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Melhoramento de milho no Brasil

Por:   •  1/3/2016  •  Artigo  •  2.347 Palavras (10 Páginas)  •  514 Visualizações

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MELHORAMENTO DE MILHO NO BRASIL

Claudio Yuji Tsutsumi [1], Jeferson Klein[2], André Luiz Piva3, Milcíades Ariel M. Arrúa3, Éder Júnior Mezzalino3, Anderson Santin3, Luiz Neri Berté3, Simoni Paladini3

O milho é um conhecido cereal cultivado em grande parte do mundo, é extensivamente utilizado como alimento humano ou ração animal, devido às suas qualidades nutricionais. Sendo um dos alimentos mais nutritivos que existem, contendo bons níveis de quase todos os aminoácidos conhecidos, com exceção para a lisina e baixos níveis de triptofano (PATERNIANI et al., 2000).

O milho pertence ao reino Plantae; divisão Anthophta; classe Monocotiledonae; ordem Poales; família Poaceae (Gramineae); gênero Zea; espécie Zea mays (Jussieu, 1789). O gênero Zea é composto por um grupo de gramíneas, algumas perenes e outras anuais, nativas do México e da América Central (PATERNIANI et al., 2000).

Tem um alto potencial produtivo, e é bastante responsivo à tecnologia. Seu cultivo geralmente é mecanizado, se beneficiando muito de técnicas modernas de plantio e colheita (PATERNIANI & CAMPOS, 1999).

A produção mundial foi de 818 milhões de toneladas em 2010. Os Estados Unidos respondem por quase 40% da produção mundial (Tabela 1 e 2). Outros grandes produtores são a China, a Índia, o Brasil, a França, a Indonésia e a África do Sul (FAO, 2012).

Tabela 1: Produção mundial de milho (principais produtores) – área cultivada, produção e rendimento (1961).

Ano

Produtores

Área com milho (ha)

Produção

(ton.)

Rendimento

(ton./ha)

% de

Produção

1961

  1. E.U.A

23.323.000

91.388.000

3,92

44,57

1961

  1. China

15.215.000

18.027.091

1,18

8,79

1961

  1. Brasil

6.885.740

9.036.240

1,31

4,40

Fonte: Food and Agriculture Organization – FAO (2012).


Tabela 2: Produção mundial de milho (principais produtores) – área cultivada, produção e rendimento (2010).

Ano

Produtores

Área com milho (ha)

Produção

(ton.)

Rendimento

(ton./ha)

% de

Produção

2010

  1. E.U.A

32.960.400

316.165.000

9,59

37,44

2010

  1. China

32.517.868

177.540.788

5,45

21,03

2010

  1. Brasil

12.814.800

56.060.400

4,37

6,63

Fonte: Food and Agriculture Organization – FAO (2012).

Entre 1961 e 2010, os Estados Unidos aumentaram sua área cultivada em 41,3%, aumentaram a produtividade em 245,9% e aumentaram a produtividade em 144,65. No mesmo período o Brasil aumentou sua área cultivada em 86,1%, a produção em 520,3% e a produtividade em 233,5%. Este aumento na produtividade se deve ao uso de cultivares com maior potencial produtivo, principalmente o uso de milho híbrido simples.

Os produtores de sementes de milho no Brasil comercializaram na safra 2009/2010, cerca de 11,6 milhões de sacos de 20 Kg de sementes, o que seria suficiente para o plantio de cerca de 84% da área com milho no país (ABRASEM, 2012). Por essa situação percebe-se que o mercado de sementes mostra um imenso potencial de crescimento.

1. Breve histórico do melhoramento de milho no Brasil

O milho é originário das Américas, provavelmente do México, tendo sido desenvolvido nos últimos oito mil anos. Os povos primitivos que habitavam a América Central conseguiram domesticar o milho e ao mesmo tempo, por seleção, produzir um número grande de raças. Colombo encontrou o milho cultivado pelos índios, no interior de Cuba e milho muito antigo foi encontrado nos túmulos do México e do Peru. No Brasil, entre os milhos indígenas, a maioria era constituída por milhos de grãos farináceos (amarelos e brancos), muito moles, que se prestavam à moagem e à produção de farinha. No entanto, havia ainda os de pipoca (redondos e pontudos) e os de grãos duros (laranjas e brancos). Esses foram os principais milhos desenvolvidos pelos índios no Brasil, Uruguai e Paraguai, e tiveram grande importância no melhoramento genético atual, principalmente o milho cateto (duro de cor laranja) (PATERNIANI et al., 2000).

No início do século passado, as variedades da época eram de ciclo tardio, espigas grandes, grãos duros e o melhoramento era feito através da seleção massal pelos agricultores e/ou através da seleção no esquema pedigree (espiga por fileira) por alguns pesquisadores (HUNNICUTT, 1924),

O desenvolvimento de trabalhos de melhoramento de populações de milho no Brasil teve início na década de 60, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ, sendo as primeiras cultivares lançadas na década de 70 (Centralmex, Dentado Composto e Flint Composto) (PATERNIANI, 1980).

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