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As Alternativas de Segunda Safra

Por:   •  14/9/2018  •  Artigo  •  1.674 Palavras (7 Páginas)  •  267 Visualizações

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Alternativas de cultivo de segunda safra em regiões do médio norte do Estado de Mato Grosso

Kássio De Marco1; Aldo Nuss2; Emerson Carli3; Reginaldo Ribeiro4; Rivanildo Dallacort5

1Acadêmico do IFMT, Campus de Lucas do Rio Verde-MT, kassio.marco@hotmail.com;

2Professor do FAAT, Campus de Lucas do Rio Verde-MT, aldo@faculdadeagora.edu.br;

3Acadêmico do IFMT, Campus de Lucas do Rio Verde-MT, emerson@agrofertilmt.com.br;

4Professor do IFMT, Campus de Lucas do Rio Verde-MT, reginaldo.ribeiro@lrv.ifmt.edu.br; 

5Professor da UNEMAT, Campus de Tangará da Serra-MT, rivanildo@unemat.br;

1. Introdução

De maneira geral, o Estado de Mato Grosso pode ser dividido em duas estações, seca, de maio a setembro, e chuvosa, de outubro a abril, efeito evidenciado por Dallacort et al. (2010). O Estado tem se consagrado como o maior produtor nacional de soja e de milho segunda safra (CONAB, 2017).

De maneira geral, a soja é considerada a safra principal e o milho é plantado em sequência na segunda safra, ou “safrinha” como também é conhecida. No entanto, essa sucessão de culturas vem ocasionando sérios danos ao sistema produtivo, principalmente no que se refere à compactação do solo, aumento da quantidade de nematóides predadores, resistência de pragas, doenças e plantas daninhas (KAPPES, 2013). Outro fator que gera insegurança é a instabilidade do preço e aumento dos custos de produção (AGROLINK, 2018).

Mediante o exposto, torna-se necessário existir alternativas de cultivo, principalmente no que se refere à segunda safra, visando à exploração sustentável do solo. Dessa maneira, o objetivo do trabalho será avaliar a adaptabilidade agroclimática de 3 culturas (feijão, arroz e canola) em dois municípios (Diamantino e Sinop) de acordo com as exigências das mesmas e série histórica de dados climáticos.

2. Metodologia ou Materiais e Métodos

Para a determinação da adaptabilidade das culturas na região, utilizou-se dados decendiais (intervalo de 10 dias) de temperatura e de precipitação pluviométrica, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET e Agencia Nacional de Águas – ANA, as quais possuem estações meteorológicas em diversas regiões do Estado de Mato Grosso. Para a tabulação e verificação da consistência dos dados, utilizou-se o software computacional CLIMA, desenvolvido pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) (FARIA et al., 2003).

Essas variáveis foram confrontadas com as exigências climáticas das cultivares (disponíveis na literatura), no período correspondente a segunda safra, para determinar períodos pontuais desfavoráveis ao desenvolvimento, como períodos com baixos índices pluviométricos ou temperaturas além ou aquém da faixa considerada ideal. Com base nas exigências hídricas e de temperatura da cultura, a região norte do Estado será classificada como: a) apta; b) restrita ou c) inapta.

3. Resultados e Discussão

A distribuição decendial da precipitação para os municípios de Diamantino (Figura 1A) e Sinop (Figura 1B), indicam que as regiões possuem características semelhantes com relação à distribuição das chuvas.

A)

B)

[pic 4]

[pic 5]

Figura 1. Distribuição decendial da precipitação pluviométrica: no município de Diamantino - MT, considerando a série histórica de 1961 a 2010 (A) e no município de Sinop - MT, considerando a série histórica de 1973 a 2010 (B).

As regiões em estudo apresentam uma estação seca que vai de maio a setembro e outra chuvosa que vai de outubro a abril, o que é uma condição climática característica da região dos cerrados. Os dois municípios tiveram como característica, os três meses mais chuvosos (dezembro, janeiro e fevereiro).

Com relação ao regime decendial de temperatura das regiões em estudo (Figuras 2A – 2B), não existem grandes amplitudes de variação entre as médias decendiais do mês mais quente para o mais frio.

As médias decendiais de temperaturas mínimas registradas nas estações meteorológicas correspondem aos valores de 19,1 ºC em Diamantino e 20,8 ºC em Sinop. Com a análise da temperatura máxima permite-se verificar que as médias se encontraram inferiores a 35 ºC. Apresentando valores médio de 32,6 ºC em Diamantino e 32,6 ºC em Sinop (Figura 2).

A)

B)

[pic 6]

[pic 7]

Figura 2. Médias decêndiais da temperatura mínima, máxima e média em Diamantino - MT, considerando a série histórica de 1961 a 2010 (A) e no município de Sinop - MT, considerando a série histórica de 1973 a 2010 (B).

O feijoeiro pode ser semeado em três períodos: na safra das “águas” (outubro a novembro, podendo se estender a dezembro); “seca” (fevereiro a março) e “inverno” (maio a junho, período que é necessário à utilização de irrigação) (ARAÚJO et al., 2006).

As regiões em estudo podem ser consideradas como plenamente aptas ao cultivo do feijoeiro na safra das “águas”, baseando-se nas exigências climáticas e necessidade hídrica da cultura, pois em todos os decêndios do seu ciclo a cultura encontra-se na faixa ideal para o desenvolvimento (FANCELI, 2009; DOURADO-NETO, 2000).

Os riscos de deficiência hídrica na safra da “seca” são minimizados com a antecipação da semeadura para fevereiro ou para o primeiro decêndio de março. Na safra de inverno o cultivo do feijoeiro somente é possível através da utilização de tecnologia de irrigação, devido ao prolongado período com baixos índices pluviométricos (FANCELI, 2009; DOURADO-NETO, 2000). Resultados estes semelhantes aos encontrados por De Marco et al.(2014a), em estudos sobre a adaptabilidade agroclimática do feijão-comum em regiões produtoras do Estado de Mato Grosso.

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