Burj Al Arab e Conhecimentos relacionados á matérias especificas de Engenharia Civil

Burj Al Arab – Palácio Dos Sonhos

        Localizado no litoral de Dubai, o Burj Al Arab é um hotel luxuoso com mais de 320 m de altura, ultrapassando a Torre Eiffel, sua estrutura foi progetada para impressionar, é considerado hoje como o simbolo internacional de Dubai. O visionário dessa construção foi o Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, o príncipe coroado de Dubai, sabendo que o petróleo estava previsto acabar em meados de 2016, o Sheikh resolveu investir em turismo, tendo como vantagem a localização da cidade que se situa no golfo, com sol, areia e mar, para que Dubai se tornasse o destino de férias mais sofisticado do mundo.

        Para o progeto, foram escolhidos arquitetos inexperiêntes da Grãn-Bretanha, sendo que nenhum deles havia construido nada além de 15 andares, eles se inspirararam em um barco de vela, por ter traços simples, e ser facilmente reconhecível como um ícone, os barcos de vela tem significado na vida dos moradores de Dubai, representando assim o conjunto de mar, vento, sol e os demais elementos típicos da cidade. Para completar a imagem náutica os arquitetos decidem construir o Burj Al Arab sob uma ilha.

        No início de 1995 começa a primeira parte, que consiste na construção da ilha, os arquitetos insistem em que a ilha deveria ser a mais baixa possível pra dar a impressão de flutuar e os engenheiros trabalham com a segurança e possibilidade de desastre natural, começa a construção da ilha usando blocos de concreto ao invés de pedra, eles funcionam como uma esponja, quando as ondas os atingem a água passa por dentro deles e volta ao mar, dissipando a força da água, após teste com fortes ondas artificiais esses blocos são aprovados. A ilha é concluida em novembro de 1995.

        Na segunda etapa, são colocados cabos de aço no solo no centro da ilha, a uma profundidade de 20 m, em forma triângular, chamada ensecadeira. Inicia-se então a parte das fundações, em busca de um leito de rocha firme, perfura-se até as profundezas, mas nem a 180 m abaixo havia rocha sólida. Sendo assim, para sustentar o Burj Al Arab, foram usadas estacas de sustentação de concreto reforçadas com aço, colocadas mediante perfurações profundas, onde colocaram 20% (8 metros) a mais na profundidade por segurança. Esse edifício tem como desafio as piores condições climaticas e para sustentar o hotel,foi projetado uma gigantesca estrutura de aço, conhecida como exoesqueleto que consiste em uma série de grandes armações diagonais que liga dois imensos arcos de aço na parte de trás do edifício.

Essas armações precisavam ser ao mesmo tempo forte e elegante, pois elas ficariam visiveis, uma das dificuldades foi instalá-la pela sua grande dimensão e peso, para transporta-la foi necessário um veículo com 80 rodas. Para erguer as armações inteiras a mais de 200 m, foi preciso de um mecanismo elevador especial, guinches com cabos com uma força á ruptura de 225 toneladas são fixadas nas extremidades na armação. Nesse processo, os engenheiros precisam de uma solução para que a instalação seja precisa, levando em conta que o aço se expande com o calor, para solucionar o problema. A idéia veio de um dos arquitetos; colocar cantoneiras de fixação com uma arruela, cuja abertura fica afastada do centro, ela gira até que se alinha com a abertura na armação diagonal, então, o pino de aço fundido com cerca de 30 cm de diâmetro é iserido através das duas aberturas, travando-as numa só peça, dando a equipe os 5 cm de variação que precisavam.
        Um sistema de amortecedores de massa é instalado para proteção do prédio, eles são alojados em pontos vulneiráveis no exoesqueleto, pois, quando o vento sopra e o desprendimento de fortices começam a criar vibrações perigosas, o peso de 5, é que irá balançar e não o peso da estrutura do edifício, levando assim, as vibrações para dentro dos limites de segurança.

O Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum também queria um restaurante suspenso no ar, em forma de aço, sem qualquer tipo de sustentação visível. O intuito era de driblar a gravidade, sendo assim no centro de concreto na parte de trás do edifício é colocado uma série de suportes de aço, conhecidos como encaixes, 10 vigas de aço saem desse encaixe até alcançarem 1,60 m de altura, essas ligas formam a base do piso de aço. O exterior em forma de asa é anexado á ela e todo o restaurante é revestido de alumínio e vidro. Essa estrutura que desafia a gravidade suportará ventos de 160 km/h, sendo considerado um triunfo da engenharia.

O próximo passo é condicionar o ar desse edifício para baixar a temperatura. Então o Burj Al Arab é revestido com a icônica vela branca, sendo sua parede final, a superficíe dessa vela branca é revestida com teflon para resistir á poeira e areia, o resultado é mais um pioneirismo para o Burj Al Arab, tendo a maior parede de tecido do mundo. As propiedades refletoras da vela branca irão ajudar a manter a temperatura baixa, juntamente com uma camera de compressão. A camera de compressão e a vela lacram o edifício.

Com 180 m de altura, essa construção ostenta o maior átrio do mundo. Mais há um obstáculo, se o ambiente for resfriado muito depressa, o ambiente por ser quente e úmido pode criar uma condensação incontrolável – uma nuvem de chuva no topo do átrio –  causando danos para o projeto interior e a única maneira de evitar isso é resfriar aos poucos, baixando somente 1ºC por dia, demorando de junho á dezembro de 1998 para resfriá-lo. Os decoradores dão início a decoração, tendo um prazo de apenas 24 meses, para que o Sheikh possa receber seus hóspedes para a chegada do milênio, ano 2000.

Com a decoração quase terminada, surge um problema elétrico, pois, o Sheikh decide oferecer aos seus hóspedes todos os dispositivos eletrônicos possíveis, forçando o engenheiro a mudar o projeto elétrico interior. Ele projeta um sistema de filtro harmônico, primeiro sistema que detecta distorção eletrônica, em seguida envia uma corrente que é uma imagem espelhada, afim de anulá-la, é o que se chama anti-fasico e funciona como fone de ouvidos para evitar ruídos, instalando os filtros em andares estratégicos onde a eletricidade entra no edifício. Ninguém havia feito um sistema nessa escala antes, sendo até a data da construção, a maior instalação de filtro-ativo do gênero em um edifício como esse já realizado no mundo todo.