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As Novas Economias

Por:   •  8/5/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.065 Palavras (9 Páginas)  •  63 Visualizações

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Com a insustentabilidade de um padrão de consumo formado pela economia industrial, onde o foco está na extração, transformação e descarte de materiais, novas possibilidades de consumo têm ganhado destaque, recebendo atenção de estudiosos que teorizam sobre as chamadas “novas economias”, que podem variar de nomenclatura a depender da literatura escolhida. A fim de simplificar, usaremos os nomes que identificamos como os principais, que apesar de se desdobrarem em outros sinônimos, se resumem aos seguintes modelos: Economia Compartilhada, Economia Circular, Economia Criativa e Economia Solidária.

Tendo como princípio o afastamento da ideia de consumo linear, imposto pela economia industrial, também chamada de “economia velha”, as novas economias tem como paradigma de negócios a sustentabilidade, sendo, segundo Vaccaro et al. (2012), uma das cinco dimensões propostas, que também contam com competitividade, empreendedorismo, inovação e orientação ao mercado.

Sendo o foco da Economia Compartilhada, os bens são de uso comunitário, dando uma vida útil melhor aproveitada, pois o bem utilizado pode até ter um dono, porém, é utilizado por clientes intermediados por plataformas ou comunidades (WOLF, 2019). Antes, um automóvel que era utilizado apenas para passeios no final de semana, dá lugar a um aplicativo que põe um carro sempre a disposição, independente de onde esteja, para levar do ponto A ao ponto B, ou a compra de uma casa na praia ou uma casa de campo, que era aproveitada durante poucos finais de semana por ano, e passa a gerar renda a partir do compartilhamento através de um intermediário que faz a ligação do bem material a alguém que esteja disposto a pagar por uma estadia.

Já na conhecida Economia Circular, a quebra do consumo linear é ainda mais visível. Ao invés de adquirir, utilizar e descartar, se faz muito mais lógico reaproveitar materiais que são dispostos através dos mais diversos tipos de assinaturas. Você pode ter um automóvel, móveis, roupas e até mesmo energia elétrica por assinatura, sendo esse último um modelo de negócio no qual uma empresa pode fornecer o serviço de iluminação, sendo desnecessário adquirir uma lâmpada toda vez que esta queimasse, pois o serviço contratado iria até sua residência e faria a troca desta iluminação, dando um recomeço para a lâmpada que, possivelmente, em suas mãos teria o descarte como fim (WOLF, 2019).

A disruptura completa chega com a Economia Criativa, sendo o foco deste modelo a vivência de experiências ao invés do acúmulo de bens materiais. Tendo algumas tendências distintas dentro deste modelo, temos economias como a do conhecimento, que enfatiza o trinômio tecnologia, qualidade e geração de direitos de propriedade associado ao trabalho intelectual, que provocou a perda no sentido de que a produção e o consumo material seja o objeto central do consumo, e passe a ser um meio, e não mais o fim produtivo (NASCIMENTO, 2012; REIS; URANI, 2011 apud Messias, Nascimento & Silva, 2019, p. 6).

Já na Economia Solidária, encontramos um conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizadas na forma de autogestão, que vem se apresentando como uma alternativa de geração de trabalho e renda, e também como uma resposta a favor da inclusão social (SENAES, 2013, p.13 apud Alves & Dias, 2017, p. 3).

Por se tratar de uma novidade para todos os envolvidos neste projeto, a temática dos Arranjos Produtivos Locais (APL) foi desenvolvida com o a seleção da literatura indicada e, ao faltar dados que suprisse a demanda, buscamos estes dados que enriqueceriam o trabalho fora das referências propostas, além de análise em documentos, revistas e material em mídia digital, com o objetivo de explorar a economia compartilhada, e teorizar com o apoio destes documentos de como esse modelo se comporta no APL de turismo Costa dos Corais.

Os arranjos produtivos locais (APL), podem ser entendidos como aglomerados territoriais, geralmente de pequenas e médias empresas, que apresentam especialização produtiva, mantendo vínculos de aprendizagem, cooperação e articulação entre si e outros atores locais, como agentes políticos, econômicos e sociais (CARDOSO, 2014, p. 7). Reforçando a questão do cooperativismo, Chiochetta e Hatakeyama (2007, apud Rabelo, Costa, Costa & Santos, 2013, p. 3) afirmam que o conceito de APL pode ser identificado por diferentes tipos de cooperação, podendo ser esta produtiva, que visa a obtenção de escala e objetivo, além de melhorar processos de qualidade e produtividade, e também de cooperação inovativa, com o intuito de diminuir os riscos, custos, tempo e principalmente ter um aprendizado interativo. Sendo assim, o APL compreende um espaço geográfico, que pode ser parte de um município, ou um conjunto de municípios, bacias hidrográficas, vales, serras, entre outros, e que possua sinais de identidade coletiva, podendo ser sociais, econômicas, culturais, históricas ou ambientais. (SEBRAE, 2007 p. 4).

O APL Costa dos Corais está localizado na região norte do estado de Alagoas, e une oito municípios (Paripueira, Barra de Santo Antônio, Passo de Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga, Maragogi e Porto Calvo), com o intuito de incrementar o mercado turístico da região, com maior possibilidade de competitividade (ALAGOAS, 2003, apud Costa, Junior & Costa, 2012, p. 3). É composto por órgãos públicos, o setor privado e empreendedores destes municípios. Alguns dos parceiros são instituições de financiamento, como o Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além de escolas técnicas, faculdades particulares e universidade federal, órgãos do governo local, como secretarias e turismo, prefeituras e órgãos públicos, associações de civis representando artesãos, bugueiros e micro empreendedores, de classe, como AHMAJA, ABIH, Associação Comercial e os órgãos do sistema S, como o SENAC, o SESC e o SEBRAE (Costa, Junior & Costa, 2012, p. 10).

Alagoas apresenta paisagens compostas por coqueirais, mangues, mar, lagoas, praias, ilhas, cachoeiras, trilhas, povoados e outras mais como destino turístico (BRAZTOA, 2006 apud Costa, Junior & Costa, 2012, p. 10). Na época do estudo realizado pela AHMAJA (2005 apud Costa, Junior & Costa, 2012, p. 12), o estilo de hospedagem predominante foi o familiar, apontando uma tendência para abraçar a economia compartilhada que, futuramente, traria meios de conectar esses empreendedores a clientes através do digital, a exemplo do aplicativo Airbnb.

A plataforma de compartilhamento de hospedagem Airbnb é uma gigante do setor de hotelaria, sem possuir sequer um imóvel

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