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O Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia

Por:   •  31/10/2022  •  Projeto de pesquisa  •  4.293 Palavras (18 Páginas)  •  78 Visualizações

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Anais do III CoBICET – Trabalho completo[pic 1]

Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Ciência e Tecnologiaa

“15 anos dos BIs e LIs: retrospectiva, resistência e futuro”

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: Como os fungos afetam a saúde humana, animal e das plantas

Daniella Mendes Pereira1*, Tássio Brito de Oliveira2, Vivian Machado Benassi1

1Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Instituto de Ciência e Tecnologia, Diamantina, Brasil

(*daniella.mendes@ufvjm.edu.br)

2Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Sistemática e Ecologia, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Resumo: Com os efeitos cada vez mais evidentes das mudanças climáticas, aumenta-se

também o potencial dos microrganismos, tais como os fungos, em manifestar patogenicidade globalizada. O papel ecológico que eles desempenham e sua importância em processos biotecnológicos são indiscutíveis, mas sabemos muito pouco sobre os seus impactos negativos na saúde de plantas, animas e humanos, principalmente do ponto de vista do aquecimento global, das mudanças climáticas e da perda e fragmentação de habitats. A associação desses impactos ambientais, cada vez mais agravados pelo homem, além do mal uso de antifúngicos, estão levando esses microrganismos a criarem resistência e evoluírem. Com isso, é necessário entender o comportamento desses organismos frente a essas mudanças, para conter as doenças emergentes e evitar a sua dispersão de forma descontrolada. Além disso, é necessário que haja mais investimento em pesquisas bem como no desenvolvimento de métodos diagnósticos mais precisos e eficientes, tanto na identificação de patógenos comuns como também de

patógenos emergentes.

Palavras-chave:  Fungos, Patogenicidade, Impactos Ambientais, Mudanças Climáticas,

                  Doenças

REFERENCIAL TEÓRICO

O efeito estufa é um fenômeno natural responsável por reter o calor na atmosfera, evitando que a sua superfície resfrie (Figura 1). A atmosfera é uma camada relativamente fina de gases, possuindo dentre eles os gases de efeito estufa (GEE), tais como dióxido de carbono - gás carbônico (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), ozônio (O3), halocarbonetos e vapor d'água, sendo que todos eles possuem a propriedade física de reter o calor proveniente do sol, bloqueando a sua saída da atmosfera.

Figura 1. Imagem representativa do Efeito Estufa no Planeta Terra

O efeito estufa é uma propriedade natural, se existe atmosfera existirá esse fenômeno. No caso da não ocorrência, estudos estimam que a média da temperatura do planeta estaria em torno de mais ou menos -30ºC e -40 °C. Consequentemente, a vida como a conhecemos não existiria (BRIEN, 1963).

É importante ressaltar que o aumento da concentração desses gases leva a uma intensificação desse efeito, logo, retenção de mais calor na atmosfera e aumento da temperatura média do planeta, é a esse aumento que damos o nome de aquecimento global. Seguindo esses argumentos, diferenciam-se dois efeitos que causam essa intensificação: (1) causas naturais como as erupções vulcânicas que aconteceram na Islândia, Chile, Japão, etc., as quais liberaram uma carga de fuligem com uma quantidade de monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2) muito significativa e (2) causas antrópicas (AKASUFU, 1989).[pic 2]

Além das causas naturais, podemos considerar o impacto negativo da humanidade na saúde dos ecossistemas. A crescente evolução da sociedade, intensificados nos tempos da revolução industrial, também contribuíram para a elevação desses gases. Com isso, as ações antrópicas, tais como a queima de combustíveis fósseis, desmatamento, atividades agropecuárias intensivistas e queimadas, provocam um desequilíbrio da biodiversidade e mudanças climáticas (SOLACHE, 2010).

O constante aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e, consequentemente, da temperatura média terrestre pôs fim à estabilidade climática. Como consequência, presencia-se a acidificação e elevação do nível dos oceanos, extinção de espécies, desmatamentos em massa, transformações de solos e mananciais (CEBALLOS et al., 2020).

Partindo desse ponto de vista antrópico é importante ressaltar que antes das revoluções industriais, apesar de já existirem avanços no agronegócio, o nível de concentração de CO2 nunca havia ultrapassado 300 partes por milhão (NISSEN et al., 2016). Quando as atividades humanas começaram a ser mais intensas, como, por exemplo, movidas pelo crescimento populacional e econômico no século XIX, as emissões de CO2 e as temperaturas também começaram a subir, sugerindo uma correlação entre esses resultados. A primeira revolução, que foi a do carvão, seguida pela do petróleo e outros métodos de combustíveis, sendo cada vez mais utilizados, favoreceram o aquecimento global (PETER, 2016).

Nesse contexto, é necessário entender quais os maiores problemas causados pelos GEEs que estão sendo liberados na atmosfera e as suas particularidades. A concentração de óxido nitroso (N2O), gás carbônico (CO2) e metano (CH4) aumentaram em 20%, 40% e 150% respectivamente, desde 1750, sendo a maior taxa anual de emissão desses gases registrada no período de 2000-2010 (IPCC, 2014).

Destes gases, o N2O e o CH4 apresentaram um potencial de aquecimento global 298 e 32 vezes maior do que o CO2, respectivamente (FORSTER et al., 2007; RAVISHANKARA et al., 2009). Ressalta-se que os sistemas agrícolas e pecuários são importantes emissores de gases de efeito estufa (EPA, 2016), de acordo com Cerri e Cerri (2007), em escala mundial, o setor agrícola contribuiu com cerca de 22%, 55% e 80% do total das emissões dos gases CO2, CH4 e N2O, respectivamente. Enquanto no Brasil, a emissão de gases por este setor é cerca de 75%, 94% e 91%, respectivamente.

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