Avaliação de cultivares de soja de diferentes tecnologias semeadas em duas épocas de semeadura

Avaliação de cultivares de soja de diferentes tecnologias semeadas em duas épocas de semeadura

Introdução

Devido ao grande fator econômico o cultivo da soja hoje ela é cultivada em todas as regiões brasileiras, devido ao desenvolvimento de tecnologia nacional de produção como, por exemplo, o desenvolvimento de cultivares adaptadas a diferentes ambientes. Pesquisas vêm sendo dirigidas no sentido de se alcançar maiores produtividades, associadas à redução nos custos de produção (ROCHA et al., 2006; DIAS, 2007).

A mesorregião do Extremo Oeste catarinense vem se consolidando como uma grande produtora de soja, sendo utilizada como opção de rotação com o milho no sistema plantio direto (SPD). Nos últimos anos vem sendo adotadas novas cultivares da cultura com sucesso entre os agricultores, mais precisamente, as precoces de hábito indeterminado (OLIVEIRA JÚNIOR et al., 2013).

Essas cultivares apresentam uma série de vantagens agronômicas, com destaque para a antecipação da época de semeadura, precocidade, elevado índice de colheita, crescimento ereto e folíolos pequenos, o que facilita o manejo de insetos-pragas e doenças, e flexibilidade de arranjos espaciais de plantas (OLIVEIRA JÚNIOR et al., 2010).

A produtividade da cultura da soja é expressada pela interação entre a planta, o ambiente e o manejo a qual ela e submetida. Dessa forma, a época de semeadura é um fator determinante para que tenhamos o sucesso em altas produtividades, alcançadas quando se conseguem justapor o desenvolvimento das fases fenológicas da cultura, com a presença de ambiente climático favorável à expressão da produtividade da cultivar em uso (OLIVEIRA, 2003).

Segundo Pelúzio et al. (2006) ao se optar por uma determinada época de semeadura, o produtor escolhe uma combinação entre a fenologia da cultura e a distribuição dos elementos do clima na região de produção, que poderá resultar em elevado ou reduzido rendimento.

Neste contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar cultivares de soja, quanto ao seu desempenho agronômico, em diferentes épocas e diferentes tecnologias, visando à indicação do melhor período de semeadura, em Serra Alta - SC.

Desenvolvimento

O experimento foi instalado no ano agrícola 2017/18, em uma propriedade localizada na Linha Novo Horizonte, município de Serra Alta, SC. As coordenadas geográficas do local são de 26º 42’ 31” de latitude Sul e 53º 02’ 52” de longitude Oeste, com altitude media 668 m em relação ao nível do mar. O clima da região, segundo classificação de Köppen, é do tipo Cfa, subtropical úmido, com chuvas bem distribuídas durante o ano (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007).

A área experimental vem sendo trabalhada cerca de 35 anos com as culturas da soja, milho, trigo e feijão. Nos últimos 20 anos foi adotado o SPD, com as rotações trigo/aveia/inverno e soja/milho/feijão/verão. O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho, de textura argilosa (SANTOS, 2013).

Os dados da precipitação durante o período experimental foram obtidos de um pluviômetro instalado cerca de 500 m da área experimental, e das temperaturas máxima e mínimas, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), estação de Chapecó, SC.

O delineamento experimental foi de blocos completos casualizados, em esquema de parcelas subdivididas 2 x 4, com 4 repetições. As parcelas principais formam a época de semeadura, e as sub parcelas foram utilizadas diferentes variedades de soja com diferentes tecnologias: M5826 (Convencional), P95R51 (Roundup Ready), 50I52RSF IPRO (Intacta RR2 Ipro), BS 1519 (LibertyLink).

A semeadura foi realizada nas datas de 17 de setembro e 15 de outubro de 2018, com semeadora mecânica de 8 linhas, espaçadas de 0,50 m. A densidade de semeadura foi de 18 sementes viáveis m-1 linear, objetivando um estande final de 330 mil plantas ha-1. Na adubação de semeadura foi fornecido 310 kg ha-1 do formulado NPK 02-20-20, no sulco de semeadura, conforme interpretação dos resultados da análise de solo e recomendações do manual de adubação e calagem para os estados do RS e SC (SBCS, 2004). Também foi realizado tratamento de sementes com aplicação de 2 mL kg-1 de sementes do inseticida com ingrediente ativo Fipronil + Piraclostrobina + Tiofanato-metílico. Para auxiliar a FBN, foi fornecido 2 mL de cobalto (Co) e molibdênio (Mo) kg-1 de sementes após o tratamento químico.

O manejo de plantas daninhas, tratos fitossanitários e demais práticas culturais foram realizados conforme a tecnologia empregada em cada uma das cultivares e seus custos foram tabelados conforme tabela abaixo (Tabela 1), conforme recomendações técnicas.

Tabela 1. Custo de produção da cultura da soja Intacta, soja RR, soja LL e da soja convencional, em Serra Alta – SC. Safra 2017/2018

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