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A TEORIA CONTINGÊNCIAL

Por:   •  15/6/2016  •  Resenha  •  7.511 Palavras (31 Páginas)  •  725 Visualizações

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TEORIA CONTINGÊNCIAL

INTRODUÇÃO

        Até o momento, a maioria das teorias discutidas partiram do pressuposto que todos os resultados da organização são reflexo somente das ações tomadas internamente. Contudo, o que é proposto pela Teoria Contingencial é exatamente o oposto. São eventos, ou fatos do ambiente (cuja definição será abordada posteriormente) que influenciarão, não só as abordagens da organização quanto ao método administrativo mais eficaz, como também qual será o resultado, esperado para essa organização, ou se será esperado algum resultado.

        A palavra contingência é definida como: “Algo incerto ou eventual, que pode suceder ou não, dependendo das circunstâncias. Refere-se a uma proposição cuja verdade ou falsidade somente pode ser conhecida pela experiência e pela evidência, não pela razão” [1].

        Foram recentes estudos que guiaram esse pensamento, e foi a partir de então que estudiosos começaram a tratar a interface da organização com o ambiente externo. Com esse novo pensamento em vista, somos conduzidos a pensar que diferentes ambientes demandam diferentes estruturas organizacionais para obterem eficácia. Além disso, esses estudos também trataram como a utilização da tecnologia pode conduzir uma organização a um determinado tipo de estrutura.

        Esses fatores foram comprovados por diversos autores, e o primeiro trabalho que trata da Abordagem Contingencial data de 1953, com a publicação do livro “Science and Human Behaviour”, de B. E. Skinner. Desde então foram diversas publicações abordando o tema.

        Como citado anteriormente, a Abordagem Contingencial é de certa forma inovadora, pois trata de uma nova abordagem, desconsiderada até então. O principal fator que a diferencia das outras teorias/abordagens é a consideração do impacto ambiental sobre as organizações. Fica claro a distinção em relação a outras teorias quando relacionadas com maior proximidade:

  1. TEORIA CLÁSSICA

A Teoria Clássica concebe a organização como um sistema fechado, rígido e mecânico, e que como consequência, não tem nenhuma relação com o ambiente externo. A melhor estratégia de organizar uma organização (“the best way”) era tratada como sendo uma verdade absoluta, e válida para toda e qualquer organização. Sendo assim, trata-se de uma teoria normativa e prescritiva, que generalizam uma “receita”, que teoricamente seria válida para toda e qualquer realidade.

  1. TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

É um movimento que humanizou as teorias das organizações, e apesar de ter feito várias críticas à abordagem clássica, não tratou ainda da generalização, ou seja, da tratativa de que o que importava era as relações do comportamento humano e da interação social do grupo. Portanto, o aspecto mais desfavorável em relação à teoria clássica ( em comparação com a Abordagem Contingencial ) continuou a ser um fator relevante para o estudo dos impactos do ambiente sobre a organização.

  1. TEORIA DA BUROCRACIA

A teoria burocrática também caracteriza a organização como sendo um sistema fechado, e trata dos aspectos formais internos. Durante seu desenvolvimento enfatiza a necessidade de divisão do trabalho, a importância de regras dentro da organização, e na busca de um caráter legal, racional, impessoal e formal para o alcance da máxima eficácia. Seu principal aspecto a ser relacionado com a Abordagem Contingencial é o fato de padronizar o comportamento humano e a execução de tarefas de formas a evitar as variedades das decisões individuais. Portanto, trata também de uma generalização para todas as organizações, e não leva em consideração aspectos internos à organização.

  1. TEORIA NEOCLÁSSICA

É uma teoria que faz uma releitura das características clássicas, porém atualizadas e enquadradas em uma realidade de inovação e adaptação à mudança. Foi um enfoque novo que utiliza de conceitos velhos para traçar princípios que podem ser universalmente aplicados. Reafirma a Administração como um conjunto de procedimentos básicos, com aplicações variadas, a fim de se atingir um objetivo específico. Considera também o problema da eficiência no processo e da eficácia dos resultados em relação aos objetivos.

  1. TEORIA COMPORTAMENTAL

“Ampliação” da Teoria das Relações Humanas que passa a levar em consideração o comportamento organizacional. Trata com afinco os conceitos comportamentais e motivacionais. Além disso, enfatiza a necessidade de adaptação à mudanças ambientais como sendo fundamental para a sobrevivência. Não só uma mudança organizacional, mas também uma mudança de comportamento dos colaboradores é crucial para adaptação. Contudo, a preocupação maior ainda está voltada para dentro da organização, embora haja uma referência ao ambiente.

  1. TEORIA DOS SISTEMAS

A partir dessa teoria surge a construção de modelos abertos que relacionam dinamicamente com o ambiente. Trata da situação em que todos os sistemas internos (subsistemas) se relacionam entre si, mas também se relacionam com o sistema externo, que por sua vez interage também com todos os subsistemas. Apesar de tratar da organização como um sistema aberto, se trata de uma teoria muito abstrata, sem condições de resolver problemas específicos da organização.

        Em síntese, a Teoria da Contingência faz uma mudança de referencial, de dentro para fora da organização. Essa mudança é decorrente da abordagem da teoria que afirma que são as características ambientais que condicionam as características organizacionais. Sendo assim, não há somente uma única forma mais eficaz de se atingir os objetivos (the best way). A melhor forma dependerá (it depends) das características do ambiente que são relevantes para a organização. Logo, para se entender as características da organização, é necessário analisar as características ambientais com as quais a organização está relacionada.

        Em resumo, há uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance dos objetivos da organização. Fazendo uma analogia com a matemática, é como se as variáveis ambientais fosses variáveis independentes, enquanto as variáveis organizacionais são variáveis dependentes.

ORIGEM

        O surgimento da Teoria Contingencial surge depois de vários estudos feitos com o intuito de verificar os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinado tipo de empresa. O principal objetivo dessas pesquisas era verificar a validade das principais ideias defendidas pela Teoria Clássica. Foi a partir dos resultados destes estudos que chegou-se à conclusão de que a estrutura depende diretamente do ambiente.

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