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COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO

Por:   •  15/4/2016  •  Resenha  •  1.264 Palavras (6 Páginas)  •  282 Visualizações

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COMPETÊNCIAS NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO: PANORAMA GERAL E IMPLICAÇÕES NOS PROJETOS PEDAGÓGICOS DOS CURSOS.

Até recentemente, a questão acadêmica era a aprendizagem exclusiva ou preferencial de conceitos, segundo o domínio e acúmulo de conhecimentos. Atualmente, acrescenta-se a isso o domínio do conteúdo procedimental, ou seja, da ordem do saber como fazer. Especialmente, nas áreas tecnológicas a geração de conhecimento fundamenta-se na interpretação de informações como facilitador para solução de problemas.

A Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO) propõe as diretrizes curriculares para os cursos de engenharia de produção, baseada num elenco de competências delineadores da formação do engenheiro de produção.

Observa-se, no entanto, que a apresentação das competências associadas ao exercício profissional tanto das diretrizes curriculares em engenheira quanto a proposta da ABEPRO não definem o conceito de competência usado. Fica evidente ainda uma dificuldade na utilização do termo frente a sua abrangência, complexidade e múltiplas linhas de pensamento existentes.

O seguinte artigo, têm-se como objetivos apresentar uma revisão do conceito de competências, destacando sua relevância nas diretrizes curriculares, de tal forma a viabilizar uma análise das implicações desta temática para controle e melhoria dos projetos político-pedagógico de cursos; e, por fim, apresentar o método utilizado para a criação de um instrumento que torne capaz a mensuração do nível de desenvolvimento das competências de um engenheiro de produção nos diversos cursos do país.

Segundo Leme (1983), a história da engenharia de produção inicia-se no período de 1882 a 1912, nos Estados Unidos, através do desenvolvimento do chamado “Scientific

Management”, obra de um grupo de engenheiros formado por F.W. Taylor, Frank Lillian Gilbreth, H.L. Gantt. H. Emerson, entre outros.

Um dos fatores que motivou a criação de cursos e especialistas em engenharia de produção refere-se à introdução de multinacionais no Brasil, em sua maioria norte-americanas, na década de 1950.

Posteriormente, novas mudanças tecnológicas, econômicas e culturais provocaram impacto no campo de atuação do engenheiro, a saber: o fim da “guerra fria”; a nova divisão internacional do trabalho; a introdução de novas tecnologias; busca excessiva do aumento da produtividade; o surgimento da “sociedade de serviços”; o aumento da exigência dos direitos dos consumidores.

Com as mudanças ocorridas o conhecimento passou a ser um dos capitais mais importantes da empresa, influenciando diretamente na obtenção de vantagens competitivas, na qualidade dos seus produtos e no desenvolvimento da mesma.

A evolução da engenharia de produção vem acompanhando as tendências verificadas nas

organizações mercadológicas e educacionais.

Tais tendências envolvem a adoção de novos conceitos e princípios na educação em engenharia de produção, mais compatíveis com as exigências atuais, bem como futuras, do mercado de trabalho.

“A ênfase anterior nos conteúdos do ensino transfere-se para as competências a serem construídas pelo sujeito que aprende” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2000, p.10).

Utilizado atualmente nas mais diversas áreas, desde a pedagógica à gestão empresarial, o conceito de competência, focado na organização do trabalho, emergiu nos anos 70.

Anos 70- O conceito emerge nesse período. Surgem as primeiras noções fundamentais.

Anos 80- O conceito se desenvolve. Apesar de ainda ser utilizado noções de posto de trabalho e regra de qualificação para empregos, a temática já é discutida, evidenciando a

noção de responsabilidade.

Início dos anos 90- O termo continua a se desenvolver. Com as modificações no mundo de trabalho, chega-se a um equilíbrio entre a gestão pela qualificação e o reconhecimento das competências. Inicia-se a procura de métodos, sendo realizadas as primeiras pesquisas.

Fim dos anos 90- Esta é a fase de maior consolidação do termo e sua desconexão com a qualificação, tomando lugar na gestão de recursos humanos.

O trabalho, agora, retorna ao trabalhador, tornando-se o prolongamento de sua competência aplicada diante de uma situação profissional.

Na definição de competência de Perrenoud (1997) apud Primi et al. (2001), o autor considera que os dois aspectos da competência são: o conhecimento e a capacidade de mobilização do conhecimento. Competência significa, de acordo com o autor, simultaneamente, a erudição e a capacidade de mobilização do conhecimento frente à uma situação problema. Ele a conceitua de três formas distintas.

Primeira, “a competência é o tomar iniciativa e o assumir responsabilidade do indivíduo diante de situações profissionais com as quais se depara” (p.68). Segunda, “a competência é um entendimento prático de situações que se apóia em conhecimentos adquiridos e os transforma na medida em que aumenta a diversidade das situações” (p.72). Por fim, a terceira conceituação expressa que “a competência é a faculdade de mobilizar atores em torno das mesmas situações, é a faculdade de fazer com que esses atores compartilhem as implicações de suas ações, é fazê-lo assumir áreas de co-responsabilidade” (p.74). Esta última remete a todas as situações em que uma pessoa enfrenta

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