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COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO NO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL (APL) DA CACHAÇA NO LITORAL NORTE GAÚCHO

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Por:   •  27/4/2014  •  2.965 Palavras (12 Páginas)  •  390 Visualizações

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COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO NO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL (APL) DA CACHAÇA NO LITORAL NORTE GAÚCHO

Pamela de Lima Nunes1, Liége Neukirchen2, Shana Sabbado Flores3 1IFRS – Campus Osório/ pamelalnunes@hotmail.com 2IFRS – Campus Osório/ liegeltani@hotmail.com 3IFRS – Campus Osório/ shana.flores@osorio.ifrs.edu.br

Resumo: A pesquisa consiste no estudo do Arranjo Produtivo Local (APL) da cachaça e derivados da cana de açúcar, na região de Santo Antônio da Patrulha localizada, Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Neste APL, pequenas empresas produtoras de cachaça que utilizam o processo artesanal (conhecidas como alambiques), juntamente com empresas produtoras de doces, formam a “Rota da cachaça e da rapadura”, que contempla o roteiro turístico formado pelo aglomerado de empresas no território pesquisado,. A partir de uma metodologia predominantemente qualitativa, de natureza exploratória, a pesquisa busca compreender a organização deste APL, destacando fatores e perspectivas para a inovação, sustentabilidade e a competitividade das empresas, entre outros aspectos das empresas do setor pensando no desenvolvimento de praticas sustentáveis do território. Focando na produção de cachaça, pode ser observado que há cooperação das empresas neste APL, sua formação cultural e histórica, os atores sociais que envolvem o APL, mesmo que simbolicamente, fatores como inovação, novos rótulos e embalagens das bebidas, na competitividade juntamente com a pequena cooperação das empresas existentes no APL. As constatações obtidas através de visitas e entrevistas em trabalho de campo nas empresas produtoras de cachaça (em alambiques) existentes na região e em dados coletados nas entrevistas as intuições de apoio, como sindicatos e secretarias do município em que se situa o APL, como por pesquisa bibliográfica que reforçam e apóiam as informações obtidas. Palavras-Chave: APL (Arranjo Produtivo Local), Rota da Cachaça, Alambiques

1 INTRODUÇÃO

O município de Santo Antônio da Patrulha está localizado a 78 km da capital do estado, em uma região de passagem entre a Serra Gaúcha e o Litoral, o que contribui para o turismo na região. A concentração de empresas produtora de cachaça – conhecidas como alambiques – e doces é explicada por fatores sociais, históricos e econômicos, que ligam a produção de cana de açúcar, uma cultura já histórica, à “Rota da cachaça e da rapadura”, empresas que utilizam dos derivados da cana de açúcar como matéria prima para utilizar na fabricação de seus produtos, assim como outros insumos. O presente trabalho faz parte do projeto intercampi “Competitividade, Inovação e Sustentabilidade em Arranjos Produtivos Locais (APL’s) no Rio Grande do Sul (RS): um estudo comparativo entre arranjos do Litoral Gaúcho, Serra Gaúcha e Alto Uruguai”, que conta com a participação do campus Porto Alegre do IFRS, pesquisando o APL da viniticultura na Serra Gaúcha. Arranjos Produtivos Locais (APL’s), Distritos industriais, Sistemas Produtivos Locais (SPL’s) e cluster são uma aglomeração de pequenas e médias empresas, em um território geograficamente delimitado, com uma determinada forma produtiva. Sendo que

1º Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense – SICT-Sul ISSN 2175-5302

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Rev. Técnico Científica (IFSC), v. 3, n. 1 (2012).

a abordagem que será tratada neste artigo, será a de APL (Arranjo Produtivo Local) que se: “Constitui um tipo particular de cluster, formado por pequenas e médias empresas, agrupadas em torno de uma profissão ou de um negócio, onde se enfatizam o papel desempenhado pelos relacionamentos -formais e informais- entre empresas e demais instituições envolvidas. As firmas compartilham uma cultura comum e interagem, como um grupo, com o ambiente sociocultural local.” (CAPOLARI & VOLK, 2004:9)

Dentro do conceito de APL Faúre e Hasenclever (2007) ressaltam três dimensões para o tema: a existência de um potencial local (endogeneidade), a relação homem-espaço (territorialidade) e a cultura e laços formais e informais que ligam esses atores sociais (instituições). Assim, o objetivo deste artigo é caracterizar o APL da cachaça, identificar seus principais atores e a relação entre eles, caracterizando os potenciais de competitividade, inovação e sustentabilidades existentes nestes.

2 METODOLOGIA

A metodologia utilizada pela pesquisa é de natureza exploratória e predominantemente qualitativa, analisando aspectos históricos do APL da cachaça, sua constituição e os atores sociais envolvidos. Com coletas de dados feitas através de trabalho de campo por indicação das redes de contatos, através de entrevistas aos seus gestores em profundidade baseada em roteiro nas instituições de apoio ao APL e as empresas envolvidas na produção agroindustrial da região explorada e com uma pesquisa bibliográfica, coletando dados para o embasamento da pesquisa.

3 O APL DA CACHAÇA E DERIVADOS DA CANA DE SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA

Segundo dados fornecidos pelo do IBGE (2012), Santo Antônio da Patrulha detém uma população de 39.685 mil habitantes numa área de 1050 km² localizado no bioma Mata Atlântica e Pampa, tendo o PIB (Produto Interno Bruto) voltado a Agropecuária, a Indústria e aos Serviços.

1º Simpósio de Integração Científica e Tecnológica do Sul Catarinense – SICT-Sul ISSN 2175-5302

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Rev. Técnico Científica (IFSC), v. 3, n. 1 (2012).

“A implantação de engenhos no Litoral Norte do Rio Grande do Sul está relacionada com o Ciclo do Tropeirismo, desencadeado na primeira metade dos 1700. O trânsito dos tropeiros, pelos caminhos da Praia, de Souza Faria (via Morro dos Conventos/SC), e do Sertão (via Santo Antônio da Patrulha e Campos de Cima da Serra/RS) proporcionou um mercado amplamente favorável á produção de açúcar mascavo, rapadura e aguarde, sobretudo.” (BARROSO, 2007. p. 54 e 55)

Um dos quatros primeiros municípios do Rio Grande do Sul, colonizado por açorianos, ganhando está denominação em 1811 em função das patrulhas da Coroa que se instalaram na região com o objetivo de realizar a cobrança de impostos, devido ao contrabando de gado que passava pela região, a “patrulha” instalada ali tinha o objetivo de fiscalizar e cobrar impostos dos rebanhos que seguiam para Sorocaba e Minas Gerais, por isso o “patrulha” no nome do município.

3.1 Histórico

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