As Inteligências Multiplas

Orientação vocacional e ocupacional; os vários tipos possíveis de inteligência.

FONTE: BARBIERI, UGO FRANCO. GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES: O TALENTO HUMANO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO. SÃO PAULO: ATLAS, 2014.

1.2 A teoria das inteligências múltiplas de Thomas Armstrong

Este texto está baseado em Thomas Armstrong e no seu livro Sete tipos de inteligência, o qual postula, citando o psicólogo Howard Gardner, que existem vários tipos de inteligência. Essa afirmação modifica o conceito passado de QI (Quociente Intelectual). Esse era um índice predominantemente lógico e racional, obtido através dos assim chamados “testes de inteligência”. Na concepção de Gardner, existem vários tipos de inteligência e não somente um tipo de inteligência, predominantemente lógica e racional, como enfatizada pelos testes de QI.

A pesquisa sobre o valor dos testes de QI está associada à previsão de sucesso escolar, embora não avalie o desempenho dos estudantes no mundo real e no mundo do trabalho.

Armstrong menciona que um determinado estudo sobre profissionais altamente bem sucedidos indicou que um terço deles havia obtido pontuações baixas de QI. Ou seja, os testes de QI medem algo que pode ser chamado de talento para o estudo escolar, enquanto a inteligência real abarca um número bem maior de habilidades.

Assim, Armstrong citando a teoria de Gardner, propõe examinar as Inteligências específicas do atleta, do artista, do músico, do executivo, do teólogo, do psicólogo, do vendedor, da professora do curso primário, do soldador, do mecânico, do arquiteto e de outros profissionais.

Também se propõe examinar as inteligências utilizadas em diversas culturas, incluindo as habilidades de navegação dos polinésios, as capacidades narrativas dos cantores épicos da antiga Iugoslávia, bem como a perícia social dos executivos japoneses.

Ou seja, tudo isso mostra diferentes tipos de inteligência, presentes em várias carreiras e nas mais diversas situações de vida profissional e social.

1.3 A inteligência verbal

Ela é a inteligência linguística, que pressupõe a habilidade de utilização de palavras. Vem a ser a inteligência de jornalista, do professor, do escritor, do poeta e do advogado. Não depende apenas de cultura, porque existem os narradores de histórias populares, em muitas culturas do mundo.

As pessoas que dominam essa Inteligência sabem discutir, persuadir, entreter ou instruir através da palavra falada e escrita. Sabem usar trocadilhos, jogos de palavras e utilizam frases difíceis.

1.4 A inteligência lógico-matemática

Corresponde à inteligência dos números e da lógica, sendo a que está presente no cientista, no contador e no programador de computadores.

A inteligência lógico-matemática possibilita ao indivíduo demonstrar capacidade de raciocinar, sequenciar, pensar em termos de causa e efeito, criar hipóteses, procurar irregularidades ou padrões numéricos. São pessoas predominantemente racionais e lógicas, que gostam de pesar, medir e contar.

1.5 A inteligência espacial

Supõe a capacidade de pensar em imagens e cenas e a capacidade de perceber, transformar e recriar aspectos diferentes do mundo visual-espacial. Está presente nas ações e trabalhos de arquitetos, fotógrafos, artistas, pilotos e engenheiros. São pessoas muito capazes de perceber detalhes visuais, têm grande capacidade de visualização e rememoração de imagens, sabem desenhar com facilidade e se orientam facilmente em espaços tridimensionais.

1.6 A inteligência musical

A principal característica dessa inteligência é apreciar e produzir ritmos e melodias. Os indivíduos que a possuem têm um bom ouvido musical, são capazes de cantar em forma afinada; conseguem se manter no compasso de uma música e percebem diferentes seleções musicais, revelando grande capacidade de entendimento e discriminação das melodias que ouvem.

1.7 A inteligência corporal-cinestésica

Diz respeito à capacidade de controlar os movimentos de corpo e lidar em forma habilidosa com diferentes objetos. Ela é a característica de atletas, artesãos, mecânicos e cirurgiões.

Pessoas com essa inteligência podem ser muito competentes em costura, carpintaria ou modelagem. Podem gostar de atividades físicas como caminhada, dança, corrida, natação ou remo.

1.8 A inteligência interpessoal

É a habilidade de compreender e trabalhar com outras pessoas. Requer a capacidade de perceber e ser responsável em relação aos humores, temperamentos, intenções, e desejos de outras pessoas. Um assistente pessoal, um administrador de grande empresa, ou um político, precisam dessas habilidades. São pessoas com capacidade de empatia, que conseguem ver o mundo como as outras pessoas percebem.

1.9 A inteligência subjetiva

Corresponde à inteligência do eu interior. Pessoas com tal habilidade percebem facilmente seus sentimentos, suas vivências mais profundas, discriminando entre vários tipos de estados emocionais. Profissionais que possuem tal inteligência são os psicólogos, teólogos, e empresários autônomos. São pessoas introspectivas, gostam de meditar, contemplar ou desfrutar de mergulhos na sua própria alma. São independentes, orientadas para objetivos e intensamente autodisciplinadas.

1.10 As pessoas podem ter mais de um tipo de inteligência

Armstrong enuncia que uma pessoa pode possuir todos estes sete tipos de inteligência, embora tenha maior domínio de duas ou três delas. Gênios podem dominar várias dessas inteligências, embora não seja comum ser habilidoso em várias inteligências ao mesmo tempo.

O autor ainda menciona que pessoas comuns podem desenvolver essas inteligências até a um ponto razoável, o que pode ocorrer, por exemplo, com alguém que consegue desenvolver um pouco sua capacidade musical ou de desenho.

1.11 Bases práticas de científicas para o desenvolvimento das múltiplas inteligências

Israel Scheffler, filósofo de Harvard, sugere uma abordagem em três etapas para despertar as habilidades adormecidas de um indivíduo:

Primeiro, a pessoa precisa eliminar aqueles fatores que bloqueiam a realização de um potencial. Se a pessoa tem uma inteligência cinestésica, enquanto estiver