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A Dinâmica do Uso da Terra

Por:   •  6/10/2022  •  Projeto de pesquisa  •  4.373 Palavras (18 Páginas)  •  97 Visualizações

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A Dinâmica do uso da Terra

Nas regiões da África, América Latina e algumas partes da Ásia aplica-se o sistema de uso da terra extensivo, seguindo a ideia de a cada um ano ou dois de uso um tempo de pousio( repouso ou descanso da terra para torna-la mais fertil).

Já no outro extremo, como é visto no Egito e no Oriente, os solos cultivados oferecem pelo menos duas colheitas anuais.

Entre esses extremos tambmém existem casos em certas regiões que utilizam de forma intermediária, onde encontra-se no mesmo país regiões sob cultivo intensivo e em outras partes cultivo anual ou pousio mais e menos extensivos

Cultivo com pousio Longo ou Florestal - Nesses casos são abertas clareiras entre a mata onde ali será semeado e posteriormente colhido, após este processo as áreas são abandonadas com o objetivo que a floresta invada e tome conta novamente, por conta disso o pousio nessas áreas é feita entre 20 a 30 anos. Esse tipo de floresta é então chamada de floresta secundária, em oposição a primária, ou virgem que nunca foi cultivada ou há séculos atrás.

Cultivo com pousio Arbustivo - Sistema com pousio mais curtio, 6 a 10 anos. Não tem o objetivo de fechar com florestas nesse curto tempo, mas sim com pequenas árvores e arbustos. Os períodos de cultivo initerrupto variam consideravelmente. Podem não se estender por mais de um ou dois anos, como também podem ser até 8 anos.

Cultivo com pousio Curto - O solo fica em repouso por 2 anos no máximo. Apenas capim e mato rasteiro crescem ali.

Cultivo anual - A terra é deixada em repouso por alguns meses, tempo entre colheita e plantio. Inclui-se nesse pousio o sistema de rotação anual, onde uma ou mais culturas semeadas no ano são capins ou forragens.

Cultivos Múltiplos. Sistema mais intensivo onde a área suporta duas ou mais lavouras anualmente. Colheita e plantio sucedem-se num curto espaço de tempo entre si.

Devido a grande crescente populacional nos ultimos anos, tem se tornado frequente a mudança de um sistema extensivo para intensivo.

Em regiões do mundo onde o sistema era de pousio longo, os agricultores não conseguiram mais extrair o suficiente de extrações advindos da floresta secundária, tendo que recorrer ao recultivo de áreas que ainda estavam se desenvolvendo, fazendo com que a floresta recua-se e a região se torna-se árida. Aqueles que faziam pousio arbustivo passaram para o curto e estes pelo anual.

Sequência Histórica

Não é recente o sistema de encurtamento do pousio, pesquisas arqueológicas revelaram que na Europa Ocidental durante a Idade Média, a execução do sistema anual de pousio e segunda metade do séc 18, pesquisas também revelaram a existencia de um sistema baseado no pousio longo na era neolítica. Assim sendo possível denotar que ao longo dos anos e pelas mudanças que ocorreram na Europa, correspondem ao encurtamento dos sistemas de pousio.

Uso da Terra nos Trópicos

No passado, colonizadores e funcionários colonias europeus, em regiões que predominava o alqueive longo, ignoraram o fato de que áreas que aparentavam estar em desuso estavam na verdade em pousio, sendo declaradas reservas e não permitiram que os nativos abrissem clareiras. A expropriação das terras em pousio teria, necessariamente, de forçar os cultivadores a reduzir os períodos de repouso do solo conduzindo a exaustão, o que unido a queimada dos nativos, abriu os olhos dos europeus para o cultivo de sistema pousio longo.

O professor Gourou supõe que a maior parte dos trópicos é

esparsamente povoada porque o solo é incapaz de suportar cultivo em

mais de um ano entre vinte e, portanto, incapaz de suportar um popu-

lação numerosa. A conclusão de Gourou e que a população nos tró¬

picos atingiu o limite imposto pelas disponibilidades do território e que qualquer aumento de população só poderá ser acomodado com base na industrialização e no comércio exterior.

No entanto com a Conferência Interafricana do Solo de 1955, em Leopoldville, Mostrou-se que a terra usada para cultivo intensivo em partes da Nigéria, por exemplo, é do mesmo tipo da utilizada para rotações de pousio longo na Nigéria e em outras partes sujeitas a condições climáticas semelhantes. Fertilidade pode ser o resultado do uso de métodos intensivos de cultivo. Não o contrário

A Paisagem em Mudança

A descoberta da presença anterior de sistemas de pousio longo em re-

giões que agora estão desertas ou sob cultivo intensivo desacreditou a idéia de que diferentes sistemas seriam adaptações a diferentes tipos de solo e clima. Sugere-se agora que, no período neolítico, as

florestas cobriam superfícies muito mais amplas que as atuais e que as áreas de florestas ter-se-iam reduzido em razão do uso do cultivo itinerante, devido ao uso de fogo para fins de caça e da perda acidental no controle das chamas na abertura de clareiras.

O solo submetido freqüentemente às queimadas tende a cobrir-se cada vez mais de ervas.

A mudança de florestas e bosques para campos abertos acontece mais provavelmente quando o crescimento da população leva em consequência à redução dos intervalos de pousio. O recuo das florestas acabou por

afetar o clima, fazendo-o mais seco e facilitando a expansão de desertos; além disso a expansão das terras estéreis é resultado primeiramente da erosão causada por cultivo e pastoreio excessivos advindos desde as tribos nomades.

Malthus pensava que o aumento da população além do nível de capacidade de suporte da terra deveria levar a eliminação do excesso de população seja diretamente, por inanição, seja através de outras restrições positiva. A nova versão malthusiana e baseada na idéia de que o aumento de população leva a destruição do solo

As teorias malthusianas no entanto são enganosas, pois tendem a negligenciar as evidências que temos a respeito de populações em crescimento que conseguiram alterar seus métodos de produção de maneira a preservar e aumentar a fertilidade de suas terras

Populações em crescimento podem ter, no passado, destruído

mais do que aperfeiçoado as terras que cultivaram. Mas não há razão

para extrapolar tendências

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