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A HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO

Por:   •  12/4/2016  •  Resenha  •  3.269 Palavras (14 Páginas)  •  1.281 Visualizações

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HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO

E. K. HUNT

CAPÍTULO 9 - KAL MARX

        Poucos pesquisadores na história desenvolveram tantas ideias, Marx criou um sistema intelectual completo, integrado vários campos do conhecimento. Como ele elaborou um sistema intelectual de um todo integrado não é possível compreender parte sem inseri-la no contexto do todo. Como não é possível englobar tudo, neste capitulo será focado nas ideias relativas à natureza, as origens e ao modo do funcionamento de uma economia capitalista. A principal análise de Marx sobre o capitalismo foi no livro O Capital.

A crítica de Marx a economia clássica

        Foi muito influenciado pelas teorias do valor e dos lucros de Smith e Ricardo, refinando essas ideias. Era considerado um crítico antagonista, consumava citar Thompson e Hodgskin e critica-los também, tinha Mill como oponente intelectual e demais autores que se restringia a critica-los. A deficiência desses autores para Marx era a falta de perspectiva histórica. Nesse âmbito, relata que se tivessem observado a história saberiam que a produção é uma atividade social que pode assumir muitas formas dependendo do contexto em que está inserida, que os vários modos de produção possuem certas características em comum mesmo em tempos distintos. Então, para entender cada modo de produção (como o capitalismo) era essencial isolar as características particulares de cada modelo.

        Quando esta distinção não é feita, segunda Marx causa duas distorções importantes: crença de que o capital era um elemento universal em todos os processos de produção e que todas as atividades econômicas podiam ser reduzidas a uma série de trocas. A identificação errada do capital originava-se no fato em que o capital tinha uma característica que era universal e toda a produção e uma característica que era particular do capitalismo, que era o poder do capital de gerar lucros para uma classe social especial, sendo o “instrumento de produção” e o “trabalho acumulado” fonte de renda do poder as classes sociais dominantes.

        A maioria dos economistas antes de Marx achava que a propriedade era sagrada (Mill era exceção). Segundo Marx havia varias formas de propriedade, cada modo de produção tinha sua forma de propriedade e essas formas determinavam a distribuição, assim produção e a distribuição não eram independentes como Mill acreditava. Para economistas como Batiat, “A economia política é troca”, mas segundo Marx quando a mercadoria e o trabalho (consideravam a mão-de-obra como instrumento de troca) como valores de troca então os agentes são considerados com meros trocadores iguais entre si com elementos a serem trocados. Assim em uma economia de troca um indivíduo só realiza uma troca quando os dois envolvidos estão dispostos a realizar essa troca voluntariamente, sendo as diferenças de suas necessidades e produção responsáveis pela efetuação da troca que passa a ser um desejo comum, tendo desse modo uma sociedade harmoniosa. Desse modo, a relação econômica é a troca.

Mercadoria, Valor, Valor de Uso e Valor de Troca

Marx estava interessado em explicar a natureza da relação social ente capitalistas e trabalhadores, ou seja, a relação entre salário e lucro. A mercadorias tinham suas características: suas propriedades satisfaziam as necessidades humanas (o que fazia com que ela tivesse valor de uso) e eram o deposito material do valor de troca (relação entre a quantidade de mercadoria que se poderia conseguir em troca de uma outra(s) mercadoria(s), possibilidade de comparação entre as mercadorias). O dinheiro era visto como equivalente de troca, o que diferenciava uma economia de troca monetária por uma economia de troca por escambo, sendo que a moeda também pode ser meio de guardar riqueza.

        Valor de uso: as mercadorias têm diferentes qualidades, mas como valor de troca são meramente quantidades diferentes, mas segundo Marx o valor de uso não poderia ser a base para o valor de troca, pois deveria ser considerado as relações sociais peculiares a cada circunstância social. Por isso, o único elemento comum de todas as mercadorias e diretamente comparável em termos quantitativos era o tempo de trabalho necessário para sua produção. Assim, para Marx as mercadorias eram definidas como valores e o trabalho humano está contido nele, sendo o valor uma relação social qualitativa com dimensões quantitativas.

        Utilizando-se de um conceito de Ricardo, Marx admitiu que: o trabalho incorporado a produção era o principal determinante do valor de troca. Diferenças de razão entre máquina e trabalho ou diferenças no tempo de produção foram consideradas secundarias. Assim, para explicar a natureza e origem dos lucros supôs abstratamente que os valores (trabalho incorporado) fossem os únicos determinantes dos valores de troca, usando assim valor e valor de troca como sinônimos.

Trabalho útil e trabalho abstrato

Dado que Marx apontou o trabalho como determinante do valor de troca, o subdividiu em útil e abstrato. O trabalho útil (sua forma especifica, finalidade, seu sujeito, seu meio e seu resultado) é o que define o valor de uso e trabalho abstrato (gasto de força de trabalho humana) é o que define o valor de troca.

A natureza social da produção de mercadorias

Os produtos do trabalho humano só se transformavam em mercadoria quando eram produzidos com o objetivo de serem trocados, ou seja, se produz pela busca do valor de troca e não pode ser de necessidade direta do produtor. Para usa sociedade ser considerada produtora de mercadorias necessitava: especialização para que cada produtor produza só um produto, essa especialização exigia separação do valor de uso para o de troca e o mercado deveria ser amplo, bem desenvolvido.

        A relação social entre os produtores existia na medida em que um produzia e satisfazia das necessidades dos outros e a produção deles poderia ser ligada (cada um produz uma parte da mercadoria).

Circulação simples de mercadoria e circulação capitalista

        Na produção simples, se produz mercadorias para venda com o fim de adquirir outras mercadorias para uso, ou seja, se transforma mercadoria em dinheiro e o dinheiro novamente em mercadoria. É a circulação do trabalho social materializado (M-D-M – mercadoria, dinheiro mercadoria). Contrastado com isto, a circulação capitalista (D-M-D’ – dinheiro, mercadoria, dinheiro) investe dinheiro para produzir a mercadoria e a mercadoria novamente para dinheiro, assim compra para vender (o dinheiro aqui se transforma em capital).

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