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O Mapeamento de Inundações

Por:   •  14/11/2019  •  Bibliografia  •  1.407 Palavras (6 Páginas)  •  95 Visualizações

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Eventos Hidrológicos Extremos: Região Serrana Fluminense 12/01/2011

Extreme Hydrologic Events: Fluminense Highlands 01/12/2011

Magalhães, P.C; Rezende, O.M; Sousa, M.M.; Miguez, M.G.

1AquaFluxus, omrezende@aquafluxus.com.br; 2AquaFluxus; 3UFRJ; 4UFRJ

Palavras-Chave: Eventos hidrológicos extremos; enxurrada.

Key Words: Extreme hydrologic events; rainstorm flurry

1. INTRODUÇÃO

Chuvas excepcionais apresentam pouca probabilidade de ocorrência, porém, possuem elevado potencial de destruição, causada por deslizamentos de terra em encostas, enxurradas e inundações generalizadas. O dano desses eventos ganha maior dimensão à medida que as cidades se expandem sobre a bacia e, em muitos casos, ocupa áreas de risco, como encostas e regiões marginais aos rios. A expansão urbana aumenta a vulnerabilidade da sociedade às chuvas, uma vez que expõe um maior número de pessoas aos possíveis impactos desses eventos, assim como o desenvolvimento econômico acaba por potencializar as perdas associadas a um desastre, pelo aumento do valor dos bens expostos (ZONENSEIN, 2007). Um mau planejamento das cidades induz ao aumento dessa lógica negativa, expondo cada vez mais pessoas e bens aos impactos de deslizamentos e inundações.

O verão de 2010/2011 apresentou altos índices pluviométricos na serra do Rio de Janeiro. Ocorreram extensos períodos chuvosos, com eventos de 8 a 10 dias de chuvas consecutivas, o que propiciou um elevado grau de encharcamento dos solos da região. No dia 11 de janeiro de 2010, teve início um evento hidrológico que provocaria um dos maiores desastres naturais do país.

O presente trabalho tem por objetivo analisar os dados hidrológicos da região serrana no verão de 2010/2011, com foco para o município de Nova Friburgo, o qual já possuía um Sistema de Alerta instalado e operado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ), buscando compor uma teoria para uma melhor compreensão do episódio e suas prováveis causas.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo apresentado nesse artigo utilizou informações hidrológicas disponíveis em diversos locais da região serrana, além de imagens de satélite feitas no dia do evento, disponibilizadas pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE).

Foram levantadas informações hidrológicas do Sistema de Alerta de Cheias do INEA-RJ, com estações existentes no Município de Nova Friburgo, e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), com estações nos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. As estações utilizadas estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Estações utilizadas para levantamento de informações hidrológicas

Nome da Estação

Latitude

Longitude

Município

Nome da Estação

Latitude

Longitude

Município

Pico Caledônia1

22º21'33,11"S

42º34'02"W

Friburgo

Sítio Santa Paula1

22º16’05,0”S

42º34’21”W

Friburgo

Olaria1

22º18'31,83"S

42º32'32"W

Pico do Couto A6102

22º27’54”S

43º17’29”W

Petrópolis

Ypu1

22º17'45,09"S

42º31'35"W

Teresópolis A6182

22º26’56,4”S

42º59’13”W

Teresópolis

Nova Friburgo1

22º16’46,3”S

42º32’05”W

Nova Friburgo A6242

22º20’4,92”S

42º40’36”W

Friburgo

Estações operadas por: 1INEA / 2INMET

A partir das informações hidrológicas levantadas, foram observados os totais diários de chuva, para análise comparativa dos índices de chuva do verão 2010/2011 com o do verão anterior. Também foram analisadas as séries temporais de chuva disponíveis, com alturas de chuva a cada 15 minutos, para o verão 2010/2011, em especial para o evento hidrológico que teve início por volta das 20 horas do dia 11 de janeiro de 2011, o qual culminou com a catástrofe do dia 12 de janeiro.

Foram analisadas, em conjunto com as medições de chuva, as imagens de satélite do CPTEC feitas durante o evento em estudo, as quais permitem observar a nebulosidade e a distribuição de temperaturas da região, em intervalos de 15 minutos.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente, foram analisadas as medições diárias de chuva ao longo do verão de 2009/2010 e de 2010/2011, permitindo observar um maior volume de precipitações ocorridas a partir do mês de dezembro do segundo verão, assim como uma alteração no padrão de distribuição espacial da chuva. A distribuição espacial no primeiro verão apresenta-se mais concentrada no Pico do Caledônia, como esperado, por ser a região mais alta e com alta influência de efeitos orográficos, e, depois, no segundo período, as precipitações ocorrem de forma mais homogênea sobre o território coberto pelas estações.

Separando apenas os meses de janeiro dos dois verões, observa-se um imenso incremento de volume de chuva ocorrido em 2011, considerando, ainda, que os dados levantados no ano de 2011 possuíam medições apenas até o dia 24 de janeiro. Como pode ser observado na Figura 1a, na estação de Ypu, houve um volume de chuva, em janeiro de 2011, 495% maior que em janeiro de 2010. A análise específica do evento dos dias 11 e 12 de janeiro de 2011 mostra dois eventos distintos, um de menor intensidade entre as 3 e as 12 horas do dia 11 e outro, com grande intensidade, concentrado entre as 21 horas do dia 11 e 6 horas do dia 12.

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