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A Perda Esperada

Por:   •  8/6/2016  •  Projeto de pesquisa  •  3.503 Palavras (15 Páginas)  •  457 Visualizações

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 FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras

Curso de MBA em Finanças Corporativas – Banco do Brasil

Fernanda Gabriel de Oliveira Cruz

Impacto da alteração do componente IPP para Perda Esperada na performance de produto de crédito

Brasília

Março/2015


Fernanda Gabriel de Oliveira Cruz

Impacto da alteração do componente IPP para Perda Esperada na performance de produto de crédito

                                                                  Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à FIPECAFI, como exigência para obtenção do certificado de MBA em Finanças Corporativas - Banco do Brasil.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Assaf Neto

Prof. Dr. Carlos Renato Theóphilo

                    

 

Brasília

Março/2015


  1. INTRODUÇÃO

A expansão do crédito verificada principalmente na última década no Brasil traz aos bancos uma necessidade crescente de melhor gestão do risco, do capital e do próprio crédito. Segundo Sbicca, Floriani e Juk (2012) a série histórica produzida pelo Banco Central aponta que, enquanto de 1995 a março de 2003 o aumento foi de apenas 1,6%, de 2003 a 2012 o crescimento real do crédito foi na ordem dos 209,9%.

Em junho/2004, foi publicado pelo Comitê de Supervisão Bancária de Basiléia do Bank for International Settlements – BIS o documento “Convergência Internacional de Mensuração de Capital e Padrões de Capital - Estrutura Revisada”, conhecido por Basileia II, que estabelece novos critérios de requerimento de capital regulamentar, considerando os riscos associados às exposições, governança e transparência das instituições financeiras. O objetivo principal é fortalecer a estabilidade do sistema financeiro mundial por meio do aprimoramento das práticas de gestão e governança dos riscos nas instituições financeiras com o aperfeiçoamento do Acordo anterior (Basileia I).

Segundo Dermine (2010) O novo acordo é baseado em três pilares:

O primeiro pilar: exigência de capital mínimo – definição de metodologia para medir o valor mínimo de capital;

O segundo pilar: processo de revisão de supervisão – controle da liquidez e da solvência dos bancos;

O terceiro pilar: disciplina de mercado – exigências de divulgação dos tipos e valores em risco que os bancos efetivamente assumem.

É na combinação desses três grandes elementos que se assenta toda a filosofia de Basiléia II, que resumidamente, pode ser definida como a busca pelo aprimoramento das práticas de controle e gestão dos riscos, e/ou também a busca de transparência para as instituições financeiras.

Basileia II estimula a adoção de modelos proprietários para mensuração dos riscos (crédito, mercado e operacional), com graus diferenciados de complexidade, sujeitos à aprovação do regulador, e possibilidade de benefícios de redução de requerimento de capital por conta da adoção de abordagens internas.

Segundo Assaf e Brito (2008) no ambiente bancário, o crédito consiste no ato de colocar um determinado valor à disposição de um tomador, que assume compromisso de pagamento em data futura.

Assim, o risco de crédito é a probabilidade de que o compromisso não se cumpra ou também a Perda Esperada (PE), dividida em três componentes:

A componente Probability of Default (PD) é a probabilidade de inadimplência, do compromisso não ser cumprido;

A componente Exposure at Default (EAD) indica o valor da dívida em compromisso;

A componente Loss Given Default (LGD) é a proporção que informa o quanto da exposição a instituição financeira deve ser perdida.

Usualmente os três parâmetros são modelados separadamente, pressupondo a não correlação entre eles, e a perda esperada é dada pelo produto dos três.

A utilização do componente Perda Esperada no modelo de precificação de uma Instituição Financeira (IF) exige considerável investimento em tecnologia da informação, desenvolvimento de ferramentas de gestão, governança corporativa, cultura de risco e ajustes nas práticas de gestão segundo site de uma Instituição Financeira.

A adoção da Perda Esperada em uma IF substituirá o Índice de Perda Previsto (IPP), que pode ser entendido como uma provisão para certa expectativa de perda.

Na referida IF o processo encontra-se na fase de desenvolvimento tecnológico para substituição no sistema de precificação, no entanto há poucas análises acerca do impacto na precificação de produto de crédito.

O presente estudo objetiva estimar o impacto da alteração do componente IPP para PE de um produto de crédito.

Para o alcance do objetivo, o atual e o novo modelo de precificação de operações de crédito utilizado pela IF serão abordados além de exercícios com as alterações propostas e seu impacto em margens de ganho de determinado produto.


  1. REFERENCIAL TEÓRICO

  1. Risco de Crédito

O risco de crédito é um processo de quantificar a possibilidade de a IF incorrer em perdas, na hipótese dos pagamentos não se confirmarem.

Segundo Bessis (1998) apud Vicente (2001) o risco de crédito possui duas dimensões: a quantidade e a qualidade do risco, este refere-se a probabilidade ou sinais de possíveis perdas, aquela refere-se ao que pode ser potencialmente perdido nas operações de crédito.  

Lima (2008) afirma que as IFs ao cobrarem uma espécie de prêmio de risco para cada empréstimo geram um colchão para as perdas que possam surgir em empréstimos inadimplentes.

E isso nada mais é que gerenciamento de risco que corrobora com o objetivo do Acordo de Basileia II.  

  1. Perda Esperada

Segundo Assaf e Brito (2008) a perda esperada pode ser definida como a estimativa estatística da média das perdas do portfólio e representa a perda em que a instituição espera incorrer em uma carteira de crédito ao longo de determinado período. Isso é feito mensurando o risco de crédito, que é o processo de quantificar a possibilidade de a Instituição Financeira incorrer em perdas, no caso de os fluxos de caixa esperados com as operações de crédito não se confirmarem.

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