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Resenha critica de “A GLOBALIZAÇÃO DA NATUREZA E A NATUREZA DA GLOBALIZAÇÃO”

Por:   •  16/3/2016  •  Resenha  •  1.360 Palavras (6 Páginas)  •  4.551 Visualizações

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CEFET-MG ENGENHARIA AMBIENTAL 2012/01
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA

PROF. MATUSALEM DUARTE – GEOGRAFIA GERAL

Matheus Pires Corrêa

Resenha Crítica 10/10/2012 Valor 15 pontos

“A GLOBALIZAÇÃO DA NATUREZA E A NATUREZA DA GLOBALIZAÇÃO”

De Carlos Walter Porto-Gonçalves

‘ A construção da geopolítica do desenvolvimento sustentável e seu neoliberalismo ambiental ’

O autor começa seu texto citando a história das questões ambientais desde quando esse assunto ganhou força na comunidade internacional, por volta do fim dos anos 80 e início da época de 90, com a queda do muro de Berlim e colapso da URSS. Nesse contexto, ocorreu a Conferência das Nações Unidas Para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD (Rio 92), onde todos os chefes de Estado do mundo se fizeram presentes para discutir questões exclusivamente ambientais. Paralelo a essa convenção, houve um evento criado pela sociedade civil e ONGs, demonstrando aí a ação e luta social pelo meio ambiente.

Segundo Porto-Gonçalves, em 1995 o GATT – General Agreement on Tariffs and Trade – se transformou em OMC – Organização Mundial do Comércio. A OMC prima pela abertura das fronteiras, fortalecendo transnacionais e prejudicando politicas ambientais em cada país. Nesse assunto, o autor defende com sólidos argumentos que o livre comércio sempre confronta a legislação ambiental, pois as consequências da produção (rejeitos, ruídos, poluição) ficam no local onde são produzidos, ao contrário da produção, que gera lucro ao Estado.

Ainda se referindo a Rio 92, o autor diz que quem mais se beneficiou com essa convenção foram as transnacionais, grandes ONGs e grandes organismos como FMC E OMC, enquanto os gestores dos Estados Nacionais perderam influência.

O ideólogo Stephan Schmidheiny é citado como o grande responsável pelos resultados da Conferencia de Joanesburgo em 2002 (Rio +10). Este ressalta que somente as multinacionais poderiam resolver problemas ambientais do mundo.

São citados dois mecanismos: MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), que cria um mercado de CO2, mais conhecidos como créditos de carbono e o MCF (Mecanismos de Certificação Florestal), que garante a procedência limpa de produtos ambientalmente corretos.

O autor cita agora, a importância dos Acordos Multilaterais Ambientais (Convenção do Clima, Convenção de Diversidade Biológica e Os MCF e MDL), que estão modificando o padrão do poder histórico do sistema do mundo moderno. A dívida externa é um assunto ponderado com excelência. Segundo o autor, esta é usada como instrumento de pressão entre países, onde credores conseguem impor suas condições visando livre comércio e desenvolvimento de comunidades, regiões e países.  

O Lugar dos Organismos Multilaterais I: O Papel do Banco Mundial’

Nessa parte do texto, o autor se refere com propriedade ao Banco Mundial. Segundo ele, diante das criticas e pressão da sociedade nos anos 80, o Banco Mundial adotou novas politicas de ordem ambiental neoliberal. Porém o Banco Mundial e as politicas ambientais vêm sendo restringidos e vêm sendo comandados pela instrumentação cientifica ocidental e suas condições colocadas diante do desafio ambiental contemporâneo. Ou seja, a GEF (Global Environment Facility) e seus diretores, discernem os interesses públicos, dos privados, sob a condição de aceitação dos pressupostos.

‘O Lugar dos Organismos Multilaterais II: O Papel do FMI’

O autor cita o estimulo por parte de instituições financeiras, como o FMI, Banco Mundial e OMC ao ajuste estrutural em que agrossistemas monocultores capitalistas se expandem em direção as áreas ricas de diversidade ecológica. Isso causa uma perda da biodiversidade e uma grande desigualdade demográfica. Enquanto algumas áreas estão superlotadas de gente, outras estão ocupadas somente por plantação ou criação de gado.

O autor apresenta a contradição dessas instituições, que ao mesmo tempo em que incentivam a expansão da produção e aumento dos lucros, defendem a ocupação das áreas biologicamente diversificada. Sendo que para expandir a produção, é preciso desmatar essas áreas.

Fica evidente neste caso o conflito entre o desenvolvimento progressista e a preservação da biodiversidade. Para isso surge o desenvolvimento sustentável que busca atingir o meio termo entre esses dois pólos. As instituições financeiras tem como dever criar incentivos e não desalentar o desenvolvimento sustentável.

‘Ligações Perigosas I: O Lugar das ONGS na Construção do Neoliberalismo Ambiental: o ICBG e as Estratégias dos EUA de Controle da Biodiversidade’

Nesta parte do texto, o autor começa falando sobre a superioridade e controle dos laboratórios americanos pela busca das melhores tecnologias.

Porto-Gonçalves cita o ICBG (International Cooperative Biodiversity Group) que é comandado por instituições americanas como o TAG (Technical Assesment Group) e tem apoio do Banco Mundial. O ICBG incentiva o programa estratégico nos EUA em que as universidades do país visam o controle da biodiversidade em escala mundial, garantindo a total liderança no campo da biotecnologia. Para isso, o programa conta com apoio jurídico para garantir as patentes dos resultados das pesquisas, apoio financeiro de empresas americanas interessadas no retorno que esse investimento pode ter. O autor critica fortemente esse tipo de programa que se instala principalmente na América Latina, África e Ásia, regiões pobres que são aproveitadas pelo império americano. Critica também o fato de existir uma regra que determina que somente uma instituição não lucrativa ser a instituição líder dos projetos. Essa estratégia sutil acaba enganando os países pobres que são explorados e garantem lucros extraordinários para as empresas estado-unidenses. A segurança nas grandes corporações é garantida pelo poderio militar americano e também pela força diplomática que os EUA possui.

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