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DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA: COMO FATORES CLIMÁTICOS E SOCIOECONÔMICOS INFLUENCIAM NO AUMENTO DE CASOS.

Por:   •  18/6/2018  •  Artigo  •  2.917 Palavras (12 Páginas)  •  284 Visualizações

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DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA: COMO FATORES CLIMÁTICOS E SOCIOECONÔMICOS INFLUENCIAM NO AUMENTO DE CASOS.

Ana Luiza Mutti Souza dos Santos;

Anny Karolyny Silva Lima;

Yasmin Santos de Almeida;

RESUMO

O artigo foi realizado a partir de analises comparativo entre os índices pluviométricos e os problemas de saneamento e disposição correta dos resíduos sólidos na cidade de Alagoinhas – BA, com a incidência dos casos de arboviroses. Justificando a ocorrência dos acontecimentos de Dengue, Zika e Chykungunya deterem de um aumento expressivo em alguns bairros mais periféricos e com déficit em estruturas urbanas fundamentais. Além do mais pelo fato importante do município ser detentor de condições especificas e favoráveis para a reprodução do vetor responsável pelas doenças. Defendendo a necessidade em dispor de um sistema eficiente de esgoto, distribuição de água e de descarte dos resíduos sólidos a fim de controlar a ocorrência destes vetores e conseqüentemente as doenças por eles transmitidas.

Palavras - chave: Vetor, Saneamento, Índices pluviométricos, Arboviroses.

1.INTRODUÇÃO

As doenças presentes em regiões com condições socioeconômicas mais escassas estão geralmente vinculadas a falta ou ineficácia nos quesitos de saneamento básico e destinação adequada dos resíduos sólidos.  Associando esses problemas aos aspectos climáticos do Brasil, o qual é de grande parte quente e úmido sendo esta uma característica favorável para a reprodução do mosquito Aedes, é afirmada por TAUIL, que o clima é fundamental para o desenvolvimento do mosquito e que o mesmo gosta de temperaturas altas e de altas pluviosidades.

O ciclo de vida dos vetores, assim como dos reservatórios e hospedeiros que participam da cadeia de transmissão de doenças, está fortemente relacionado à dinâmica ambiental dos ecossistemas onde eles vivem sendo limitadas por variáveis ambientais como temperatura, precipitação, umidade, padrões de uso e cobertura do solo. (MINISTÉRIO DA SAÚDE)

Os vetores responsáveis por transmitir a Dengue Zika e a Chikungunya vêm sofrendo adaptações com o decorrer dos anos, tornando se ainda mais resistentes. Anteriormente não era observada a reprodução destes insetos na presença de água suja, no entanto atualmente já foi analisada a presença de ovos depositados em águas de esgotos. O biólogo Beserra averiguou a reprodução do mosquito em águas com níveis distintos de contaminação, afirmando que a fêmea leva em conta os seguintes aspectos para selecionar o local em que irá depositar os ovos, temperatura, matéria orgânica e luminosidade. No entanto, apesar da adaptação deste vetor o esgoto não é o ambiente mais propicio para sua reprodução, tendo em vista que necessitam de oxigênio do ar e não o que está dissolvido na água, além do mais o acumulo de material orgânico dificulta a respiração das larvas.

Essas características climáticas associadas ao descarte inadequado de lixo, que leva ao acumulo de água parada e a falta de saneamento básico, principalmente em áreas mais periféricas são motivos que tornam cada vez mais difícil erradicar esse vetor.

No município de Alagoinhas é possível observar um agravante problema de saneamento básico no centro da cidade, onde o Rio Catu que percorre a cidade de Alagoinhas e deságua no Rio Pojuca é utilizado como destino final dos efluentes domésticos das residências próximas. A cidade será analisada de acordo com as condições socioeconômicas e os aspectos climáticos, como um paralelo no aumento dos casos de Dengue, Zika e Chikungunya.

Alagoinhas encontra-se no nordeste baiano, possui um clima tropical com uma população de, aproximadamente, 155.000 habitantes em uma área de 718.000 Km² (IBGE/2014). Os aspectos climáticos da cidade configuram como positivos quanto a reprodução dos vetores causadores por propagar a Zika e a Chikungunya. Além disso, devido a cidade dispor de um crescimento acelerado e contingente os problemas socioambientais agravaram ao decorrer dos anos, favorecendo a veiculação das doenças provenientes de um intermediário. Conforme afirma Cavalcanti e Timerman, a dispersão destas doenças está relacionada à precariedade dos serviços de saneamento básico e abastecimento de água.

O Aedes aegypti é um mosquito urbano, doméstico e que tem hábitos absolutamente relacionados às condições humanas. Em algumas regiões do Brasil, os principais criadouros são pequenos reservatórios naturais e em outras, depósitos utilizados para armazenamento de água para consumo humano. Essa variação ocorre entre as distintas regiões do país e também nos diferentes bairros de uma mesma cidade. (CAVALCANTI; TIMERMAN, 2016)

Em uma visão geral, municípios brasileiros de todas as regiões e estados padecem com a precariedade dos serviços públicos com relação à gestão do saneamento ambiental. Alagoinhas sofre com o descaso e desfalque na manutenção de seus sistemas sanitários, apesar de ter sido a pioneira a criar uma Lei Municipal de Saneamento Ambiental no país. O saneamento ambiental, em tese, tem o intuito de, com um grupo de ações, promoverem a saúde, o bem-estar, a cidadania e contribuir na prevenção de doenças. Porém, a gestão Alagoinhense, aparenta não se importar plenamente com esses objetivos do saneamento ambiental, pois os rios que percorrem a cidade recebem esgotamento, efluentes de indústrias e resíduos sólidos.

2.METODOLOGIA

Para realização do presente artigo, primeiramente, foram feitas pesquisas bibliográficas já existentes a respeito do tema em questão. Em seguida foram analisados os dados do Ministério de Saúde sobre a incidência dos casos de dengue, zika e chikungunya, bem como os dados meteorológicos (temperatura, pluviosidade) fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Foi feito um cruzamento de dados dos índices de pluviosidade por mês, com os casos de incidências de dengue, zika e chikungunya e constatou-se que nos períodos chuvosos, os índices de casos sofriam um aumento significativo. Levou-se em conta também a questão socioeconômica, onde foi observado através da analise de pesquisas já realizadas, que em locais mais carentes onde há uma precariedade na estrutura de esgotamento sanitário, a incidência de casos torna-se maior quando comparada aos locais onde há esgotamento e uma situação econômica mais elevada.

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