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Três Tipos de Forma Lógica

Por:   •  16/12/2020  •  Monografia  •  12.134 Palavras (49 Páginas)  •  165 Visualizações

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Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR[pic 2][pic 3][pic 4]

e-ISSN 1984-6746

Três tipos de forma lógica

Three types of logical form

John Bolender1

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Resumo:  Em  linguística  gerativa,  distinguem-se  várias  propriedades  formais  dos sistemas representacionais: a infinidade discreta, a finitude discreta e a infinidade do contínuo. Não é frequente filósofos aplicarem essas distinções ao estudo da forma lógica. O fato de essas distinções serem raramente aplicadas resultou em os filósofos pressuporem, geralmente sem discutir, que todas as formas lógicas apresentam una infinidade discreta, como o faz a linguagem natural. (Uma exceção digna de nota é Ludwig Wittgenstein, circa 1930.) Este artigo defende a existência de outros tipos de forma  lógica,  além  daquela  que  apresenta  infinidade  discreta.  Na  representação mental  é  possível  encontrar  formar  apresentando  infinidade  contínua  e  finitude discreta,  além  da  infinidade  discreta.  Além  disso,  tais  representações  mantêm relações  lógicas  entre  si,  parcialmente  em  virtude  dessas  formas.  Isso  equivale  à alegação de que o estudo da lógica natural precisa ir além da faculdade de linguagem, abrangendo   formas   lógicas   pertinentes   a   representações   mentais   que   não   se assemelham a sentenças. Isso incluiria formas lógicas pictóricas. O ponto final é que, no estudo da lógica natural, é preciso considerar as formas lógicas representadas a sistemas mentais que antecedem a evolução da linguagem.

Palavras-chave: forma lógica, holismo semântico, incompatibilidade das cores,

infinitude discreta, lógica natural, representação mental

Abstract:  In  generative  linguistics,  various  formal  properties  of  representational systems  are  distinguished:  discrete  infinity,  discrete  finitude,  continuum  infinity. Philosophers do not often apply these distinctions to the study of logical form. The fact that the distinctions are rarely applied has resulted in philosophers assuming, usually  without  argument,  that  all  logical  forms  exhibit  discrete  infinity,  as  does natural language. (One noteworthy exception is Ludwig Wittgenstein, circa 1930.) This article argues for the existence of other types of logical form in addition to that which exhibits discrete infinity. In mental representation, one finds forms exhibiting continuum infinity and discrete finitude, in addition to discrete infinity. Furthermore, these representations stand  in  logical  relations  to  one  another, partly  in virtue  of these forms. This is equivalent to the claim that the study of natural logic must go beyond  the  language  faculty,  extending  to  logical  forms  pertaining  to  mental representations  which  are  not  sentence-like.  This  would  include  pictorial  logical forms. The ultimate point is that, in the study of natural logic, one must also consider logical forms represented by mental systems predating the evolution of language. Keywords:    color    incompatibility,    discrete    infinity,    logical    form,    mental representation, natural logic, semantic holism

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1  PPGF/PUCRS <johnbolender@hotmail.com>

Introdução

Há  muito  tempo  os  filósofos  notaram  que  certas  propriedades cruciais à implicação dedutiva podem ser abstraídas de casos específicos da inferência. A rubrica “forma lógica”, usada como rótulo coletivo para essas propriedades, não é facilmente definida. Contudo, na grande maioria dos  casos,  filósofos  consideram  formas  lógicas  de  ser  propriedades  de sentenças  ou  de  coisas  com  estruturas  composicionais  semelhantes  às sentenças   (por   exemplo,   pensamentos   fregeanos).   Uma   decorrência implícita, contudo bastante óbvia, é que a forma lógica compartilha uma propriedade formal com a linguagem natural, nomeadamente, a infinitude discreta. O argumento deste ensaio é que, ao contrário, há três tipos da forma  lógica  correspondentes  a  três  propriedades  formais:  infinitude discreta, infinitude contínua e finitude discreta.  Embora a distinção entre essas  três  propriedades  formais  seja  familiar  na  linguística  gerativa (Chomsky   2009),   ela   é   menos   familiar   na   filosofia.      Todavia,   é precisamente  por  este  motivo  que  os  filósofos  tendem  a  pressupor inconscientemente  que  todas  as  formas  lógicas  recaem  na  primeira categoria (infinitude discreta).  Sugiro que os filósofos se familiarizem com todas   as   três   categorias   e   explorem   a   possibilidade,   na   verdade   a probabilidade, de haver três formas lógicas, na lógica natural, de todos os três tipos.

  1. Infinitude Discreta

A  discussão  aqui  se  dá  no  campo  da  lógica  natural,  mas  num sentido   apropriadamente   abrangente   do   termo   “lógica   natural”.   O sintagma  “lógica  natural”  às  vezes  é  usado  para  designar  o  estudo  das propriedades  lógicas  da  linguagem  natural  (Ludlow 2002).  No  entanto, esse uso coloca a pergunta contra a possibilidade de formas lógicas que não sejam caracteristicamente linguísticas.   Em outras palavras, faz-se a pergunta contra a possibilidade de relações lógicas entre representações originadas fora da faculdade da linguagem. Isso exclui a possibilidade de haver, por exemplo, formas lógicas icônicas representadas em faculdades mentais anteriores à linguagem na linha evolutiva. Então usaremos “lógica natural”   num   sentido   menos   tendencioso,   ou   seja,   o   estudo   das

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