus. O calicivírus felino (CVF) juntamente com o FHV-1 constituem as duas principais causas de doença respiratória em gatos (CASTRO, 2012).

Acometem principalmente animais jovens, podendo levar a óbito. O vírus replica-se rapidamente em células epiteliais, conchas nasais, traquéia e conjuntiva, indo posteriormente para o gânglio trigeminal. Durante a infecção aguda, o vírus atinge o gânglio trigeminal podendo ficar em latência nesse sítio, mas não há replicação no gânglio, 80% dos animais tornam-se portadores por toda a vida tendo papel fundamental na perpetuação da infecção por reativação viral, a qual pode ser induzida por estresse, prenhez, lactação, uso de corticoides ou qualquer situação que deixe o portador imunodeprimido, ou em locais onde se observa um grande número de animais. No período de reativação viral, o vírus é liberado por uma a três semanas (SILVA; CRUZ, 2017). O agente penetra por via nasal, oral ou conjuntival, causando infecção primária do epitélio nasal com subsequente proliferação para o saco conjuntival, faringe, traquéia, brônquio e bronquíolos. As lesões são caracterizadas por necrose multifocal do epitélio, com infiltração neutrofílica e inflamação (CASTRO, 2012).

 Durante a fase aguda da infecção observa-se febre, secreções nasais e oculares acentuadas, espirros, conjuntivite, tosse e dispnéia. Após reativação viral e reaparecimento da doença, alguns gatos podem demonstrar quadro de doença citolítica aguda, enquanto outros podem aparentar doença ocular crônica imunomediada em resposta à presença do vírus nestes locais. Outros sinais clínicos que ocorrem na doença são anorexia, depressão, descarga serosa nasocular (por vezes sero-sanguinolenta), úlcera de córnea, blefarite, hiperemia conjuntival e, com menos frequência, sialorréia e tosse. O aparecimento de infecções bacterianas secundárias é comum e, nesse caso, as secreções purulentas se tornam achados frequentes (GASKELL; BENNET, 2001). Em alguns filhotes mais susceptíveis, a doença poderá ser mais grave. Nesses casos, a infecção por HVF-1 frequentemente está associada com pneumonia primária e estado de viremia, que por sua vez produzirão sinais generalizados e, eventualmente, morte (BISSO et. al, 2011).

O diagnóstico é realizado através dos sinais clínicos, pelo isolamento do FHV-1, por imunoflorescência (IFA) e através da detecção do DNA viral pela reação em cadeia da polimerase (polymerase chain reaction – PCR) PCR. A técnica de PCR é atualmente utilizada para detectar DNA de swab conjuntival, corneal, ou orofaringeano, ou biópsias. Infiltração neutrofílica, inflamação e necrose multifocal no epitélio oral, conjuntival e nasal são observados na histopatologia. O diagnóstico diferencial no animal vivo de uma infecção por calicivírus ou por clamídias (pneumonia felina) somente é possível com métodos virológicos (BISSO et. al, 2011).

A reposição de fluidos, eletrólitos e manutenção do equilíbrio ácido-básico (reposição de perdas de potássio e carbonatos devido à sialorréia e inapetência), preferencialmente por administração endovenosa, é requerida em gatos com sinais clínicos graves e utilização de sonda nasogástrica é de fundamental importância principalmente nos animais que não estão se alimentando (CASTRO, 2012). Na presença de descarga nasal, pode ser utilizada solução salina 0,9% para limpeza, a qual deverá ser feita várias vezes ao dia, conforme a gravidade do caso, podendo também fazer uso da nebulização com descongestionantes nasais (BISSO et. al, 2011).

O tratamento pode ser feito com diversos fármacos, como os antivirais, antibióticos para infecções bacterianas secundárias, imunoestimulantes, fluidoterapia, anti-inflamatório não esteroidal, quando necessário para aliviar sintomas febris, o paciente deve ser sempre avaliado com realização de todo o suporte necessário (HENZEL; LOVATO; WEIBLEN, 2015). Se existe uma conjuntivite purulenta, deverá administrar um colírio com antibiótico. No caso de conjuntivite se faz uso de colírios ou pomadas a base de cloranfenicol, gentamicina, tetraciclina, ciprofloxacina. Colírios lubrificantes é de uso obrigatório. O suplemento vitamínico utilizado contem L-Lisina, esse aminoácido é antagonista da arginina, a qual é essencial para a replicação viral do FHV-1. Outro componente que é supracitada na alimentação é o enriquecimento da dieta com recurso de vitaminas C onde evitam a replicação de microorganismos e acidificam as secreções. Em pacientes portadores do HVF-1, normalmente não se indica a terapia com corticosteroides, pois estes atuam inibindo o acúmulo de neutrófilos e macrófagos no sítio da inflamação, suprimindo o mecanismo de resistência natural necessário para a recuperação em face de uma infecção viral primária (ORIÁ et al. 2012).

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