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OS FATORES AGRONÔMICOS QUE INTERFEREM NA PRODUÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS

Por:   •  16/2/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.651 Palavras (11 Páginas)  •  531 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS – UNIFEOB

Bruna Pimentel – 611675

Larissa Fernandes

Luiz Henrique

FATORES AGRONÔMICOS QUE INTERFEREM NA PRODUÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS

SÃO JOÃO DA BOA VISTA

Outubro/2015

INTRODUÇÃO

        O homem sempre utilizou de plantas nativas para tratamento de muitas doenças, e para diversos fins fitoterápicos. Devido à grande diversidade geográfica e edafoclimática do Brasil e a mistura cultural de colonizadores, europeus e africanos, e as culturas indígenas já existentes, obteve-se uma enorme contribuição, ao longo das décadas, por meio do resgate do conhecimento popular.

        Reduções drásticas das populações naturais dessas plantas nos ecossistemas tropicais se dão pelo excesso de extração, ou pela falta de conhecimento de formas de perpetuação das espécies. Com isso, a opção para sanar esse problema e suprir a demanda dessas espécies, é a domesticação e cultivo. Como aconteceram com espécies que servem de alimento.

        A maior parte das espécies medicinais cultivadas é exótica. No entanto, muitas espécies nativas têm sido largamente utilizadas pela população na fitoterapia. Já existem estudos químicos ou farmacológicos para algumas espécies, o que pode comprovar sua eficácia. Mas muitas ainda são utilizadas somente com o conhecimento empírico ou tradicional.

        O principal problema do extrativismo é o risco de extinção das espécies utilizadas. Pensando nisso e na necessidade de adequar as plantas a ambientes diferentes para cultivo, Brown Junior (1988), criou o conceito da Engenharia Ecológica. Que consiste no planejamento e programação de práticas agrícolas, como épocas de plantio e colheita, disponibilidade de umidade, qualidade da nutrição e nível da luminosidade, objetivando, por exemplo, aumentar o teor de princípios ativos na planta.

CULTIVO

        Para o cultivo de plantas medicinais é necessário o domínio tecnológico de todas as etapas de desenvolvimento das espécies. Requer conhecimento das formas de propagação, adaptação ao ambiente novo, forma de crescimento, estádios de desenvolvimento e senescência. A falta de domínio sobre as tecnologias acerca de qualquer uma das etapas, poderá acarretar em baixa qualidade da biomassa e redução dos teores de óleos essenciais.

        Ao cultivar plantas medicinais, existem aspectos externos e internos que devem ser observados. Aspectos internos, ou intrínsecos, são os fatores genéticos, que parte de cada planta. Destaca-se aí, a variabilidade genética, idade da planta e estádio de desenvolvimento. Os externos são aqueles fatores agronômicos, ambientais e técnicos, que dependem de situações ou pessoas. Envolvendo condições climáticas, práticas agrícolas, como definição do sistema de cultivo, época, densidade e espaçamento de plantio, manejos, dentre outros. Esses fatores são fundamentais para determinar o teor de elementos quimicamente ativos para a produção de medicamentos fitoterápicos.

        Os principais fatores são:

                A Planta: É importante conhecer bem a espécie que se pretende plantar para uma adaptação eficiente, além de uma melhoria na produção.

                Luminosidade e Fotoperíodo: Cada planta tem necessidade maior ou menor de luminosidade. Plantas sensíveis a duração do dia ou da noite têm seu desenvolvimento condicionado ao fotoperíodo indutivo (FI), e florescem, entram em dormência, quando o FI é satisfeito.

                Temperatura: Plantas de clima tropical que são termoperiódicas e heliófitas (plantas de sol), em estações mais quentes e de maior irradiação acontece também a fenofase de maior produção de biomassa, consequentemente, óleos essenciais. Contudo, altas irradiâncias em plantas esciófitas (plantas de sombra), normalmente ocorrem sintomas de clorose e necrose com a fotodegradação dos pigmentos fotossintéticos. Para essas espécies, recomenda-se produção em consórcio, sob o dossem de plantas de maior porte ou em condições de sub-bosque.

                Umidade: A alta umidade pode diminuir a produção de alcaloides, que são os compostos químicos de interesse nessas plantas. Para dosar a quantidade ideal de umidade é utilizada a irrigação, que pode compensar a baixa produção de princípio ativo, aumentando a biomassa.

                Latitude: Pesquisas indicam que plantas medicinais cultivadas na latitude Sul apresentam maior produção de alcaloides que as cultivadas em latitude Norte. Isso acontece graças às influências da inclinação da Terra e às correntes marinhas.        

                Solo: Assim como em qualquer outro cultivo, para plantas medicinais é necessário que as condições do solo sejam verificadas antes do início do mesmo. Fazer a análise de solo, bem como a sua interpretação, são essenciais para a adequação de pH por meio da aplicação de calcário. Da mesma forma, a indicação de adubação é imprescindível para obter plantas bem nutridas e produtivas. Podem ser usadas adubações minerais ou orgânicas. As adubações orgânicas são bastante utilizadas como forma de produzir plantas mais saudáveis, com princípios ativos de igual valor. O cultivo pode ser realizado em canteiros, sulcos ou em covas, variando de acordo com o hábito da planta. Plantas de menor porte geralmente são cultivadas em canteiros, e plantas de maior porte são plantadas em covas. Também algumas herbáceas são cultivadas em covas, após separação de touceiras. Em alguns casos, é recomendável a produção de mudas em sementeiras, e posterior transplantio.

                Pragas e Doenças: Parasitas, ácaros, nematóides e fungos, entre outros, podem ser fatores extremamente prejudiciais para a produção de plantas medicinais. Contribuem para murcha e queda de folha, para a redução da produtividade e afetam a qualidade do princípio ativo nas plantas. Mudas originárias de estaquia podem ser mais susceptíveis a ataques de pragas e incidência de doenças. O controle desses fatores prejudiciais pode ser difícil porque não existem agroquímicos registrados para plantas medicinais. Devido à toxidade dos produtos utilizados na produção convencional, esses não devem ser utilizados como forma de proteção em plantas medicinais. Com isso são necessárias técnicas culturais apropriadas, como espaçamento, consórcio, rotação. Fertilização e irrigação adequados também auxiliam na manutenção da sanidade das plantas. Existem estudos que demonstram a eficiência de pesticidas naturais no tratamento de pragas e doenças. O que reduz os danos sem causar prejuízo à produção e ao meio ambiente. O desequilíbrio nutricional interfere no metabolismo das plantas tornando-as mais suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. Por isso, além de atentar para o equilíbrio nutricional, é interessante adotar técnicas que possibilitem incrementar a matéria orgânica. Isto porque ela é importantíssima para manutenção das estruturas físicas, químicas e biológicas do solo. A inserção de plantas companheiras na área de cultivo é uma outra forma importante de controle fitossanitário. Elas podem atuar como atraentes de inimigos naturais ou repelentes de pragas.

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