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CONCRETO COM ADIÇÃO DE REJEITOS: Análise de ensaio a compressão em concreto com adição de pó de vidro

Por:   •  26/6/2020  •  Artigo  •  6.482 Palavras (26 Páginas)  •  196 Visualizações

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CONCRETO COM ADIÇÃO DE REJEITOS: análise de ensaio a compressão em concreto com adição de pó de vidro 1

Aryfran Thalvanes Xavier Barros 2 Yuri Breno de Macedo Martins 3 Amanda Lucena de Medeiros 4

RESUMO

Este artigo tem por objetivo verificar a razoabilidade da adição em substituição do pó de vidro (PDV), proveniente de rejeitos e resíduos industriais, em concretos de cimento Portland buscando comprovar que essa adição ao compósito trará benefícios ao produto final, analisando os resultados obtidos em ensaios laboratoriais. Apresentando ainda o concreto com sua definição, componentes e respectivos conceitos, tipos de concretos com exemplos e principais características e peculiaridades. Por fim, contextualizando o uso do vidro na construção civil e seu estado atual como resíduo da construção, para então abordá-lo como proposta de material sustentável. A hipótese foi pautada em livros, artigos científicos e periódicos que abordam assuntos correlacionados ao tema, verificando-a através da aferição da composição do PDV, como também da verificação a resistência mecânica dos produtos finais obtidos. Foram confeccionados o traço padrão e mais três traços distintos variando a adição em substituição em 10, 20 e 30% de PDV. Todos os corpos de prova com adição de PDV atingiram resistências superiores aos corpos de prova do traço padrão. Notando-se ainda que com o aumento da concentração de PDV promoveu o aumento das tensões de ruptura e diminuição da trabalhabilidade em todos os casos. A análise sobre a inserção do pó de vidro no traço do concreto convencional se mostrou promissora frente a tendência da utilização de rejeitos nos materiais mais convencionais do mercado.

Palavras-chaves: Concreto, Vidro, Pó de vidro, Rejeitos industriais, Sustentabilidade.

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1 Artigo científico apresentado a Universidade Potiguar – UnP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

2 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar – aryfran@unp.br

3 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar – yuribmmartins@hotmail.com

4 Mestre em Ciências e Engenharia dos Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande Norte e Professora da Universidade Potiguar – amanda.lucena@unp.br

  1. INTRODUÇÃO

Desde a sociedade primitiva, os seres humanos utilizam os recursos naturais para a sobrevivência. Contudo, o passar dos séculos tornou a sociedade complexa e com um crescimento populacional significativo, existindo projeções que apontam oito bilhões de habitantes no planeta para o ano de 2025 (ISAIA, 2007, p. 1591).

Para suprir as necessidades desta sociedade, a ciência e a tecnologia tiveram um avanço impetuoso, criando consigo complexos sistemas de produção. Com este avanço a prática do descarte dos resíduos tem tomado proporções suficientes para afetar o sistema físico-ecológico que nos circunda, consequentemente, comprometendo o equilíbrio do planeta (ISAIA, 2007, p. 1591-1592).

Conjuntamente, com este potencial de degradação superior a capacidade natural do planeta terra, em absorver e dispersar os impactos ambientais negativos, surgiu a demanda de se criar novos mecanismos que tornem a sobrevivência do homem mais harmoniosa com as limitações do meio em que vive.

Entre as medidas mais indicadas para o controle dos resíduos está o reaproveitamento destes materiais em outra finalidade, podendo este ser realizado em substituição as matérias primas, que demandam uma das maiores quantidades de recursos naturais, gerando assim a diminuição tanto na extração desses recursos, como também do descarte dos resíduos.

Pode-se afirmar também que quanto maior o consumo de determinado material pelo homem, maior será a repercussão positiva pela substituição de um de seus componentes por um resíduo ou material de rejeito.

O processo construtivo vem evoluindo desde os primórdios da humanidade, o qual era caracterizado pela aplicação totalmente artesanal, direcionada pelo instinto, dos nossos ancestrais. A milhares de anos, os homens das cavernas utilizavam principalmente das pedras para adaptar a localidade a sua necessidade.

Seguindo a necessidade de adaptar o meio ao próprio bem estar, os estudiosos do final do século XIX buscaram a criação de um material que fosse capaz de suprir as demandas das construções idealizadas, deu-se início a criação do concreto (GIONGO, 2007, p. 01).

O concreto é o material construtivo mais utilizado pelo homem, estima-se que são consumidas 11 bilhões de toneladas de concreto por ano. No brasil as dosadoras

produzem em torno de 30 milhões de metros cúbicos anualmente (PEDROSO, 2009, p. 14).

Tendo em vista as proporções deste consumo, inúmeros estudos são realizados na busca de materiais de rejeitos que possam ser introduzidos ao concreto de maneira a torná-lo reciclável, e com propriedades satisfatórias.

Partindo deste princípio, o objetivo deste artigo foi estudar e caracterizar os concretos com adição de rejeitos mais presentes na literatura atual, e analisar de forma básica os resultados obtidos com relação a resistência mecânica de um concreto com adição de pó de vidro por meio de ensaios de compressão.

  1. O CONCRETO E SUA DEFINIÇÃO

“O concreto surgiu com o desejo de se criar uma pedra artificial, resistente, econômica e durável como aquelas extraídas das rochas naturais” (GIONGO, 2007,

p. 01). De maneira sucinta, pode-se afirmar que o concreto se molda à inventividade construtiva do homem. Aproximadamente são consumidas 1,9 toneladas de concreto por habitante ao ano, perdendo apenas para o consumo de água (PEDROSO, 2009, p. 14).

Para Giongo (2007),

“a pedra artificial (concreto) amplamente usado até nos dias atuais em inúmeras aplicações, só foi possível com o desenvolvimento do cimento (aglomerante) em virtude das pesquisas feitas por Smeaton e Parker, no século XVII. A produção industrial do cimento ocorreu no século XX, decorrente de estudos e experiências realizadas por Vicat e Aspdin, no ano de 1824, na Inglaterra, passando o material aglomerante a ser chamado de cimento Portland” (GIONGO, 2007, p. 01).

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