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O impacto das novas mídias nas mentes das pessoas

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Por:   •  6/8/2014  •  Artigo  •  490 Palavras (2 Páginas)  •  194 Visualizações

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Impossível refletir sobre a conferência do sociólogo espanhol Manuel Castells – realizada no Teatro Geo, no último dia 11, pelo projeto Fronteiras do Pensamento – sem levar em conta os acontecimentos ocorridos na cidade de São Paulo nas últimas semanas. Como em outras partes do mundo, aqui também assistimos a um movimento que em parte foi articulado através dos novos meios de comunicação, sobretudo pelas redes sociais. O que parecia ser uma manifestação contra o aumento de 20 centavos em tarifas de transporte público logo abriu fendas para que um vento, uma corrente de ar, atravessasse o bolor de velhas instituições, categorias e conceitos. Dentre eles, o conceito de representação parece ser o que tem sido mais questionado: indignados de várias classes sociais, defensores das mais variadas causas, tomam as ruas, o espaço público, a fim de dizer, por si próprios, o seu não.

As redes sociais, por sua vez, colocaram as grandes mídias em estado de alerta mediante um novo meio de circulação da informação, apresentando, sob as perspectivas mais diversas, imagens e relatos que põem em suspensão o modo como até então a informação, sobretudo as imagens, eram veiculadas. Jovens, até ontem considerados meros fantoches da mídia e da indústria cultural, não só retornam às ruas como também articulam modos inéditos de pensar e agir, exigindo o direito à voz, e, como se observa em outras partes do globo, anunciam que “um outro mundo é possível”. Que mundo é esse, poucos sabem. Por que ele ainda não existe? As manifestações de São Paulo, Turquia, Grécia e Espanha instauram na atualidade todo o frescor do acontecimento: a irrupção do imprevisível, daquilo que até então estava fora da ordem, fora do tempo, fora do eixo. Acontecimentos que nos colocam diante daquilo que, nas palavras de Castells, “ninguém esperava”.

Sim, como diz a “Abertura” do novo livro de Castells – intitulado Redes de Indignação e Esperança –, aqui também “eram poucos, aos quais se juntaram centenas, depois formaram-se redes de milhares.” Encontro de uma multidão. Sim, uma multidão confusa “ultrapassando ideologias”, colocando em crise as velhas categorias e as velhas perguntas que talvez não funcionem frente ao acontecimento: “Quem são e o que querem?” Multidão, legião, anônimos, singularidades quaisquer. Insubmissas ao suposto poder da publicidade, insubmissos ao medo de supostos representantes: “políticos expostos como corruptos e mentirosos” – cínicos no sentido pejorativo da palavra. Políticos, perdidos frente ao acontecimento, procuram refugiar-se em estratégias de disciplina que já não podem domesticar uma multidão heterogênea e que, por conta disso, acabam por favorecer a adesão de outros tantos indignados: a ação tão criticada da PM abriu novas fendas para o debate. Outros indignados aparecem, agora, contra a truculência policial que reavivou em muitos os idos de 1968 – e é interessante notar a investida dos soldados contra os manifestantes na rua Maria Antônia, local simbólico daquela que foi conhecida como a batalha da Maria Antônia durante a ditadura militar.

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