Antropologia História Medieval

Falar de Bizâncio.

Em meados do século VII a.C. algumas famílias de helenos chefiados por um líder chamado Bizante que vinham da cidade de Mégara se estabeleceram nas margens do Bósforo dando origem a cidade de Bizâncio.

Em 476, o Ocidente bárbaro reconheceu a sobrevivência do Império Romano que ficou para a história designado de Império Bizantino, uma construção muito grande que durou até 1453.

        Em 330 d.C., o imperador, na época, Constantino I, estabeleceu uma nova centralidade para o espaço político romano, inaugurou Constantinopla. A cidade ligava o Ocidente e o Oriente e tinha vínculos com comércios terrestres e marítimos. Constantino fez uma muralha em uma área de aproximadamente 750 hectares para a segurança da cidade e teve um crescimento populacional de 500.000 habitantes.

        Além do fundador Constantino e o imperador Zenão, Constantinopla foi sede de poder para mais dez imperadores: Constâncio, Juliano I, Valente, Teodósio I, Arcádio, Teodósio II, Marciano, Leão I e Leão II. O Império Romano foi dividido em duas partes por Teodósio II: o Ocidente e o Oriente. O mesmo ampliou a área que Constantino fez para a segurança.

Os imperadores orientais preveniram como puderam a área territorial que tinham do espaço sob tutela e, nos tempos difíceis que seguiram, tentaram desviar o perigo para o Ocidente.

        É provável que só a partir do ano de 476 se possa falar, com propriedade, do Império Bizantino. Nessa época a herança romana política e administrativa era muito forte. A estrutura do estado estava no absolutismo imperial e em uma burocracia pesada e o modelo de quando Diocleciano era imperador ainda estava em vigor com uma estrutura piramidal encabeçada pelo governo central e que abria progressivamente para diversas redes como, por exemplo, prefeituras, dioceses, cidades, etc. O basileus (nome grego que se dava, a partir de certa altura, aos imperadores romanos do Oriente) do Constantinopla se assumia como imperador cristão que governava o império que era entendido como desígnio divino, universal e eterno. Escolhido por Deus, ele era o comandante absoluto da justiça, das leis e do exército e, ao mesmo tempo, o protetor da igreja, era uma pessoa sacra e um objeto de culto. O funcionalismo bizantino não era hereditário. O título de consul podia ser concedido a privados e tinha de conservar a tradição romana de nomear o ano durante algum tempo, mas em Bizâncio, os cônsules estavam vocacionados para a organização de espetáculos na capital. Essa hierarquia estava sujeita a uma etiqueta que visava constituir uma réplica da perfeição do universo que sustentava uma religião imperial.

        A sociedade bizantina tem uma marca só dela que é a interpenetração muito forte do cristianismo com a tradição clássica, o brilho da cultura grega, língua que foi imposta, em definitivo, no século VI ou VII. Bizâncio era um império cristão e grego governado por um basileus que era considerado o pai de todos porque era de acordo com as “leis novas” de Justiniano: “depois de Deus o pai de todos”. O império resistiu a muitas catástrofes por quase mil anos, a política e a guerra, a religião e as disputas teológicas tiveram grande importância nuclear.

        No início do século IV surgiu uma questão religiosa chamada arianismo que pôs a natureza humana e divina de Cristo e defendia que somente o Pai é Deus na Santíssima Trindade e, entre os discípulos de Nestor mal admitiam a unidade da pessoa de Cristo e recusavam a figura de Maria como mãe de Deus. Os bispos admitiram, em um concilio, as três pessoas da Trindade e condenaram o arianismo quem posteriormente, foi adotado por povos bárbaros. No ano de 451 no IV Concilio foi adotado uma fórmula da dupla natureza de Jesus, da qual Ele era declarado perfeitamente Deus e homem.

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