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A CARREIRA NO CONTEXTO DO TRABALHO IMATERIAL BANCÁRIO: VIVÊNCIAS DOS DILEMAS DE EXECUTIVOS

Por:   •  21/12/2021  •  Artigo  •  4.545 Palavras (19 Páginas)  •  150 Visualizações

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TEORIA DA TRANSFERÊNCIA DO CONHECIMENTO, PRECARIZAÇÃO NO TRABALHO BANCÁRIO E TRABALHO IMATERIAL BANCÁRIO.[1]

Autor(a)[2]

RESUMO

O resumo deve dar uma visão rápida e clara do conteúdo e das conclusões do trabalho, constituindo-se uma sequência de frases concisas e objetivas e não uma simples enumeração de tópicos. O resumo deve conter no máximo 250 palavras. Na apresentação, o resumo, deve ser redigido em parágrafo único, utilizando-se espaço simples, com frases claras e concatenadas.

Palavras-chave: de três a cinco em ordem alfabética.

ABSTRACT

Tradução do resumo em inglês.

Key-words:

1 INTRODUÇÃO

Partindo do pressuposto de que às transformações do trabalho e suas consequências humanas, a atual experimentação do tempo assume uma dimensão extraordinária, em razão da velocidade e mobilidade que atingem os trabalhadores inseridos numa sociedade que Virilio (1996) nomeia de “dromocrática”. Virilio (1996) associa dromologia à ditadura da velocidade, que se acentua e se potencializa por meio do vetor tecnológico que recai sobre e coloca em jogo as mais diversas situações do trabalho e da vida em geral.

Essa lógica da corrida, da aceleração e do instantâneo, que rege as atuais formas de estruturar e organizar o trabalho, contribuiu para a maximização da força de trabalho sob a noção de trabalho imaterial (LAZZARATO e NEGRI, 2001), que indiferencia tempo de trabalho e tempo de não-trabalho. O trabalho imaterial de acordo com Lazzarato e Negri (2001), configura uma nova relação produção-consumo, em que a demanda da gestão recai sobre a capacidade intelectual e afetiva dos trabalhadores, resultando na captura da vida como um todo para além de limites temporais e espaciais. Do trabalho imaterial resultam, além de produtos materiais, produtos intangíveis como sentimentos de confiança, segurança e conforto por parte dos consumidores, possíveis apenas a partir da mobilização que fazem os trabalhadores de características que lhes são inerentes, como inteligência, criatividade, tomada de decisão, capacidade de relacionamento, etc.

O produto do trabalho imaterial depende menos da força física e do disciplinamento dos corpos dos trabalhadores e mais de sua criatividade e engenhosidade, de sua capacidade de gerenciamento da informação, de tomada de decisão e iniciativa e de seu investimento pessoal nas tarefas e nas relações (LAZZARATO, 2001; GRISCI, 2006). Nessa nova relação produção-consumo é a alma do trabalhador que passa a ser demandada como produtiva e característica da competitividade entre as empresas, dizem Lazzarato e Negri (2001).

Nesses termos, o trabalho bancário constitui-se num cenário importante para o estudo que entrelaça trabalho imaterial, carreira e subjetividade. O trabalho bancário passou a experimentar mudanças significativas atreladas ao trabalho imaterial, demandando do trabalhador bancário a produção de informações, conhecimentos, serviços e valores, diferentemente do trabalho especializado e burocrático de outrora. Os bancos expressam claramente as transformações ocorridas no âmbito do trabalho e suas consequências aos trabalhadores bancários.

O trabalho do executivo bancário adentra no tempo de vida pessoal e, portanto para construírem suas carreiras, inevitavelmente, os bancários trabalham além do horário contratado, seja checando e-mails, fazendo ligações para clientes ou resolvendo mentalmente problemas constantemente pendentes.

Com vistas à construção de uma carreira, os trabalhadores bancários em geral vislumbram-se como executivos. A Administração tem definido o executivo como aquele que desempenha um papel gerencial que supervisiona as atividades de outros. Geralmente, os executivos passam a ser responsáveis pela realização das metas de desempenhos das empresas; por isso, suas responsabilidades são maiores. Tal fato também acontece com os executivos de instituições financeiras, que assumem uma carga de responsabilidade, especialmente por trabalharem com os investimentos financeiros de pessoas físicas e jurídicas. Assim, para construir suas carreiras, os executivos aumentam consideravelmente sua carga de trabalho, bem como suas responsabilidades. Por isso, também apresentam como características principais a facilidade para liderar e assumir o comando, são organizados, objetivos e determinados (CARVALHO NETO, TANURE, SANTOS e LIMA, 2009).

Adianta-se que, no presente estudo, compreende-se por dilema a vivência de uma situação complexa ou embaraçosa, que aponta saídas difíceis ou penosas, diante da qual os envolvidos se veem sem possibilidade de escolha satisfatória, usualmente ilustrada pela expressão “entre a cruz e a espada” (BAUMAN, 2007).

Diante disso, toma-se como pertinente e relevante apresentar a seguinte questão de pesquisa para o artigo:

Que dilemas relativos à carreira se configuram em contexto da teoria de transferência do conhecimento, a precarização do trabalho bancário e o trabalho imaterial bancário e quais são as suas repercussões?

Para respondê-la, propõem-se os seguintes objetivos:

Compreender a vivência dos dilemas de executivos bancários relativos à carreira em contexto de trabalho imaterial, bem como a transferência do conhecimento, a precarização e suas repercussões.

        Neste interim, salientam-se os objetivos específicos do artigo em questão:

  1. Contextualizar a construção e a condução da carreira na trajetória profissional de executivos bancários.
  2. Verificar e analisar quais são e como são vivenciados os dilemas relativos à carreira de executivos bancários.
  3. Analisar como os executivos bancários percebem a repercussão de seus dilemas relativos à carreira.
  4. Verificar e analisar que estilos de vida resultam da condução da carreira em contexto de trabalho imaterial.

Por conseguinte, o presente estudo encontra-se estruturado em três pilares teóricos: um relativo ao trabalho contemporâneo, que coloca em evidência a noção de trabalho imaterial; outro relativo à carreira e outro, às subjetividades contemporâneas que contemplam a vivência e o enfrentamento dos dilemas.

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