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A Qualidade de Vida no Trabalho

Por:   •  18/10/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.444 Palavras (6 Páginas)  •  264 Visualizações

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Qualidade de Vida no Trabalho[1]

Giseli D. A. Xavier [2]

A gestão da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) vem ganhando importância e espaço cada vez maiores nas discussões acadêmicas e empresariais devido a grandes transformações pelas quais as organizações vem passando.  Fato que se comprova por diversas pesquisas na área de motivação e satisfação dos funcionários. As pessoas passam boa parte das suas vidas nos locais de trabalho, daí a importância da QVT, pois as organizações, para produzirem seus bens e serviços dependem de seu capital humano. Para isso investem cada vez mais em treinamentos, integração social na empresa, saúde e segurança no trabalho, entre outros. Grabarschi (2001) afirma que se as oito ou mais horas puderem ser agradáveis, as pessoas se sentirão mais motivadas e conseqüentemente mais envolvidas com os objetivos da empresa.

 Atualmente, as relações de trabalho estão voltadas para alguns fatores que motivam as pessoas, como os psicológicos, emocionais, físicos, ambientais, entre outros. Maslow desenvolveu uma teoria sobre a hierarquia das motivações onde diz que uma vez satisfeitas as necessidades primárias, surgem as secundárias. Para Lopes (1980) Maslow foi o pioneiro “a relacionar as necessidades humanas num quadro teórico abrangente na sua teoria da motivação humana baseada numa hierarquia das necessidades humanas básicas”, segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influenciação. Essa hierarquia de necessidade pode ser visualizada por uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas como as fisiológicas, de segurança e sociais e no topo as necessidades mais elevadas que são as de estima e auto realização.

Maslow (apud RODRIGUES, 1999) explica que:

As necessidades humanas estão organizadas numa hierarquia de valor ou premência, quer dizer, a manifestação de uma necessidade se baseia geralmente na satisfação prévia de outra, mais importante ou premente. O homem é um animal que sempre deseja. Não há necessidade que possa ser tratada como se fosse isolada; toda necessidade se relaciona com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades.

        Herzberg, apresentou uma teoria cujo as necessidades se agrupavam sob dois fatores: os higiênicos, indispensáveis para se manter um equilíbrio fundamental para o trabalho, e os fatores de motivação que ajudam a aumentar o interesse dos trabalhadores com suas atividades.

Para Detoni (2001) a proposta de Herzberg é a de que o trabalhador será melhor utilizado a partir do enriquecimento das tarefas, contrariando a idéia da racionalização do trabalho e também a ampliação das operações produzidas pelo indivíduo.

Elton Mayo realizou estudos em 1927 na Western Eletric Company (conhecida como o experimento de Hawthorne), que pesquisou o comportamento humano diante da fadiga e da monotonia. O pesquisador relacionou as influências das condições físicas do ambiente de trabalho na produtividade. Para Drumond (2007), Mayo descobriu a importância das relações sociais do trabalhador, observando que a produtividade aumenta quando acontecem determinados fenômenos de grupo.

Walton citado por Drumond (2007) coloca que nos anos 90, a QVT tornou-se um programa que resgata os critérios de valores ambientais e humanos, omitidos pelos avanços da tecnologia, da produtividade industrial e do crescimento econômico. A preocupação de todos hoje é que a QVT seja um fator de extrema relevância nas organizações e que seja tratada como ponto fundamental pelos gerentes e trabalhadores, para a construção de um ambiente melhor e saudável.

Como podemos observar, o assunto QVT se diferencia ao longo dos tempos. Segundo Rodrigues (apud VASCONCELOS 2001) “com outros títulos e em outros contextos, mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de suas tarefas, a qualidade de vida sempre foi objeto de preocupação da raça humana”. Vasconcelos (2001), em seu artigo menciona ainda que, desde 300 anos a.C, Euclides de Alexandria ensinava sobre geometria para melhorar o método de trabalho dos agricultores à margem do Rio Nilo, ou seja, já havia uma preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores.

Muitos são os autores que conceituam a QVT. França (2007), conceitua como:

Conjunto de ações de uma empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa o fator diferencial para a realização de diagnóstico, campanhas, criação de serviços e implantação de projetos voltados para a preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho na empresa.

 Complementando, Drumond (2007) explica que a QVT consiste na aplicação concreta de uma filosofia humanista, pela introdução de métodos participativos, visando modificar um ou vários aspectos do meio ambiente de trabalho, a fim de criar uma nova situação, mais favorável à satisfação dos empregados na empresa.

Ainda GRABARSCHI (2001), associa a QVT com melhorias nas condições de trabalho, envolvendo as variáveis comportamentais, ambientais e organizacionais, além das políticas de recursos humanos, de forma a humanizar o trabalho, satisfazendo, assim, não só a organização, como também os colaboradores.

 Na busca por determinar a QVT Hackman & Oldham desenvolveram uma estratégia que se baseia em cinco fatores que expressam a opinião do trabalhador, como explica Rocha (1998):

1. Tarefas Combinadas: o trabalho fragmentado é agrupado e transformado em módulos, o que resgata a Identidade de Tarefa.

2. Formação de Unidades Naturais de Trabalho: são agrupadas as tarefas que possuem alguma correlação ou seqüência entre si.

3. Estabelecimento de Relações Diretas com o Cliente: cada cargo possui um cliente interno ou externo, fazendo com que cada problema e dúvidas sejam encaminhados para solução com aquele trabalhador que desenvolveu a tarefa.

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