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‘’A FUGA DE ANDRÉ” : UMA INTERBVENÇÃO PSICOTERAPÊUTICA

Por:   •  6/9/2022  •  Resenha  •  1.706 Palavras (7 Páginas)  •  150 Visualizações

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‘’A FUGA DE ANDRÉ” : UMA INTERBVENÇÃO PSICOTERAPÊUTICA

MOTA, Catarina Pinheiro. “A Fuga de André”: Uma intevenção Pscicoterapêutica . Estudos de Psicologia I Campinas I 29(Supl.) I 809s-820s I outubro - dezembro 2012.

Em “A fuga de André”: uma intervenção Psicoterapêutica, a autora Catarina Pinheiro MOTA chama a atenção para a [problemática inerente à vivência de um adolescente de 15 anos de idade, que vive numa zona urbana do Norte de Portugal, com a mãe, o pai e um irmão de sete anos de idade, marcada pelo desencontro entre seu eu (em formação) e o contexto que o rodeia. Neste contexto temos um porcesso de incongruência que tende a um adocimento psicologico progressivo, pautado por angústia permanente e sensação de alienação pessoal por pattes de suas figuras parentais.

O artigo é descritivo e alguns momentos analíticos e usa principalmente da narrativa da evolução processo terapeutico a que André se submete.

Em suas páginas, o autor expoe que de acordo com a mãe, André foi encaminhado para a consulta de psicologia clínica pelo médico psiquiatra com o motivo:“… jovem com dificuldades relacionais, isolamento,conflitos com as figuras parentais, alteração da conduta em casa e no contexto escolar, diminuição de rendimento acadêmico e comportamentos de automutilação”. Somava-se ao encaminhamento uma indicaçãode psicoterapia. O pedido fora feito pelos pais de André, com queixa sobre suas dificuldades acadêmicas e preocupação com sua mudança de atitude, dentre as quais aaparência, a identidade sexual e o comportamento de automutilação

Para André o pai, de 43 anos, apresenta uma postura distante e rígida, e sempre foi uma figura pouco presentena vida de André. Embora morem na mesma casa, André aponta uma ligação frágil com ele, pautada por alguma severidade que lhe causa certa resistência e medo. . Porsua vez, a mãe, de 42 anos de idade, assume uma postura de maior proximidade, além de uma preocupação exacerbada e ansiedade permanente.Essa por sua vez revela indignação e constrangimento em face da mudança do filho, tido até então como figura-modelo, sempre anuente para com os pais e detentor de um excelenterendimento escolar. Já sua relação com o o com o irmão de sete anos de idade oscila entre a cumplicidade e conflitos permanentes, pois este “denuncia” aos pais os seus hábitos, assumindo em certa medida uma postura “mimada e manipuladora”.Sua relação com familia ampliada, avós, tios André apresenta uma relação distante, ressaltando o seu desagrado nas reuniões familiares, em que se sente posto em causa, principalmente pela avó, que assume uma postura muito conservadora e exigente, assim como pelos tios,que oferecem recompensas econômicas para que ele mude de aparência. André encontra-se mais voltado para o grupo de pares, xclusivamente elementos do sexo feminino,e apenas um rapaz que o acompanha no percurso escolar desde a infância; com eles, refere sentir-se mais livre para “ser ele mesmo”.

Quando é inciado a primeira fase da terapia, André mantém um contato ocular pouco frequente e realiza pequenas intervenções apenas quando solicitado. Apresenta uma postura relutante, apreensiva e resistente. Salienta-se que, quando da primeira consulta, André apresenta comportamento de automutilação, desenvolvido em três episódios, motivado por dificuldades em gerir a frustração, numa “tentativa de fuga”.

André descreve que, cerca de seis meses antesda terapia, no final do ano letivo, alterou sua relação com as figuras parentais e o contexto social em geral,concretizando sua necessidade de olocar em causa as imposições dos pais e dizer ao mundo que “está cansado de ser como é” (sic). André isolou-se em casa, voltando--se para seu corpo e para a descoberta de novas perspectivas de vida. Estabeleceu contatos através de várias redes sociais, chamando-lhe a atenção a irreverência de alguns “amigos” que adotavam o estilo “Emo”. André parece ter-se identificado com alguns aspectos dessa subcultura que contrastam com sua realidade, desenvolvendo progressivamente um estilo pessoal que lhe pareceu mais libertador (sic), mas que em paralelo criou conflitos significativos com o contexto, realçando o sentimento de exclusão e a intolerância à frustração, que ele tem gerido por meio da automutilação. Destaca-se, para além da mudança de aparência física, a necessidade de afirmação mocional.

A vivência de André deixa adivinhar um sofrimento significativo ocasionado pelo sentimento de aprisionamento, incompreensão e revolta, mas, ao mesmo tempo, o medo de perda das figuras ignificativas de afeto

Cerca de seis meses antes da terapia André sinalizou “não aguentar mais”, tornando urgente a mudança (sic); no entanto, a transição profunda envolvida nesse processo parece ter gerado constrangimentos significativos em sua relação com o contexto familiar e escolar. Se, por um lado, André pareceu sentir-se mais genuíno, por outro, sentia-se incompreendido e rejeitado, fato que lhe acarretou um sentimento de revolta e insatisfação permanente.

Aponta seu mal-estar diante da falta de aceitação e, sobretudo, da invasão de privacidade de que se sente alvo (“... todos os dias revistam a minha mochila para ver se tenho bilhetes de rapazes... não posso sair sozinho... e não me dão dinheiro para eu não telefonar a ninguém, nem comprar coisas para mim!”). Assume uma mudança radical, mas necessária, que lhe tem acarretado conflitos permanentes (sic). Embora aindaresistente, André menciona sua dificuldade em gerir a relação com o contexto que o rodeia, especialmente com as figuras parentais, de modo que seu pedido não vai na mesma direção do desejo deles, mas sim no sentido de poder “viver a sua vida”.

O conhecimento mais profundo de André sugere um adolescente com acentuada agitação interna, dividido entre, de um lado, desejo de autonomia, vivacidade, esperança e criatividade (expressas na mudança radical de comportamento, aparência e afirmação da identidade sexual) e, de outro lado, incompreensão, incerteza e revolta (pela não aceitação, invasão pessoal e menosprezo experimentados, especialmente advindos das figuras parentais). Percebe-se nele uma difusão da identidade, uma procura do eu ainda confuso e em processo de construção; por isso experimenta e desafia em vários domínios, na tentativa de encontrar o bem-estar pessoa.

Percebe-se nele uma difusão da identidade, uma procura do eu ainda confuso e em processo de construção; por isso experimenta e desafia em vários domínios, na tentativa de encontrar o bem-estar pessoal.

A avaliação

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