COMPLEXOS DE NÍQUEL DERIVADOS DE BASES DE SCHIFF E SUAS APLICABILIDADES

COMPLEXOS DE NÍQUEL DERIVADOS DE BASES DE SCHIFF E SUAS APLICABILIDADES

Ana Luiza Kowalski

Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS

E-mail: 166602@upf.br

Bruna Elisangela Pessini Ostwald

Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS

E-mail: 166604@upf.br

Denise Kolling

Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS

E-mail: 98910@upf.br

Fernanda Lima Fiorese

Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS

E-mail: 163501@upf.br

Lillian Avila Massuda

Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS

E-mail: 166620@upf.br

RESUMO – Bases de Schiff aromáticas constituem uma grande classe de compostos orgânicos que contém o grupo imino, 2-hidróxibenzaldeído, onde suas sínteses tem sido frequentemente utilizado para aplicações biológicas, tais como analgésicos, anti-inflamatórios, antibacterianos, atividades bactericidas e antiviral. As bases de Schiff sintetizadas são utilizadas como composto de partida para a síntese de complexos de Níquel. A síntese do complexo é  realizada  com adição dos ligantes e KOH às soluções aquosas de NiCl2.6 H2O. Sendo efetuada a caracterização através de técnicas como GC-MS, FTIR e UV-Vis. Os resultados indiciaram a formação dos compostos.

Palavras-chave: Bases de Schieff; níquel;

1 INTRODUÇÃO

Entre as áreas da química inorgânica encontra-se a química de coordenação, responsável pelo estudo dos complexos. Os complexos são substâncias que se originam a partir de um íon central, que geralmente é um metal, ligado a íons, radicais livres ou moléculas por forças que dependem da estequiometria e das características dessas espécies. De modo geral, esses compostos de coordenação se formam através da ligação entre um ácido e uma base de Lewis.

Os compostos de coordenação têm sido alvo de pesquisas há vários anos, no entanto, diversos estudos ainda devem ser realizados a fim de observar as interações das substâncias orgânicas com os íons metálicos e suas possíveis aplicações.

Neste trabalho é feito o estudo dos complexos formados a partir do íon metálico Ni2+, tendo como ligantes as bases de Schiff. E com as suas conclusões, as informações sobre os compostos poderão auxiliar pesquisas futuras referentes aos complexos de Níquel formados e suas propriedades.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Bases de Schiff

A química das bases de Schiff é uma importante área de pesquisa com interesse crescente devido à sua síntese simples, versatilidade e a diversidade de aplicações para seus complexos metálicos, por exemplo, no tratamento de câncer, como agentes antibactericidas, como agentes antivirais, como agentes fungicidas e outras propriedades biológicas. Bases de Schiff foram estudadas como uma classe de ligantes e são conhecidas por coordenar com íons metálicos através do átomo de nitrogênio da azometina. A síntese de complexos de metais de transição com ligantes à base de Schiff é estudada devido à sensibilidade, seletividade e flexibilidade sintética em relação a átomos de metal. As bases de Schiff são utilizadas como catalisadores na medicina, como em antibióticos e anti-inflamatórios, e na indústria como anticorrosivo. Eles também são usados como reagentes analíticos para análise de metais espectrofotométricos. Complexos metálicos de ligantes à base de Schiff foram utilizados recentemente como precursores na preparação de nanoestruturas dos respectivos óxidos metálicos (HASAN et al., 2016).

 Essas bases são um importante grupo de ligantes multidentados com potenciais sítios doadores de ligação, capazes de formar muitos complexos diferentes. Foram amplamente estudadas devido à sua flexibilidade sintética, seletividade e sensibilidade para os íons metálicos centrais (BEIGI et al., 2017). São iminas ou azometinas provenientes da condensação de substâncias carbonílicas com aminas, sendo importantes intermediários em várias transformações enzimáticas. Foram sintetizadas inicialmente pelo químico alemão Hugo Schiff, justificando a origem de seu nome. Pertencem a uma classe de compostos orgânicos que apresentam em sua cadeia uma dupla ligação entre carbono e o nitrogênio.

 Muitos complexos de íons metálicos da base de Schiff apresentam alta atividade catalítica e papel significativo em várias reações para aumentar o rendimento e a seletividade do produto. A rota conveniente de síntese e estabilidade térmica de ligantes à base de Schiff contribuíram significativamente por suas possíveis aplicações em catálise como complexos metálicos (ZOUBI et al., 2016).

As bases de Schiff apresentam formula geral R1R2C = NR3 (Figura 1), onde R1 apresenta um grupo aril, R2 pode ser um hidrogênio ou até mesmo um grupo alquil ou aromático e R3 é um grupo alquil ou aril que faz com que a base seja estável.

Figura 1: Estrutura de Couper das bases de Schiff.

[pic 1]

Fonte: MATSUMOTO, 2013.

As bases de Schiff derivadas de aldeídos alifáticos são relativamente instáveis e facilmente polimerizáveis. Já as derivadas de aldeídos aromáticos, com sistema de conjugação eficaz, são mais estáveis em comparação às derivadas de aldeídos alifáticos.

A síntese da imina se apresenta com grupos aminas e grupos aldeídos, sob condições específicas. A reação de síntese é reversível, eliminando água, envolvendo um intermediário carbinolamina (Figura 2).

Figura 2: Exemplo de formação da imina/base de Schiff.

[pic 2]

Fonte: MATSUMOTO, 2013.

Recentemente, as bases de Schiff vem sendo sintetizadas e estudadas devido a possibilidade de sua utilização como cristais líquidos, pois o agrupamento CN = N – estabelece uma ponte para a transmissão dos efeitos eletrônicos entre os anéis aromáticos, favorecendo a planaridade do sistema e conferindo propriedades mesogênicas.

Oferecem também condições para a indução do substrato quiral e aumentam a estabilidade dos catalisadores, homogêneos ou heterogêneos. Estas bases também apresentam propriedades interessantes como, por exemplo, a capacidade em ligar-se reversivelmente ao oxigênio, atividade catalítica na hidrogenação de olefinas e a capacidade de formar complexos com metais tóxicos.

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