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A Visão crítica ambiental

Por:   •  6/2/2018  •  Exam  •  1.615 Palavras (7 Páginas)  •  323 Visualizações

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1ª questão

Existe uma série de definições no que tange à visão ambiental. Ela pode ser interpretada de diversas maneiras seja devido a visão pessoal do interpretador ou seja pela falta de conhecimento do mesmo. Dessa forma, mostra-se relevante definir como cada um enxerga esse tema e se ele o faz por interesse pessoal, por falta de conhecimento ou por um entendimento crítico.

A visão crítica ambiental é aquela vislumbrada pelos profissionais que, em algum momento da sua carreira, buscaram adquirir conhecimento no assunto e aplicá-lo no seu dia a dia visando o bem-estar social de todos. Ela busca encontrar resposta para os grandes problemas que enfrentamos nas nossas vidas, como os problemas de contaminação industrial, de saneamento básico, de desmatamento, de emissão de efluentes perigosos, entre outros. A partir desses problemas, criam-se mecanismos específicos para mitigação, controle e até supressão dos problemas mencionados. Para isso, necessita-se que o profissional se aprofunde em adquirir o conhecimento necessário para tal, buscando em cursos, livros, artigos, notícias e mesmo na internet. Deve-se estar antenado a mudanças e sempre buscar a atualização do seu conteúdo. Essa visão deveria ser praticada por todos e ser ensinada nas escolas desde crianças, dado que sem ela nos tornamos ingênuos e supérfluos no assunto.

É então nesse ponto que entra a visão ingênua ambiental, que se subdivide em dois vieses num primeiro momento. O primeiro deles seria o da ignorância, visto que infelizmente nosso país deixa muito a desejar na disseminação de conhecimento acerca desse assunto. Falta mobilização das escolas e da comunidade a fim de que as crianças aprendam desde pequenas como lidar com certas questões como o desperdício, o lixo, o desmatamento... Na maioria das vezes essas crianças crescem sem saber e sem se preocupar com o futuro e com o presente do meio ambiente por não terem tido uma educação que propiciasse isso. Um outro viés seria o da falsa ingenuidade, praticado pela grande maioria das pessoas, que, mesmo sem deter conhecimento técnico do assunto ou buscar um aprofundamento do mesmo, sabem meios de mitigação e controle de problemas ambientais mas não o praticam em suas vidas. Falta senso de comunidade e de enxergar esse como um problema atual e não de futuras gerações.

Por fim, temos ainda a visão oficial do problema, que pode ser atribuída aos governantes e órgãos reguladores do meio ambiente. Nesse quesito, pode-se observar alguns problemas que tornam ainda mais difícil de se elucidar e tratar a questão. São eles: a falta de investimento na educação ambiental, a prática de interesses econômicos acima dos interesses do meio ambiente (prática essa muito difundida no Brasil, dado que aqui os interesses pessoais e financeiros quase sempre prevalecem), a falta de pessoal técnico conhecedor do problema e capacitado de transformá-lo e, ainda, a adoção de políticas apenas paliativas que não poderão de fato erradicar a questão.

2ª questão

O cianeto é um grupo de compostos químicos derivado do ciano (-C≡N) e pode ser dividido em iônico ou covalente. São iônicos quando, derivados do HCN (ácido cianídrico em fase gasosa), formam o ânion cianeto e se juntam a metais como o sódio e o potássio formando sais sólidos incolores (pó branco). Já os covalentes são aqueles que se unem a átomos de carbono covalentemente formando moléculas orgânicas. Os iônicos são extremamente letais pela sua facilidade em se dissociar (como em água). Já os covalentes não se soltam facilmente da molécula em que aderiram.

Os cianetos são compostos altamente tóxicos e foram utilizados ao longo do tempo como venenos, pesticidas, na revelação de filmes fotográficos e até na produção de polímeros, dado sua característica catalítica em algumas reações. São encontrados na natureza em sementes lenhosas e raízes mal processadas de tubérculos como a mandioca-brava e podem também ser sintetizados artificialmente.

Um estudo interessante ministrado por Soto-Blanco et al. (2000) quanto a essas raízes de tubérculo mostrou que mesmo elas sendo constantemente relacionadas a doença de diabetes pancreática, a relação entre as raízes e o cianeto não afetam as funções do pâncreas e da tireoide, mas causam disfunção neural em ratos. Isso pode levar a crer que existe um outro motivo para a ocorrência da diabetes pancreática pelas raízes ou as doses tóxicas de cianeto não puderam ser relacionadas com humanos, dado que o estudo não pôde ser executado tendo esses como cobaias.

A toxicidade do cianeto no ser humano é muito alta e doses letais são da ordem de 1,7 mg/kg de peso corporal, seja ele ingerido via oral ou por inalação. Sua ação no corpo humano ocorre mediante alteração de funções enzimáticas. Ao alterar a estrutura catalítica das enzimas ligando o cianeto a elas, sua função normal é inibida. Segundo Maspes et al. (1967), o cianeto se liga diretamente aos íons Fe+3 presentes na enzima citocromo c oxidase, que é a responsável pela última etapa da respiração celular na transferência de elétrons ao O2. Isso bloqueia a cadeia respiratória e a produção de ATP. Dessa forma, órgãos vitais como o coração e o cérebro começam a ter suas atividades debilitadas. O óbito ocorre quando o dano a respiração celular alcança as células do sistema nervoso central, incapacitando o indivíduo de respirar.

O tratamento de vítimas acometidas por envenenamento agudo se dá mediante inalação e administração intravenosa de nitritos, conforme Kiese e Weger (1969), que serão responsáveis por oxidar Fe+2 a Fe+3. Este competirá, por sua vez, com o cianeto presente, deslocando o equilíbrio da reação no sentido reverso e liberando o organismo a realizar a respiração celular por completo novamente. Caso o envenenamento não seja tão agudo, pode-se administrar doses de hidroxicobalamina (vitamina B12a), que, ao reagir com o cianeto presente, produz cianocobalamina (vitamina B12). No caso da boate Kiss, em fevereiro de 2012, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, a contaminação por cianeto ocorreu pela queima da estrutura polimérica do revestimento da boate que continha cianeto. Nesse caso, mesmo após dias tinham pessoas com altos níveis de cianeto no sangue e que foram tratados mediante injeções de hidroxicobalamina.

Técnicas mais recentes como em Pirmoradi et al. (2016) mostraram tipos de catalisador zeolítico que, se adicionados a água pura ou água de tratamento de efluente, são capazes de retirar o cianeto da mesma mostrando-se uma opção quando se tem um processo industrial que inevitavelmente carrea esse produto. A construção de telas de nanocristais de ZnO e NiO pode ser uma opção nesse sentido.

Vê-se uma deficiência na literatura nesse assunto, seja pela dificuldade imposta pelo tema ou pelo desinteresse. No entanto, necessita-se haver uma atualização dos mesmos pois trata-se de um composto seriamente letal e que causa grande agravo a saúde do ser humano.

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