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Impacto Da Midia Sobre O Jovem

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Por:   •  30/11/2014  •  1.701 Palavras (7 Páginas)  •  450 Visualizações

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Introdução

O culto ao corpo, à aparência e boa forma física, são preceitos fundamentais para o alcance do sucesso profissional, afetivo e social na contemporaneidade. A propaganda dita a moda, dissemina as determinações da indústria e do consumo e propaga o padrão estético ideal.

O corpo sofre as influências do meio cultural e se constrói pelos seus pressupostos, que lhe confere identidade ao seu portador. Na sociedade contemporânea, o músculo é um estilo de vida e o corpo, como centro das atenções, deve submeter-se à tirania do exercício físico.

Em tal contexto, saúde e boa forma se associam à beleza de um corpo esculpido no rigor e prazer da “malhação”, no “puxar o ferro”, no uso de recursos dietéticos e tecnológicos, na cosmética e na obsessão pelo controle da balança.

O padrão estético ideal – a imagem do belo, jovem e saudável – se faz pelo consumo, pelo efêmero e pela artificialidade que modela a consciência e prevalece sobre os desejos dos indivíduos.

O objetivo desse artigo é fazer uma breve análise do impacto da propaganda e do consumo na construção sociocultural do corpo na contemporaneidade, e o apelo que se faz à aquisição da boa forma por intermédio do exercício físico.

O “eu” corpo e a “tirania do exercício físico”

O ser humano é um ser corporal. Ele é o dono do seu corpo e deve adaptar-se ao ambiente pelo seu corpo. A aceitação de si como pessoa, portanto, passa pela aceitação das limitações do seu corpo1. No corpo humano a natureza e a cultura se interrelacionam, onde conceitos, arquétipos e modelos se criam e se renovam para novas referências e orientações da condição humana. Assim, o corpo humano, modelado por preceitos culturais, se configura como realidade objetiva dos nossos desejos, ideais e fantasias – deixa de ser a natureza primeira (biológica) e se constitui como construção cultural (BENTO, 2007).

Conforme pressupostos filosóficos contemporâneos, portanto, o indivíduo é o corpo e o corpo é o indivíduo2, e é nesse ser humano ‘corpo’, que se constrói a sua identidade, sua história. Esse corpo ‘ser humano’, por fim, é aquele que submete a sua natureza primeira às intervenções culturais ao qual se situa. E para os padrões estéticos contemporâneos, o corpo – o indivíduo – deve expressar saúde, beleza e perfeição, ideais que podem ser alcançados pelo exercício físico, pelas tecnologias, pelo consumo exacerbado de suplementos alimentares e produtos diets, lights, cosméticos e uso de hormônios. No contexto da boa forma – que se observa em constante difusão nas mídias – o corpo é o centro das atenções e, para o alcance da estética perfeita e da sua identidade, nele se estabelece uma “tirania do exercício físico”.

O músculo como estilo de vida

O culto à boa forma física e o ritual que dele emana e que se observa em academias de ginástica, parques públicos e calçadões à beira-mar, invadiu os domínios da vida social norte-americana a partir dos anos 1920-30, onde o espírito competitivo se arraigou nos indivíduos, propagado por uma moral do esporte e o desejo de vencer. Era na compleição robusta, obtido à custa do exercício físico intenso, que se buscava uma gratificação e prazer corporal, um modo utilitarista de se alcançar o bem-estar pessoal. O “sentir-se bem” com a boa forma física passa a ter sentido ao romper-se a moral puritana religiosa que proibia, ao corpo, o prazer (COURTINE, 2005).

Deste modo, a atividade física se estabeleceu como um dos meios mais importantes para se compreender o fenômeno da corporeidade na sociedade contemporânea. É nas academias de ginástica e musculação, que o culto ao corpo se dramatiza, onde o indivíduo se entrega de “corpo e alma” à multiplicidade de opções que se lhe apresenta3, e que se renovam continuamente, o que remete a uma obsolescência programada4. E esse indivíduo contemporâneo torna-se o responsável pela construção da sua identidade pessoal que se faz a partir dos contornos do seu corpo5. Tal corpo, que se faz identidade na sua individualidade, é o produto da dedicação por horas a fio às atividades físicas, aos hábitos alimentares rigorosos, consumo de cosméticos e tecnologias. Em suma, é o resultado da (auto) disciplina, da austeridade, da ‘escravidão’ à imagem de um corpo saudável, definido e eternamente jovem.

O espetáculo do corpo começa com a exposição dos músculos. Nas ruas, nas praias, nos shoppings centers, nos concursos de beleza, de fitness e fisiculturismo, o músculo desponta, desperta a curiosidade, admiração e inveja alheia. Ele é o centro das atenções nas propagandas que promovem a boa forma física, a saúde e o bem-estar. O músculo está em todas as mídias; ele é um dos modos privilegiados de visibilidade do corpo no anonimato urbano das fisionomias, pois é o elemento central da cultura do corpo, se relaciona com ela, revela-a em seus extremos (COURTINE, 2005, p. 83). Tal a sua influência nos valores da sociedade contemporânea, o músculo determina o corpo e este, por sua vez, a identidade pessoal.

Você descobrirá, como eu, que o desenvolvimento dos músculos o ajuda em todos os aspectos da sua vida. O que você aprender aqui afetará qualquer coisa que fizer em sua vida. À medida que você comprovar os frutos do seu trabalho, seu valor próprio e autoconfiança aumentam, e essas características influenciarão seu trabalho e suas relações interpessoais (...). SCHWARZENEGGER, Arnold. Prefácio. Enciclopédia de Fisiculturismo e Musculação. 2º ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

Observa-se na citação que o desenvolvimento muscular é considerado como fator determinante para o sucesso na vida afetiva, social e profissional. Assim, o músculo torna-se um estilo de vida (COURTINE, 2005). O culto ao corpo, ou o culto à aparência, a exaltação do ‘deus músculo’ é estimulada pelas mídias6 por meio de imagens de celebridades esbeltas, musculosas e “definidas” – diria delineadas, esculpidas como os fisiculturistas e adeptos do fitness competitivo – e a isto se associa beleza, inteligência e sucesso pessoal. É a busca desesperada pelo padrão estético, o modelo de beleza (determinado pela própria mídia e indústria) que se observa em revistas

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