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O Controle da Água de Mina

Por:   •  11/1/2017  •  Dissertação  •  1.563 Palavras (7 Páginas)  •  259 Visualizações

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Controle da água de mina

A abordagem dos temas hidrológico-mineiros tem que estar acompanhada por um programa de verificação continua que permita detectar, a todo momento, as reações do sistema diante da drenagem da mina. Tal controle exige o monitoramento em um conjunto de pontos de água cuidadosamente selecionados (mananciais, poços, furos de sonda, córregos, etc.), não só no que se refere à piezometria e à vazão, mas também à qualidade das águas.

Controle Piezométrico

Esse controle, espacial e temporal, proporciona dados de grande interesse. O mapa piezométrico mostrará áreas de recarga, direções de fluxo e setores de descarga, com a incidência das drenagens de mina e das recargas naturais ou induzidas pela operação de mineração, informação válida para prever os problemas de afluxos de água, e também para antecipar aspectos referentes a possíveis contaminações.

Controle da Qualidade da Água

Nesse aspecto, deve-se abordar o seguinte:

Controle de focos potenciais de contaminação e de áreas de lançamento de efluentes sólidos e

líquidos: devem ser inspecionados sistematicamente os tanques e as conduções de produtos

contaminantes, perante a possibilidade de fugas, e serem instalados sistemas de segurança.

Devem ser escolhidas áreas de depósito com condições adequadas para evitar-se problemas

de contaminação e devem ser realizadas inspeções periódicas.

Amostragens de qualidade das águas: devem incluir os furos de sonda ou poços construídos

expressamente para esse fim ou os previamente existentes. As amostras de água devem ser representativas (bombeamentos no caso de furos e poços, cuja duração dependerá da hidrogeologia local). Devem ser feitas campanhas periódicas de amostragem e análise nos abastecimentos de água, para poder-se detectar as mudanças de qualidade.

O monitoramento da qualidade dos córregos aportará informações da componente de fluxo de

águas subterrâneas e será indicador da qualidade conjunta de certo número de nascentes.

Os pontos de amostragem devem ser escolhidos de acordo com critérios hidrogeológico vinculados à mina. A distribuição arbitrária implicaria um custo excessivo e não cobriria os objetivos. Para isso, a geoestatística presta uma ajuda muito apreciada.

A respeito da freqüência de amostragem, devese ressaltar que, em condições naturais, a qualidade das águas subterrâneas, em aqüíferos não fissurados nem cársticos, muda de um modo lento com o tempo, que pode responder a ciclos estacionais relacionados com mudanças na recarga, na piezometria e na descarga. Porém, a ação do homem pode implicar mudanças mais significativas e rápidas na qualidade das águas subterrâneas.

Dois efeitos freqüentes da contaminação são: o aumento na amplitude das mudanças anuais da qualidade e a deterioração progressiva dessa qualidade, referida a um período plurianual. Nesse sentido, a freqüência a se adotar, para a amostragem de controle da qualidade da água subterrânea, depende da sensibilidade do aqüífero ante as influências naturais e antrópicas.

No caso de lançamentos de efluentes, sujeitos a mudanças rápidas em sua composição, pode ser

apropriada a realização de uma amostragem diária ou semanal. Para caracterizar mudanças nas águas subterrâneas, pode ser suficiente uma frequência quinzenal ou mensal. Em geral, quando não se dispõe de fundo informativo adequado e pretende-se definir mudanças periódicas, o programa de supervisão deve incluir, pelo menos, dois anos de observações com essa freqüência; depois a amostragem pode ser mais espaçada, em um ritmo trimestral ou semestral, para uma supervisão de longo prazo das mudanças na qualidade.

O controle em áreas próximas, a jusante de um foco de contaminação, pode requerer uma frequência quinzenal, mensal ou bimensal. No entanto, quando há perigo de contaminação grave (por exemplo, por constituintes tóxicos) que possa afetar o abastecimento urbano, a freqüência do controle deve ser aumentada de acordo com a gravidade da situação.

O controle da qualidade das águas deve ser focalizado na análise de contaminantes específicos, em função de sua periculosidade, persistência, concentração, facilidade de identificação ou outros traços característicos. No caso das atividades de mineração, é fácil imaginar antecipadamente os contaminantes que podem estar presentes e que, portanto, serão necessários

controlar. Estes não serão somente inorgânicos, pois poderá haver também orgânicos, provenientes dos produtos empregados nos processos de tratamento de minérios.

Controle do Balanço Hídrico

O controle do balanço hídrico, no que se refere à quantidade e à qualidade, é fundamental para o

acompanhamento dos efeitos da drenagem e para a previsão das modificações as quais induz a curto, médio e longo prazos.

No caso da qualidade, permite estudar e predizer efeitos de diluição, absorção/adsorção, retenção, estratificação, etc. dos contaminantes, assim como os riscos decorrentes.

Esses controles devem fazer referência não só ao contexto da mineração em sentido restrito, mas também a sistemas de deposição de estéril e rejeitos em lagoas de evaporação para se prever tudo o que for relativo a seus efluentes, assim como as possíveis fugas.

Controles Pós-Oper acionais

A mineração, que é praticamente a única atividade industrial geradora de água, tem outra característica específica que a distingue o fato de, após o fechamento da operação de mineração, sua influência no meio hídrico poder perdurar por muito tempo, até que seja restabelecida a estabilidade, que pode ser diferente da existente previamente. Portanto, deve-se pensar no prosseguimento dos controles em ritmo e pontos justificados pelos estudos prévios realizados.

Esse acompanhamento permitirá a verificação periódica das previsões e a implementação,

caso necessário, de ações adequadas para resolver problemas que possam ocorrer, especialmente de qualidade das águas.

Considerações finais

A água, absolutamente necessária para muitos processos e operações da mineração, cria problemas e acarreta custos adicionais importantes como consequência tanto das necessidades de drenagem como da interferência em sua qualidade; motivo pelo qual se requer a gestão e o manejo adequado dessa água.

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