Resenha Energia Hidreletrica

[pic 1]

Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas

Departamento de Engenharia Ambiental

Luisa da Silva Geraldo

RESUMO SEMANA 10

[pic 2]

Uberaba

2021

A energia hidrelétrica utiliza a água como fonte de energia e é considerada “limpa, renovável e barata”. No Brasil a abundância de corpos hídricos gera as condições perfeitas para a instalação de usinas hidrelétricas, sendo a energia de hidrelétricas responsável por cerca de 76% da capacidade instalada de geração no país, e por 82,2% da eletricidade consumida.(BERMANN, 2007)

São cerca de 157 empreendimentos hidrelétricos em operação no território brasileiro, o que também ajudou no desenvolvimento da engenharia nacional, de novas tecnologias  e desenvolvimento de técnicas de barramento e de sistemas hidráulicos no país.(BERMANN, 2007)

        A usina hidrelétrica é uma das alternativas renováveis de obtenção de energia elétrica, isto ocorre através do potencial hidráulico de um determinado rio, no qual é construída uma barragem formando um reservatório de água que guarda esse potencial. As partes integrantes do aproveitamento hídrico são a estrutura de fechamento, conhecida como barragem; do vertedouro, controlado por comportas; o circuito de adução, que é o canal pelo qual a água passa, também são utilizados em ETA’s; e a casa de força, onde ocorre a transformação para energia elétrica.

         As hidrelétricas funcionam da seguinte forma, a água que é armazenada no reservatório possui a energia potencial, quando se abrem as comportas dos vertedouros a energia potencial vai se dissipando em energia cinética conforme a água passa pelos circuitos de adução ou canais, ao entrar em contato com as turbinas a água que armazena a energia cinética faz com que essas girem dando origem a uma força eletromotriz induzida (estabelece corrente elétrica entre dois pontos), processo que consiste na conversão da energia cinética das turbinas em energia elétrica.

A construção da estrutura geral das hidrelétricas, como a estrutura de fechamento, causam um enorme impacto ambiental. Esse caráter insustentável é estabelecido a partir de critérios que identificam problemas físico-químicos-biológicos causados pela implantação e operação das usinas hidrelétricas.

As usinas são classificadas pela potência instalada, sendo a produção máxima da micro central até 1 Mw, de 1 a 50 Mw e usina é considerada uma pequena central e acima de 50 Mw. As pequenas centrais são isentas de leilão público e concessão, sendo passível a construção por uma instituição particular, diferente das médias e grandes centrais, que podem ser construídas apenas pelo governo federal ou estadual, podendo após ser construída ser cedida à empresas particulares para sua operação.

São diversos os problemas ambientais causados pelas usinas hidrelétricas, entre eles estão a alteração do regime hidrológico o que compromete as atividades a jusante do reservatório; ocorre um comprometimento da qualidade da água, em razão da retenção nos reservatórios, que atribuem um caráter lêntico, dificultando a decomposição dos rejeitos e efluentes; o assoreamento dos reservatórios, por conta da falta de padrão na ocupação territorial nas cabeceiras dos reservatório, que são submetidos a retirada mata ciliar e desmatamento; aumento do volume de água no reservatório que causa sob pressão sobre o solo e subsolo provocando sismos induzidos em áreas com condições geológicas desfavoráveis; e as dificuldades para assegurar o uso múltiplo das águas, em razão de caráter histórico de priorização da geração elétrica e detrimento dos outros possíveis usos como irrigação, lazer, entre outros.(BERMANN, 2007)

Além dos problemas ambientais, as usinas hidrelétricas também causam problemas para a saúde pública, como a formação dos remansos nos reservatórios e a decorrente proliferação de vetores transmissores de doenças endêmicas.

Os problemas sociais também são consequência da construção e funcionamento das usinas hidrelétricas, dentre eles está o alagamento de áreas ativas, no Brasil são mais de 34.000 km² de áreas alagadas que causaram um deslocamento compulsório de cerca de 200 mil famílias, as principais comunidades afetadas são as população ribeirinhas, que sofrem diretamente com a ocupação da área que atinge as principais formas de subsistência das comunidades, através da pesca e das lavouras.