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Viabilidade e emprego do gesso reutilizado

Por:   •  11/11/2018  •  Artigo  •  7.601 Palavras (31 Páginas)  •  234 Visualizações

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Viabilidade e emprego do gesso reciclado

Fernanda Meneghini (Renilda S. Meneghini) E-mail: fernandameneghini31@hotmail.com 

Jean Carlos Moraes (Emanuele Ap. Ramos) E-mail: jeancmoraes@hotmail.com 

Larissa Gabriela Leite de Lima (Adriane L. de Lima) E-mail: larissagllima@outlook.com 

Nathan Eduardo Gustmam (Erica Menequel) E-mail: nathangustmam@hotmail.com 

Resumo: O gesso é um material de fácil utilização em vários setores, inclusive da construção civil onde é muito utilizado, entretanto o material apresenta um grande desperdício em sua aplicação onde acaba gerando grande impacto ambiental, a substância é caracterizada pelo CONAMA como perigosa ao meio se não destinada a um fim adequado com possíveis reaproveitamentos. Isso não é um problema somente do gesso, na construção civil que gera um amplo volume de resíduos, onde a maior parte dos resíduos tem grande dificuldade de destinação o que gera uma enorme perturbação em âmbito ambiental. Sendo assim, existe uma grande preocupação com a redução, reutilização e reciclagem de tais itens, o que levam a vários estudos para proporcionar uma solução. O gesso, como já citado, um importante produtor de resíduos que já se mostra com potencial para reutilização e reciclagem. Com inúmeros métodos de aplicação na própria construção civil e em outros setores onde se verifica que em grande parte destes métodos é sim possível sua reutilização e reciclagem, sendo caracterizando pelos autores como viável técnica e economicamente.

Palavras-chave: Gesso, reciclagem, viabilidade, CONAMA, construção civil.

  1. Introdução

O gesso, material amplamente empregado na construção civil, é extraído de uma rocha sedimentar através da calcinação da gipsita (CaSO4.2H2O), (OLIVEIRA & POLISSENI, 2013). Estudos arqueológicos estimam que esse material já era usado na atual Turquia e Síria em 8000 A.C., em sua forma natural. O seu desenvolvimento iniciou-se em construções e decorações nas regiões da Babilônia, Mesopotâmia e Síria. Posteriormente, encontrou-se evidencias de sua utilização pelos egípcios e romanos (RIBEIRO 2006).

Com o passar dos anos o gesso ganhou cada vez mais espaço na construção civil, no Brasil, especialmente a partir da década de 1990, como relata a Associação Brasileira de Drywall (2012). Seu uso intensivo deve-se a facilidade e rapidez de execução do processo, a ótima qualidade de acabamento, e também por ser útil em revestimentos, isolamentos e por possuir uma ótima viabilidade, tendo em vista seu baixo custo.

Contudo, o gesso bem como qualquer outro material gera resíduos desde sua produção até a sua utilização final podendo chegar a um descarte de até 120% (JOHN, 2000). Segundo Harada & Pimentel (2009) estima-se que cerca de 30% do gesso utilizado pela indústria seja desperdiçado enquanto para o setor da construção civil esse número chega a 45%.

Sem dúvida umas das maiores preocupações com o gesso é o impacto socioambiental que ele pode gerar, desde sua extração até o seu descarte, pois altera o relevo do local onde é extraído e também causa sérios problemas ambientais se descartado de forma ilícita. A busca por formas de reutilizar o gesso é uma forma de preservar o meio ambiente, bem como de readequar a indústria da construção um modelo que seja altamente sustentável a todos os setores envolvidos nesse processo.

Neste trabalho apresentaremos a viabilidade de se reciclar o gesso, um desafio atual que abrange não só a área de construção civil, mas uma sociedade ao todo.

  1. Objetivo

O objetivo deste artigo é fazer uma análise da viabilidade e do emprego de gesso reciclado na construção civil através de uma revisão bibliográfica.

  1. Método

Esse estudo foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas de artigos científicos, livros, monografias especificamente sobre reutilização e reciclagem de gesso na construção civil. As pesquisas foram feitas utilizando a ferramenta Google Acadêmico, no período do primeiro semestre de 2018.

As pesquisas foram focadas nos termos chave: gesso, resíduo, reciclagem, viabilidade, CONAMA, construção civil. Buscando a importância da redução do descarte de gesso, nas formas de reutilização, reciclagem e aplicabilidades dos resíduos de gesso especificamente na construção civil. Com a coleta de dados a partir da leitura dos materiais encontrados de forma exploratória, seletiva para então o registro das informações.

Em uma próxima etapa com a releitura analítica para reavaliação dos dados coletados para uma análise mais profunda procurando extrair respostas que solucionem o problema proposto pelo estudo, o concluindo.

  1. Produção de gesso

Para compreender o processo de reciclagem do gesso, primeiro é necessário entender sua origem e produção. Segundo Pereira (2006), o gesso tem origem do mineral chamado gipsita, que por sua vez, é uma rocha de origem sedimentar formada basicamente por sulfato de cálcio (CaSO4). No Brasil a gipsita é encontrada principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sendo que os polos de exploração mais rentáveis se encontram na região Nordeste, mais precisamente na Bacia Sedimentar de Araripe, que abrange os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí. Por possuir reservas de grande relevância, o Brasil ocupa a décima primeira posição no ranking mundial de produção de gesso, tornando possível que não seja necessária sua importação, pois o país atende toda a sua demanda (SINDUGESSO, 2017). Segundo Ribeiro (2006) estima-se que a reserva da Bacia Sedimentar de Araripe possua 22 bilhões de toneladas de gipsita, uma das maiores do Brasil e do mundo. O Anuário Mineral Brasileiro (2010) estima que a produção bruta e beneficiada de gipsita no ano de 2009 foi de 2.348.390 toneladas e 805.807 toneladas, respectivamente. A produção de gesso engloba uma série de 5 etapas: extração da gipsita, moagem, calcinação, pulverização e embalagem. A seguir serão descritos esses processos.

 A extração da gipsita se dá como a de muitos minerais, ou seja, de minas subterrâneas  (figura 1) ou a céu aberto, usando equipamentos convencionais (BALTAR et al, 2005); como perfuratrizes, pás mecânicas, bombas d’àgua, tratores, caminhões, entre outros. A exploração é feita através de explosivos que geram diferentes tamanhos e formas de pedra (LIMA, 2011).

Figura 1- Mina de extração de gipsita

[pic 1]

     Fonte: adaptado de http://www.gipsomix.com.br/

A moagem consiste no processo de britagem das pedras de gipsita afim de diminuir sua granulometria (diâmetro), em dimensões inferiores a 100 mm. Nessa etapa do processo de fabricação do gesso, o minério é reduzido a dimensões menores que 25 mm e também passa pelo peneiramento afim de retirar impurezas presentes no material, só então a gipsita vai por meio de esteiras até os fornos de calcinação (CAGNONI, 2016).

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