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A ERGONOMIA

Por:   •  31/5/2018  •  Dissertação  •  2.979 Palavras (12 Páginas)  •  154 Visualizações

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"A ergonomia não é apenas o estudo da adaptação do trabalho ao homem, mas antes, o resgate desse trabalho como fonte de prazer e realização e, principalmente, da questão central do papel de protagonistas, dos trabalhadores, no processo de produção do conhecimento e transformação da realidade". 
  
  

- Gilsée Ivan Regis Filho -

 

Este capítulo destaca algumas proposições ergonômicas relacionadas ao trabalho de uma maneira geral em um ambiente de biblioteca universitária e está dividido em dois tópicos: condições de trabalho e fatores humanos que dificultam o trabalho. Esses dois tópicos enfatizam a importância do estabelecimento de condições mínimas de trabalho e consideram as limitações do indivíduo no sentido do respeito aos níveis físico e mental, como elementos determinantes no seu desempenho profissional. Alguns desses elementos são pontuados (de forma condensada) através dos fatores fisiológicos, relacionados com a intensidade e duração do trabalho físico e intelectual. Contudo, apenas considerando-se a existência de fatores psicológicos, como a monotonia, falta de motivação e de fatores ambientais e sociais, como iluminação, ruídos, temperaturas e o relacionamento interpessoal e social, sem a pretensão de uma análise exaustiva. 
  2.2. FATORES HUMANOS QUE DIFICULTAM O TRABALHO 
 

A ergonomia tem sido definida como sendo o estudo da adaptação do trabalho ao homem, cujo objeto central é o ser humano, suas habilidades, capacidades e limitações. Várias disciplinas científicas e tecnológicas, formam o arcabouço da ergonomia. Assim sendo, com a anatomia e fisiologia explica-se a estrutura e o funcionamento do corpo humano e com a psicologia experimental procura-se definir os parâmetros do comportamento do homem. A medicina industrial ajuda a definir as condições de trabalho prejudiciais ao organismo humano. A física e algumas especializações da engenharia fixam as condições com as quais o trabalhador deverá se contentar. Todas estas informações acumuladas nos campos afins do conhecimento humano formam a base da ergonomia, que as utiliza para fazer suas próprias pesquisas e determinar o desempenho humano no trabalho, tendo já uma sistemática própria para isto.

Iida e Werzzbicki (1978) enfatizaram a objetividade do estudo da ergonomia em aumentar a eficiência do trabalho humano, fornecendo dados para que este trabalho possa ser dimensionado de acordo com as reais capacidades e necessidades do organismo. Ao projetar máquinas adequadas ao uso humano reduz a fadiga e os desconfortos físicos do trabalhador, diminui os índices de acidentes e absenteísmo no trabalho. Em outras palavras, ao proporcionar mais conforto ao trabalhador está contribuindo não só para o bem estar humano, aumento da eficiência e redução dos custos, mas também para a qualidade de vida como um todo.

Em estudo realizado sobre a distribuição de funções entre homem e máquinas no contexto de produção, Sell (1989:193) defende que, considerando a participação ativa de pessoas no sistema, a estrutura de funções deve conter também sub-funções como: sentar-se, movimentar-se e alcançar algum objeto, tão necessárias ao bom desempenho do sistema quanto as funções do tipo "conduzir material", "transmitir energia" e "fornecer informações" . Também, analisando a distribuição de funções entre o homem e equipamentos, Woodson e Conover (1973) ressaltam o caráter circunstancial desta questão no sentido da perfeita adaptação em relação à capacidade e habilidade física e psíquica do homem. Assim, no projeto de um produto deve-se observar os recursos materiais e financeiros que a técnica oferece e os recursos humanos existentes, no sentido das limitações e/ou potencialidades.

Evidentemente, na mesma cadeia de interpretação, os estudos em torno da distribuição das funções homem- trabalho devem buscar métodos e conteúdos adequados às capacidades humanas. Sell (1989:194) aborda alguns fatores que influenciam a distribuição de funções entre homem e produto:

  • a sensibilidade, a precisão e a segurança requeridas para o sistema;
  • a confiabilidade desejada pelo sistema em relação à tarefa;
  • a habilidade do operador e do pessoal da manutenção preventiva e corretiva necessárias para lidar com o sistema;
  • os custos para a realização da(s) função(ões).

Contudo, as soluções teoricamente possíveis, na prática não são necessariamente viáveis. Daí surge o problema da detecção de compatibilidade entre a parte física e as soluções parciais a elas associadas. Tudo deverá estar em perfeita harmonia entre fluxos físicos de material, de energia e de informação. Neste sentido, Woodson (1981) afirma que para se ter uma noção ajustada entre as funções obtidas é relevante que se faça uma descrição apurada das atividades de quem realiza e do produto elaborado. Essa descrição envolve o que a pessoa deve fazer, como, onde, quando, com que velocidade e quantidade por unidade de tempo.

Na distribuição das funções homem-trabalho combinações elaboradas através de bases teóricas totalmente arranjadas não garantem serem ergonomicamente adequadas. Na projeção de produto ou serviço torna-se importante a competência de quem executa; a não consideração desses fatores poderá comprometer o desempenho, gerando problemas, como cansaço físico e mental e resistência ao trabalho. Observa-se que as questões ergonômicas podem ser orientadas pela relação de todos os agentes envolvidos; condições reais de trabalho têm inferência direta nos fatores humanos que dificultam o modelo de organização do trabalho. 
  
 

2.2.1. ESTRESSE 
  
 

Estresse se refere ao estado psicológico que é gerado pelo julgamento de uma pessoa às demandas (exigências) que lhe são impostas. Bauk (1985) define estresse como o conjunto de reações físicas, químicas e mentais do organismo humano às circunstâncias que excitam, amedrontam, confundem, põem em perigo ou irritam o indivíduo. Assim, estresse ocupacional é definido como um conjunto de perturbações psicológicas ou sofrimentos associados às experiências de trabalho e incluem:

  • distúrbios emocionais - ansiedade, depressão, angústia, hipersensibilidade e/ou irritabilidade aumentadas;
  • sintomas psicopatológicos - sem qualquer doença mental, desencadeados por um excesso de exigências mentais (cognitivas, psíquicas) provenientes do trabalho e, especificamente, da organização do trabalho.

Os indivíduos se deparam com um grande número de situações potencialmente estressoras, no sentido de desequilibrar grande parte de seus mecanismos biológicos, dependendo da própria situação e da resistência orgânica de cada um. Existem diversos tipos de estressores, tais como: físicos, químicos, virióticos, bacterianos, biológicos e inter-humanos. Contudo, atualmente os conflitos interpessoais são os estressores que mais de destacam no ambiente organizacional. Os fatores estressores podem ser apresentados em dois níveis de aferição:

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