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A UTILIZAÇÃO DE HEDGE (MERCADO A TERMO) COMO FERRAMENTA DE COMERCIALIZAÇÃO NA BOVINOCULTURA DE CORTE

Por:   •  2/11/2021  •  Monografia  •  3.009 Palavras (13 Páginas)  •  183 Visualizações

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão de Negócios – 2020[pic 1]

        [pic 2]

Utilização de hedge (mercado a termo) como ferramenta de comercialização na bovinocultura de corte

Sidney Russo Fernandes¹*; Haroldo José Torres da Silva2

1 Fazenda São Corrado. Gerente. Estrada Vicinal da Galeana, km 6 – Boa Vista; 18710-000, Arandu, São Paulo, Brasil

2 PECEGE. Economista, Doutor em Economia Aplicada. Rua Alexandre Herculano, 120 – Vila Monteiro; 13418-445 Piracicaba, São Paulo, Brasil

*autor corresponde: <sidneyrussof@gmail.com>


Utilização de hedge (mercado a termo) como ferramenta de comercialização na bovinocultura de corte

Resumo

        O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina. Além de gerar 4,5 milhões de empregos, a pecuária brasileira representa 8,5% do PIB nacional. O risco da retração de valores da arroba do boi gordo é um desafio enfrentado pelos produtores no momento da entrega do produto final devido às oscilações de preço do mercado físico. O objetivo deste trabalho consiste em avaliar a utilização do mercado a termo, especificamente de uma operação de hedge na comercialização de animais da raça Angus. Para obtenção dos resultados, foi realizada a venda de 58 (cinquenta e oito) animais confinados da raça Angus, com peso médio de 21,04 arrobas. A trava dos preços foi realizada com base no valor da arroba disponível para negociação na B3. O mercado a termo é uma opção eficiente na gestão dos riscos inerentes à comercialização da produção pecuária.

Palavras-chave: Pecuária; oscilação; trava de preços; gestão.

Introdução

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne [ABIEC] (2019), o Brasil - maior exportador de carne mundial - registrou um PIB de R$ 7,3 trilhões em 2019, o que representou um aumento de 6,8% se comparado ao ano pregresso. Certamente, parte dessa evolução se deve a pecuária, pois a atividade passou a representar 8,5% do total do PIB brasileiro, ante 8,3% no ano precedente, desta maneira, reforçando a expressividade do setor na economia nacional.

De acordo com Nogueira (2020), cerca de 4,5 milhões de empregos são gerados no Brasil através da produção de carne bovina, no qual, em 25 anos, a atividade viu o seu custo se elevar quase que o dobro se comparado com o aumento dos preços da carne aos consumidores finais.

Segundo Lopes e Carvalho (2006), os custos inerentes à exploração intensiva da bovinocultura de corte, são formados pela aquisição de animais, alimentação, sanidade, inseminação artificial, impostos fixos, energia, depreciação, remuneração do produtor e insumos diversos.

Diante da imprevisibilidade, o risco do aumento de preços dos insumos e da retração de valores da arroba do boi gordo é um desafio enfrentado pelos produtores no momento da entrega do produto final, devido às oscilações de preço do mercado físico.

Segundo Abitante (2008) os produtores são incapazes de antever as oscilações que ocorrem em detrimento de fatores climáticos, enfermidades durante o ciclo produtivo e variações na oferta e demanda.

Para Zilli et al. (2008a) a gestão dos resultados das atividades agropecuárias tem se tornado um constante desafio para os empresários rurais. Entretanto, a mensuração e controle dos riscos econômicos é imprescindível para o planejamento e análise do desempenho da atividade, avaliando produtividade e rentabilidade. As recorrentes oscilações dos preços da arroba e dos insumos, prejudicam as projeções de produtividade e rentabilidade. Desta maneira, ao iniciar um ciclo produtivo, o pecuarista não conseguia ter uma perspectiva do preço a ser negociado no momento da venda dos animais para abate. Nesse contexto, surgiu o mercado a termo como uma ferramenta que permite atenuar os riscos envolvidos no processo de produção e comercialização da produção pecuária.

De acordo com Lazzarini et al. (1998), em 1981 foi instituído o mercado do boi gordo. Em seguida, no ano de 1991, a BM&F realizou o relançamento da atividade e, desde então, sofreu várias reestruturações nos padrões internos de negociação e nos procedimentos de liquidação dos contratos.

Atualmente (2020), o mercado do Boi Gordo é regulado pela B3, que é resultado da junção da BM&F com a Cetip. De acordo com a B3 (2019), o Boi Gordo, é uma das principais commodities do país devido ao fato do Brasil ser um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo. Com o intuito de se proteger de possíveis oscilações dos preços, o pecuarista pode negociar de maneira prévia, o valor da arroba do boi gordo, utilizando o mercado a termo.

Segundo Zilli et al. (2008b) os contratos futuros são vistos pelos produtores como uma importante ferramenta de proteção financeira diante de riscos econômicos inerentes à atividade. Desta maneira, o pecuarista passa a ter uma percepção mais clara acerca dos benefícios de se realizar o hedge e, começa a utilizar ferramentas de proteção econômica, a fim de gerir a rentabilidade e a produtividade da atividade de maneira mais adequada e segura.

Para a Comissão de Valores Mobiliários (2015, p. 39-41), o hedge é utilizado para proteger o participante do mercado físico de um bem ou ativo contra variações adversas de taxas, moedas ou preços. Segundo o BeefPoint (2013) os pecuaristas que desejam negociar seus animais no mercado a termo devem também acompanhar o mercado futuro, para saberem quanto poderão receber pelos seus animais.

De acordo com o Portal do Investidor (2016) o mercado a termo é uma ferramenta que permite negociar a liquidação de um ativo numa data futura, por um preço estabelecido entre as partes. Desta forma, o objetivo deste trabalho consiste em avaliar a utilização do mercado a termo, especificamente de uma operação de hedge na comercialização de animais confinados da raça Angus.

Material e Métodos

Para obtenção dos resultados, foi realizada a venda de 58 (cinquenta e oito) animais confinados da raça Angus, no dia 03/12/2019, para abate no dia 23/03/2020. O peso médio final dos animais foi de 21,04 arrobas. O valor da arroba de venda, travada no mercado a termo (hedge), foi de R$ 192,00 a descontar o FUNRURAL. O frigorífico realizou a trava dos preços baseado no valor da arroba disponível para negociação na B3.

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