APRENDENDO A APRENDER

Mais do que uma ferramenta facilitadora do aprendizado, o e-learning possui características que estimulam a ação de aprender, no seu sentido mais amplo.

Assistindo a um programa recentemente na TV Cultura, me deparei com uma questão muito simples, mas que traz em sua essência um problema sobre a forma como adquirimos o conhecimento.

A pergunta era: como aprendemos na escola o que é uma ilha? A resposta veio automaticamente: ilha é um pedaço de terra cercado por água. Coincidência ou não, foi exatamente o que o apresentador respondeu.

Agora, você pode estar se perguntando: mas por que essa questão representa um problema? E o que é mais importante: o que ela tem a ver com essa coluna que aborda especificamente temas sobre e-learning? Por enquanto, só posso adiantar que os assuntos estão intimamente relacionados e que as respostas virão aos poucos.

A escola nos condicionou a raciocinar de maneira uniforme, salvo alguns professores mais iluminados que privilegiavam a criatividade e inovação. No entanto, quando entramos no mercado de trabalho nos deparamos com uma realidade diferente, onde nem sempre as respostas enlatadas pelo nosso ensino são as mais adequadas.

É nesse momento que percebemos como o e-learning, ou qualquer outro tipo de educação a distância (EAD), pode ser útil para “aprendermos a aprender”, seja na vida acadêmica ou já no ambiente corporativo.

Já está mais do que comprovado que o bom profissional é aquele que busca educação e aperfeiçoamento contínuo. Porém, a busca pelo conhecimento por meio de um curso a distância, independentemente do meio utilizado, mostra o quanto um profissional é pró-ativo e interessado em seu autodesenvolvimento, características muito admiradas pelas empresas atualmente.

E o que difere o ensino a distância do ensino presencial na busca pelo auto desenvolvimento? Estar presente em uma sala de aula não garante aprendizado a ninguém, afinal, conhecimento não ocorre por osmose. Tão pouco o ensino a distância, o e-learning no nosso caso, surge para resolver a questão. No entanto, o fator diferencial entre os dois tipos de ensino está entre receber conhecimento e buscar conhecimento.

No e-learning, ou em qualquer outro sistema de EAD, o aluno é o sujeito determinante no processo de aprendizagem. Seu papel é ativo e participativo, pois antes de recorrer à ajuda de um professor, o aluno, voluntariamente, tenta buscar respostas para suas indagações, consultando outras fontes de informação e tendo mais tempo para assimilá-las e interpretá-las.

Como seria então a resposta para a questão inicial sobre a ilha caso as escolas exigissem mais iniciativa dos alunos, assim como é feito no ensino a distância? É difícil saber ao certo, mas provavelmente a resposta não seria padronizada, garantindo assim, um diferencial importante aos estudantes. Ou seja, um diferencial para os futuros profissionais.

Bernardo De Filippis

Economista com pós graduação em Qualidade e Produtividade

Diretor Executivo da Eduqualiti Educação e Qualidade