TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

As “novas” economias e “novos” modelos de organizações no contexto dos Arranjos Produtivos Locais (APL)

Por:   •  22/4/2024  •  Projeto de pesquisa  •  1.441 Palavras (6 Páginas)  •  16 Visualizações

Página 1 de 6

Lucas Idalgo Chieregato

Patrícia Iara dos Santos Andrade

William Igor Tardivo dos Santos

Lidiane Hernadez Luvizari Murad

Na visão do nosso grupo o  tema "As 'novas' economias e 'novos' modelos de organizações no contexto dos Arranjos Produtivos Locais (APL)" refere-se à evolução das economias e das formas de organização empresarial em cenários regionais ou locais. Os APLs são concentrações geográficas de empresas de um setor específico que interagem e colaboram para melhorar sua competitividade. Nesse contexto, as "novas" economias e modelos de organização se referem a tendências emergentes, como a economia digital, economia criativa, e novos paradigmas de negócios, como a economia circular e compartilhada. Essas mudanças afetam a maneira como as empresas se organizam e competem nos APLs, buscando maior eficiência, inovação e sustentabilidade. Em resumo, o tema explora como as transformações econômicas e organizacionais afetam os APLs e sua capacidade de impulsionar o desenvolvimento regional.

Introdução

O cenário econômico mundial tem passado por transformações profundas nas últimas décadas, à medida que a globalização, o avanço tecnológico e as mudanças nas preferências dos consumidores têm moldado novas formas de produção e interação econômica. Essas transformações têm dado origem ao que agora chamamos de "nova" economia, uma realidade econômica caracterizada por uma abordagem mais flexível e dinâmica para os negócios, em contraste com a economia tradicional, centrada na produção em massa de bens físicos.

Na economia tradicional, o foco estava na fabricação de produtos físicos, com empresas operando em estruturas hierárquicas e modelos de negócios voltados para a eficiência na produção. No entanto, a "nova" economia está redefinindo a paisagem econômica, priorizando setores baseados em conhecimento, tecnologia e inovação. Ela é caracterizada por uma ênfase crescente na economia criativa, sustentável, compartilhada e colaborativa.

A economia criativa floresce nos campos das artes, entretenimento, mídia, design e tecnologia, onde a criatividade e a propriedade intelectual desempenham papéis centrais na geração de valor econômico. A economia sustentável, por sua vez, concentra-se na utilização responsável de recursos naturais e na redução do impacto ambiental, promovendo práticas de negócios que não comprometam o bem-estar das gerações futuras. A economia compartilhada e a economia colaborativa introduzem modelos de negócios que enfatizam o compartilhamento de recursos, sejam eles carros, casas ou habilidades, e promovem a colaboração entre indivíduos e empresas para criar valor conjunto.

Enquanto essas novas economias se desenvolvem, os Arranjos Produtivos Locais (APLs) emergem como estratégias regionais dinâmicas. Os APLs visam reunir empresas, instituições e empreendedores em concentrações geográficas específicas para estimular a colaboração, a inovação e o crescimento sustentável. Eles são a expressão tangível da adaptação das economias locais a essas novas dinâmicas econômicas, abraçando tanto os setores tradicionais quanto os emergentes da "nova" economia.

Quanto ao levantamento e natureza dos dados, o presente estudo se fundamentou na pesquisa bibliográfica, que se baseou em revisões de literatura e consulta a fontes documentais disponíveis relacionadas ao tema abordado. É relevante observar que este trabalho se baseia na economia criativa da APL de calçados na cidade de Franca SP.  

Desenvolvimento 

O polo de produção de calçados em Franca, localizado no interior do estado de São Paulo, é especializado na fabricação de calçados masculinos e desempenha um papel de destaque tanto na economia estadual quanto na nacional. A consolidação da indústria calçadista em Franca ocorreu na década de 1970, impulsionada pela crescente demanda do mercado interno, influenciada pelo processo de industrialização e urbanização do país. Nesse período, a produção destinada à exportação também cresceu significativamente, beneficiando-se de incentivos governamentais.

De acordo com Navarro (1998), Franca é o segundo maior polo produtor de calçados do Brasil, com uma especialização notável na fabricação de calçados masculinos de couro. A cidade é reconhecida como o principal produtor e exportador desse segmento no país.

Dentro desse contexto, é evidente a relevância significativa do Arranjo Produtivo Local (APL) calçadista de Franca para o cenário econômico brasileiro. Essa região apresenta características estruturais distintas que continuam a desempenhar um papel crucial tanto em nível regional quanto nacional. Essas características tornam essencial a realização de estudos aprofundados para compreender as particularidades das empresas que se agrupam nesse APL, com o objetivo de melhorar sua competitividade no mercado

A produção é diversificada, abrangendo uma ampla gama de calçados de couro, que inclui modelos femininos, masculinos, adultos e infantis, bem como botas de couro para ambos os públicos, e ainda tênis fabricados com diferentes tipos de materiais, incluindo couro, lona e nylon (SINDIFRANCA, 2011). Contudo, é importante notar que há uma predominância notável na fabricação de calçados masculinos em couro, o que lhe confere o título de "capital nacional do calçado masculino" (SINDIFRANCA, 2012).

Em Franca, a indústria calçadista engloba toda a cadeia produtiva do couro, desde o processo de curtimento (preparação do couro) até as etapas finais de produção dos calçados. Isso faz com que Franca seja reconhecida como um Arranjo Produtivo consolidado. Para a fabricação desses calçados, a indústria calçadista estabelece relações com diversas indústrias correlatas. Entre elas, destacam-se a indústria química, fornecedora de produtos como cola, tintas e solventes; a indústria curtumeira, responsável pela preparação do couro; a indústria de componentes para calçados, que produz saltos, solados e outros acessórios; as empresas que fornecem máquinas e equipamentos; e oficinas especializadas que prestam serviços de manutenção de máquinas.

Além dessas conexões diretas, o Arranjo Produtivo calçadista também se relaciona com setores como o de criação e publicidade, transporte e comercialização dos produtos, envolvendo agentes internos e externos, bem como estabelecimentos comerciais. Além disso, mantém parcerias com instituições voltadas para o desenvolvimento de inovações tecnológicas e a capacitação de mão de obra, tais como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o SEBRAE e universidades como a UNIFRAN.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (10.3 Kb)   pdf (46 Kb)   docx (10.5 Kb)  
Continuar por mais 5 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com