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Artigo FIA XXIII

Por:   •  7/2/2016  •  Artigo  •  7.052 Palavras (29 Páginas)  •  319 Visualizações

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Avaliação das Práticas Organizacionais Vigentes Em Um Departamento do Ministério das Relações Exteriores: Diagnóstico Realizado A Partir Das Dimensões Organização Do Trabalho, Condições De Trabalho e Relações Socioprofissionais 

                                                                        

                                                                        Rejane Miranda(1)

Resumo

Este estudo identificou as práticas organizacionais vigentes de colaboradores de um departamento do Ministério das Relações Exteriores - MRE Foi utilizada pesquisa quantitativa, usando como instrumento a Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho – EACT, composta por três dimensões. O tratamento dos dados foi por meio de  análise estatística descritiva e inferencial. Os resultados mostraram que na dimensão organização do trabalho, as condições são reconhecidas como moderadas, e esta percepção é mais evidente entre os colaboradores que têm acima de 14 anos de tempo de casa. A dimensão condições de trabalho foi identificada como positiva, mostrando-se satisfatórias para a maioria dos respondentes. E a dimensão relações socioprofissionais também foi classificada como positiva, entretanto houve divergências quanto a gênero entre alguns itens dessa dimensão.

Palavras chave: Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho – EACT; práticas organizacionais; correlações parciais de Pearson; Regressão linear

Abstract

This study identified the organizational practice of existing employees of the Brazilian Department of Foreign Affair - MRE. Was used quantitive research, using as instrument a scale rating of the work context - EACT, consisting of three dimensions. Data analysis was by descriptive and inferential statistical analysis. The results showed that the dimension of work organization, conditions are recognized as moderate, and this perception is more evident among employees who have over 14 years home time. The size of the working condition has been identified as positive, to be satisfactory for most respondents. And the scale social-professional relationships was also classified as positive, though there were differences in genre between some items of this dimension

Keywords: scale rating of the work context - EACT; organizational practices; Pearson partial correlations; linear regression.

(1)Conceição Rejane Miranda da Cruz

Graduada em Matemática e Administração.

Mestre em Estatística e Administração pela

Universidade de Brasília

Introdução

O interesse pelas práticas organizacionais tornou-se mais evidente a partir da década de 1980 em decorrência da divulgação de estudos sobre cultura organizacional. Em especial das organizações japoneses, posto que o fator de sucesso destas organizações estivesse relacionado à cultura e, mais especificamente, as suas práticas gerenciais diferenciadas que resultavam em maior produtividade.

Desde então, organizações não orientais, principalmente as norte-americanas – preocupadas com a ameaça do crescimento das organizações japonesas -, passaram  a  estudar  essas  práticas organizacionais. Assim, propagaram-se entre as organizações ocidentais - principalmente no âmbito de suas linhas de produção - práticas de qualidade, 5S, produção flexível, Just-in-time, Kaisen, Kanban, envolvimento dos funcionários, dentre outras (Young, 1992).

No ano de 1987, por ato da presidência dos Estados Unidos, foi criado o Prêmio Nacional da Qualidade Malcom Baldrige, cujo objetivo foi perenizar o processo de adoção de práticas e de modelos de gestão que fomentassem maior produtividade em suas organizações. Os critérios de premiação essencialmente se referem à avaliação do nível de excelência das práticas adotadas pelas empresas. Semelhantemente, na década de 1990, mais precisamente no ano de 1991, foi lançado no Brasil o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). A criação destes prêmios e de outras premiações e certificações, que seguem ideais semelhantes, reafirmariam o foco das práticas organizacionais nas empresas (Fundação Nacional de Qualidade, 2006).

Na década de 1990, devido às alterações das condições do mercado mundial, observou-se uma mudança no relacionamento entre organizações, de conflituoso para cooperativo. E isto se deu na forma de fusões, aquisições, joint ventures e alianças comerciais internacionais. Com isso, estudos foram realizados a fim de que identificassem a influência das culturas nacionais sobre o processo de transferência das práticas de trabalho entre empresas parceiras e pertencentes a diferentes culturas, bem como o sucesso/fracasso na implementação dessas práticas (Prochno, 2004).

Consequentemente, as organizações, para sobreviverem em um ambiente de negócios turbulento e hipercompetitivo, passaram a adquirir novos modelos de gestão, gerando mudanças no conteúdo, na natureza e no significado do trabalho. E, com isso, novas práticas organizacionais foram idealizadas na tentativa de responderem a estruturas organizacionais que privilegiam o autogerecimento, a virtualidade e a flexibilidade.  Daí hoje a relevância que se tem em estudar o impacto das práticas organizacionais sobre a dinâmica do trabalho, a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

Quadro teórico de referência da pesquisa

O conceito de práticas organizacionais pode ser entendido como o conjunto de atividades e práticas sociais que fazem com que a estratégia declarada pela organização aconteça. Essas práticas se reportam às atividades formais e informais por meio das quais as ações são levadas a cabo, sendo, portanto, ações regulares e recorrentes realizadas por atores sociais, em organizações delimitadas no espaço e no tempo, que continuamente constroem e reconstroem esse sistema social. (Whittington 1996; Jarzabkowski 2004).

Para que as práticas organizacionais sejam adotadas elas devem ser legitimadas, passando pelo processo de institucionalização dinâmico, em um ambiente imerso de crenças, valores dos indivíduos e grupos que o compõe, pois as práticas não estão dissociadas das atividades sociais. Hofstede (2003) sugere que a cultura organizacional seja estudada por meio das práticas, já que estas podem ser analisadas por observadores externos. Para o autor, a cultura organizacional é composta por dois elementos: valores e práticas organizacionais. As práticas organizacionais representam a camada mais externa e visível da cultura. E na camada mais subjetiva e interna, configurando o núcleo da cultura, estão os valores – sentimentos inconscientes e aceitos coletivamente.

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