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Revolução Industrial - Resenha

Por:   •  17/11/2015  •  Resenha  •  3.717 Palavras (15 Páginas)  •  519 Visualizações

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A Revolução do trabalho

Fundamentos da Administração

A revolução industrial (século XVIII), impulsionada pelo surgimento das fábricas e máquinas a vapor, também foi marcada por novos modelos de administração, o que influenciou também o aparecimento de uma nova personagem social: a empresa industrial.

O modelo de fabricação para fora (putting-out system), consistia na entrega de matérias-primas e máquinas têxteis para as famílias, que eram remuneradas por peças produzidas, a Inglaterra foi pioneira deste sistema, precursor das fábricas.

O que não era simples nem lucrativo para o comerciante, que não podia interferir no processo produtivo, já que o artesão era detentor da técnica, e não era possível controlar a produção, ou seja, o artesão poderia produzir conforme suas necessidades financeiras, além de, por vezes, estes artesãos em épocas de dificuldades financeiras, vendiam as matérias-primas que lhes foram fornecidas.

Com a finalidade de obter maior controle sobre o desempenho dos trabalhadores, os comerciantes começaram a reuni-los em galpões, o que aumentou grandemente a produtividade, mas como conseqüência aumentou a complexidade dos problemas empresariais e sociais.

As condições das fábricas eram muitos rudimentares. Os trabalhadores se mantinham à disposição do industrial. Não podiam fazer qualquer questionamento sobre os baixos salários, ou as condições precárias a que eram submetidos. Na cidade têxtil de New Lanark, crianças eram obrigadas a trabalhar 14 horas por dia, até a reforma do utopista Robert Owen, quando este número caiu para 12 horas.

O artesão transformou-se em operador de máquinas, fazendo-o perder a visão do “todo” que produzia, e por fim, o trabalho foi desumanizado, e focado na eficiência.

As empresas eram constituídas basicamente de máquinas e administradores, onde parte dessas máquinas se tratava dos próprios trabalhadores.

A grande concentração de trabalhadores nas fábricas e cidades fez-se melhorar a comunicação e a organização, o que potencializou conflitos e desentendimentos com os empresários. E no começo dos anos 1800 foram criados os primeiros sindicatos, que a princípio não foram aceitos, só sendo legalizados em 1890.

Jean-Charles Sismondi, chocado com as atrozes condições de trabalho, sugeriu a idéia da existência de classes sociais em conflito.

E, enquanto os economistas clássicos se propuseram a defender as interesses dos capitalistas, Marx se propôs a defender os interesses dos assalariados.

Suas severas críticas tinham forte influência sobre os sindicatos, as reivindicações destes, e sobre os partidos políticos.

Mais do que influenciar a classe operária que já nasceu na revolução industrial e em conflito com seus empregadores, o modelo de gestão de Marx influenciou a história.

O cenário era de práticas administrativas rudes, que produziam produtos de qualidade variável e duvidosa, somados a salários baixos e produção controlada a “mãos-de-ferro”.

A preocupação com a eficiência começou a atrair a atenção de pessoas que objetivaram tal progresso com embasamento em ciências econômicas e teorias de administração.

Adam Smith, e sua análise da fabricação de alfinetes, e apologia a divisão do trabalho é um exemplo clássico.

James Mill aponta em seu livro Elements of political economy, a necessidade de reduzir ao mínimo o número de tarefas de cada trabalhador, com a finalidade de aumentar a velocidade e eficiência. Antecipou-se a Taylor ao sugerir a sistematização de tempos e movimentos para produzir uma combinação mais eficiente.

Sendo esta uma boa prática, já que um profissional com mínimas tarefas de operação, por fim especializa-se pela força do hábito, tornando sua produção eficiente.

Entre as experiências práticas, tem destaque a Fundição Soho, pioneira nos conceitos visionários que se tornaram universais nos próximos dois séculos:

  • Padronização do funcionamento do maquinário, para equilibrar o ritmo de fabricação;
  • Fabricação de peças intercambiáveis;
  • Planejamento operacional e físico, otimizando espaço e elevando o nível de precisão na fabricação e reduzindo o esforço humano;
  • Planejamento e controle da produção considerando estimativas de demanda;
  • Cronometragem e estudo de tempos e movimentos;
  • Incentivos salariais proporcionais à produção; e
  • Entendimento de que seu principal recurso era sua mão-de-obra, tomando como práticas o lazer remunerado, limpeza dos locais de trabalho, moradias e fundando uma sociedade de auxílio mútuo.

Roberto Owem, em 1800, adquiriu uma fiação na Escócia, onde havia 2000 trabalhadores dos quais 500 eram crianças com idade de até cinco anos. Owen acreditava que ser humano era produto do meio e podia ser melhorado, e começou uma experiência iluminista e paternalista. E entre os benefícios oferecidos estavam moradia, educação gratuita para as crianças e um armazém sem fins lucrativos, aumentou a idade mínima para o trabalho de cinco para dez anos, e redução da carga horária de 14 para 12 horas.

Colocou também dispositivos disciplinares como:

  • Um “monitor silencioso”, que indicava o nível de desempenho dos trabalhadores;
  • A obrigatoriedade da limpeza da cidade;
  • Multas para embriaguez em público; e
  • Toque de recolher no inverno.

Com tais medidas, Owen fez da sua fiação um lugar mais vantajoso para se trabalhar, e os seus funcionários foram motivados pelo “toque” humanista, o que os fez produzir, mais, e com melhor qualidade, aumentando é claro o lucro para Owen e seus sócios.

Não que se tivesse chegado á condições ideais, mas sendo esta uma boa idéia e estava sendo germinada.

Charles Babbage, e seu livro On de the economy of machinery and manufactures, é um marco. Entre suas muitas idéias, as mais relevantes são:

  • Estudo de tempos e movimentos para definir o modo mais eficiente;
  • Comparação entre práticas de administração de diferentes empresas;
  • Definição da demanda por produtos com base no estudo da distribuição da renda; e
  • Estudos de localização industrial, para definir o melhor local para instalação de um fábrica, levando em conta a proximidade de fontes de matérias-primas.

Em contra partida, os ludditas (adeptos do movimento liderado por Ned Ludd) incitavam a destruição das máquinas surgidas com a revolução industrial. Em 1813, 64 pessoas acusadas de serem ligadas ao movimento foram julgadas, 17 receberam condenação a morte. Em 1830 aconteceram passeatas, incêndios, roubos e destruição de fábricas. Em resposta, Babbage com probidade:

“...Embora seja perfeitamente verdadeiro que o trabalhador, como classe, receba vantagens da prosperidade de seus empregadores, não acredito que cada indivíduo participe dessas vantagens na proporção exata de sua contribuição.

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