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Coneituando empreendedorismo

Por:   •  5/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.634 Palavras (11 Páginas)  •  142 Visualizações

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1 CONCEITUANDO O EMPREENDEDORISMO O processo empreendedor tem sido largamente desenvolvido no país nas últimas duas décadas, expandindo-se vigorosamente a partir dos anos 90. Muitos fatores podem justificar esse movimento em um sistema capitalista. No que se refere ao Brasil, a preocupação com a criação de pequenas e médias empresas que desfrutem de longevidade produtiva, sem sombra de dúvida, é o maior fator motivador para apoiar-se no conceito empreendedor, resultando assim em sua popularidade. O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão de futuro da organização. (José Dornelas, 2008) Por meio do envolvimento de pessoas e processos, cria-se uma leitura sistêmica do ambiente, gerando oportunidades. O correto aproveitamento por meio da implantação de ações sobre essas oportunidades culmina em negócios de sucesso. Segundo Joseph Schumpeter (1949): “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços e pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e matérias”. Ou seja, é conhecido como aquele que cria novos negócios, porém, não inéditos, mas, sim, aplicando inovações em empresas ou processos já anteriormente constituídos, visando à diminuição da mortalidade empresarial. Outra forma de vê-lo é por meio 2 Unidade I Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 da capitalização da oportunidade detectada, assumindo riscos calculados, criando equilíbrio em um ambiente turbulento. De acordo com Dornelas (2008): Em qualquer definição sobre o empreendedor, encontram-se pelo menos as características abaixo: 1. tem iniciativa para criar um negócio e paixão pelo que faz; 2. utiliza recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente onde vive; 3. aceita assumir riscos calculados e a possibilidade de fracassar. Em alguns casos o processo empreendedor pode ser considerado revolucionário, como o ocorrido com Bill Gates, o criador da Microsoft, mudando a forma de interação com os softwares através do Windows. Contudo, é natural que a maioria dos empreendedores expresse suas inovações em mercados já existentes. Outro ponto que tem sido bastante debatido é se o empreendedorismo pode ser ensinado. Até pouco tempo atrás se acreditava que o empreendedorismo era inato e pessoas que aparentemente não estavam predestinadas aos negócios eram desencorajadas a fazê-lo. Hoje, isso mudou. O empreendedorismo passa a ser um aprendizado, ajudando na formação de melhores empresários, melhores empresas e na construção de maiores riquezas. Obviamente, os empreendedores inatos continuarão existindo. Os treinamentos não garantem o aparecimento de mitos da administração como Antonio Ermírio de Moraes, Sílvio Santos e Olavo Setúbal. Não obstante, o ensino do empreendedorismo preza por melhores empresários, que sejam aptos a criarem economias mais ricas. 5 10 15 20 25 30 3 EMPREENDEDORISMO Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 Os cursos de empreendedorismo devem manter o foco na identificação e no entendimento das habilidades do empreendedor. Essas habilidades podem ser categorizadas em três áreas: 1. Técnicas: engloba know-how específico da área, ser um bom interlocutor, ou seja, saber ouvir e falar e trabalhar em equipe; 2. Gerenciais: envolve o processo de criação, abertura e desenvolvimento de uma nova empresa ou projeto. O conhecimento e a aplicação estrutural da administração geral são necessários, como marketing, finanças e controladoria, produção, negociação e tomadas de decisão; 3. Perfil: além do que já foi comentado, requer ser disciplinado, estar disposto a correr riscos, ser criativo e inovador, lidar bem com as mudanças sem perder o foco no objetivo central. 1.1 O que o levou a criar sua empresa? Entre ser empregado ou empregador há uma única diferença: a decisão de qual processo estrutural fazer parte. Não se surpreenda ao conversar com um empresário e proferir-lhe a pergunta: ”O que levou você a criar sua empresa?” e ele responder: “Não sei, foi por acaso”. A verdade é que para essa tomada de decisão é necessário avaliar uma série de circunstâncias ambientais, somadas ao perfil pessoal e à oportunidade, podendo, assim, resultar em sucesso. Contudo, vamos observar que sendo empregado ou empregador é possível empreender. “Ser empreendedor”. A própria afirmativa se autoexplica. Trata-se de atitude. A postura que o indivíduo assume revela o talento empreendedor por meio da percepção, direção, dedicação e muito trabalho para fazer acontecer. Onde houver esse tipo de talento, haverá a chance de novos negócios, diversificação e enriquecimento. 5 10 15 20 25 30 4 Unidade I Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 Para o bom desenvolvimento econômico de uma organização, são fatores críticos o talento, a tecnologia, o capital, o sistema de informação e o know-how. EMPRESA DE SUCESSO Talento Tecnologia Sistema de informação Capital Know-how Fonte: MALAGUETA, L. Empreendedorismo. São Paulo, 2010. Talento Os fatores pessoais supracitados, como a habilidade de ser visionário, correr risos e trabalhar perseverantemente são fundamentais, entretanto, precisam ser combinados aos fatores sociais. Será resultante da prática desse comportamento o networking (rede de contatos: advogados, bancos, competidores, fornecedores, investidores, políticos, amigos, clientes etc.), e a formação de uma equipe eficaz e eficiente. Tecnologia Uma ideia não trabalhada é como uma semente sem água, não frutificará, não passará de uma ilusão. A diferença entre ilusão e sonho é que o sonho é factível de acontecer, portanto, ideias viáveis são exaustivamente trabalhadas. A adição da ideia ao talento empreendedor ativo inicia o processo empreendedor. 5 10 15 5 EMPREENDEDORISMO Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 O efeito dessa soma pode ser a inovação tecnológica, que possui quatro características básicas para sua existência: investimento de capital de risco, infraestrutura tecnológica, invenções ou inovações e cultura empreendedora com foco no futuro. Capital O capital é o combustível essencial para que o negócio possa sair do papel. A determinação dos recursos necessários é a consequência do que foi idealizado, por meio de várias consultas em fontes distintas. O empreendedor deverá usar seu networking para angariar os recursos necessários para a realização do projeto. Até alguns anos atrás, as possibilidades de financiamento eram bem limitadas. Atualmente, o Brasil tem sido visto como um celeiro de oportunidades e os capitalistas passam a maior parte de seu tempo caçando esse tipo de oportunidade para fazer seus investimentos. Os projetos empreendedores concorrem diretamente com os investimentos no mercado financeiro, que muitas vezes são imbatíveis em suas vantagens. Cada vez mais tem aparecido o “capitalista de risco”, assim chamado por sua preferência em investir em planos de negócios que se tornarão processos produtivos, em vez da pura especulação financeira. Outra figura que tem se manifestado com frequência nesse cenário é o Angel (anjo), pessoa física que prefere investir em negócios inovadores a deixar todo seu capital aplicado em bancos. Sistema de informação O empreendedor carece de uma visão integrada para o bom gerenciamento de seu negócio. A gestão do sistema de informação envolve o uso de ferramentas tecnológicas voltadas à administração e ao desenvolvimento de comercialização de produtos e serviços. Atualmente, é senso comum que com os efeitos da globalização a informação passou a ter valor de capital, comparando-se com bens de produção, materiais e financeiros. 5 10 15 20 25 30 6 Unidade I Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 Essa premissa coloca a informação no status de recurso-chave para obter vantagem competitiva, proporcionando diferencial de mercado. O aproveitamento correto de recurso está diretamente relacionado com o sucesso desejado. Além do mais, a informação é considerada um fator estrutural na gestão organizacional. Portanto, o empreendedor requer a percepção objetiva e precisa dos sistemas de informação. Admitindo que a informação possua valor, é preciso definir parâmetros capazes de quantificá-la. Aqui se propõe a atribuição de juízos de valor, que, apesar de serem indefinidos, são aplicáveis às mudanças contextuais sob as quais o empreendedor está exposto. Esse tipo de mensuração da informação considera que o valor varia de acordo com o tempo e a perspectiva. Segundo esta perspectiva, o valor da informação pode ser classificado nos seguintes tipos (Cronin, 1990): • valor de uso: baseia-se na utilização final que se fará com a informação; • valor de troca: é aquele que o usuário está preparado para pagar e variará de acordo com as leis de oferta e demanda, podendo também ser denominado valor de mercado; • valor de propriedade: reflete o custo substitutivo de um bem; • valor de restrição: surge no caso de informação secreta ou de interesse comercial, quando o uso fica restrito apenas a algumas pessoas. Os sistemas de informação têm a função de melhorar o fluxo informacional da organização, filtrando a relevância de conteúdo para o processo decisório e a correta intervenção da realidade. Os sistemas de informação precisam ser estratégicos e contribuir para que o empreendedor possa alcançar seus objetivos e metas. Ele será visto de forma negativa se oferecer excessos e dados 5 10 15 20 25 30 7 EMPREENDEDORISMO Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 redundantes ou imprecisos. Para isso, a determinação de sua necessidade, e sua disseminação agregará valor para o processo empreendedor. Know-how Finalmente, o componente know-how, ou seja, conhecimento. No caso do empreendedorismo, considera-se know-how a habilidade de fazer convergir, no negócio proposto, o talento, a tecnologia, o capital e os sistemas de informação. Observe que os fatores críticos de sucesso para a empresa não são apresentados de forma sequencial, já que não caracterizam fases que necessitam ser concluídas de alguma forma para que se inicie a seguinte. 1.2 O processo empreendedor Feitas as devidas considerações sobre as componentes necessárias para a organização bem-sucedida, abaixo, sugerem-se as etapas para empreender, aqui relatadas em determinada sequência por uma questão de organização mental, entretanto, essa ordenação, não deve em hipótese alguma, ser considerada um pré-requisito de execução. 1) Identificar e avaliar uma oportunidade Observar a criação e abrangência da oportunidade, seus valores percebidos e reais, além de estabelecer a comparação da mesma em relação aos competidores. 2) Desenvolver o plano de negócios O plano de negócios não tem um formato rígido. Ele deve se adaptar à natureza do negócio. Talvez seja a fase mais trabalhosa, pois envolve vários conceitos que devem ser formalizados escrituralmente, de forma concisa e que reflita a essência da empresa e a estratégia do negócio a ser empreendido. Deve também 5 10 15 20 25 8 Unidade I Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 abranger informações dos concorrentes, o montante do investimento necessário, possibilidades de receita e crescimento. No capítulo 4, serão apresentados aspectos que envolvem a elaboração de um plano de negócios, dicas e alertas para o empreendedor. 3) Captação dos recursos necessários Para captar os recursos necessários, o empreendedor, em geral, se apoia no plano de negócios, a fim de compartilhar sua visão e torná-la passível de realização. Pode buscar fontes de financiamentos em bancos, com capitalistas de risco, com angels ou até mesmo com a família e amigos por meio de empréstimos pessoais. O paradigma de investimento no Brasil está passando por mudanças, já que os dividendos têm retornado de forma favorável, caracterizando-se como tendência para os empreendedores que estão surgindo. 4) gerenciamento da empresa ou projeto Gerenciar empresas e projetos tem seus desafios e aprendizados. A idealização do plano de negócios não contempla as dificuldades de execução do projeto, quando se coloca as ações em prática as dificuldades começam a aparecer. Por exemplo: surge um concorrente forte ou há escassez de fornecimento de insumos, etc. Neste ponto, deve-se valorizar a gestão empreendedora, que visará minimizar as dificuldades, priorizando os fatores críticos de sucesso para o empreendimento. Analisando os aspectos do processo empreendedor, pode-se concluir que quaisquer das fases apresentadas podem ocorrer aleatoriamente. Por exemplo, um amigo (angel) que queira fazer um investimento, o empreendedor começa suas buscas pela melhor oportunidade e só então cria o plano de negócios. Outro caso seria uma empresa já existente, portanto, a aplicação do gerenciamento é factual, que observa uma brecha de mercado 5 10 15 20 25 30 9 EMPREENDEDORISMO Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 como vantagem competitiva e desenvolve um plano de negócios para conseguir aporte de capital nos bancos para implantação da ideia etc. 2 DADOS HISTÓRICOS DO EMPREENDEDORISMO Aquele que assume riscos e começa algo novo dá a significância para a palavra “empreendedor”. No intuito de melhor compreender essa atitude, vamos analisar historicamente a aplicação desse termo (Hisrich, 1986). O uso do termo empreendedorismo pode ser atribuído a Marco Polo, que se esforçou para estabelecer uma nova rota comercial no Oriente. Ele negociou com pessoas de dinheiro para revender seus produtos. Desse ponto de vista, o investidor assume o que se chama de risco passivo, enquanto Marco Polo, no caso, assumiu um risco ativo, aventurando-se, correndo todos os riscos: físicos, emocionais e monetários. Na Idade Média, esse termo foi utilizado para aqueles que gerenciavam grandes projetos de produção. O indivíduo não assumia grandes riscos, seu trabalho se limitava a alocar os recursos disponibilizados pelo governo. No século XVII, aparecem os primeiros indícios da relação entre o empreendedorismo e o fato de assumir riscos. Nessa época, o empreendedor contraía um acordo contratual com o governo para fornecedor produtos e realizar serviços. Nesse tempo, os preços eram prefixados, incorrendo no lucro ou prejuízo apenas por parte do empreendedor. Já no século XVIII, o capitalista (aquele que fornecia o capital) e o empreendedor mereceram maior destaque por conta do início da industrialização que ocorria ao redor do mundo. Um dos exemplos mais famosos da época foram os investimentos feitos nas pesquisas do cientista e empresário Thomas Alva Edison: o financiamento de suas experiências resultaram na criação da lâmpada elétrica e em 5 10 15 20 25 30 10 Unidade I Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 outras 1000 patentes registradas, como a lâmpada incandescente, o cinescópio, o gramofone, o microfone, entre outras. No final do século XIX e XX, os gerentes e administradores foram frequentemente confundidos com os empreendedores, uma situação que ainda ocorre nos dias atuais, pois são vistos como aqueles que administram os interesses dos capitalistas. Há diferenças entre administradores e empreendedores que devem ser frisadas. Todo empreendedor, sem exceção, deve ser um bom administrador, contudo, o empreendedor deve apresentar características e atitudes que demonstrem as diferenças nas decisões de uma gestão tradicionalista. Veja o quadro abaixo para melhor visualização dessas diferenças: Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores (Hirisch, 1986). Temas Gerentes tradicionais Empreendedores Motivação principal Promoção e outras recompensas tradicionais da corporação, como secretária, status, poder etc. Independência, oportunidade para criar algo novo, ganhar dinheiro. Referência do tempo Curto prazo, gerenciamento de orçamentos semanais, mensais etc. Horizonte no planejamento anual. Sobreviver e atingir de cinco a dez anos de crescimento no negócio. Atividade Delega e supervisiona Envolve-se diretamente. Status Preocupa-se com o status e como é visto na empresa. Não se preocupa com o status. Como vê o risco Com cautela. Assume riscos calculados. Falhas e erros Tenta evitar erros e surpresas. Aprende com erros e falhas. Decisões Geralmente concorda com seus superiores. Segue seus sonhos para tomar decisões. A quem serve Aos outros (superiores). A si próprio e seus clientes. Histórico familiar Membros da família trabalham para grandes empresas Membros da família possuem pequenas empresas e já criaram algum negócio. Relacionamento com outras pessoas A hierarquia é a base do relacionamento. As transações e acordos são a base do relacionamento. 5 10 11 EMPREENDEDORISMO Revisão: Rosani – Diagramação: Marcos – 11/09/10 É interessante esclarecer mitos que giram em torno da figura do empreendedor, como segue: Mito 1: os empreendedores são “natos” e nascem para o sucesso. Enquanto alguns empreendedores nascem com essa habilidade espontânea, outros se aprimoram ao longo dos anos, acumulando experiências e habilidades relevantes. Portanto, empreendedorismo é um comportamento que pode ser aprendido. Mito 2: empreendedores são “jogadores” e correm riscos altíssimos. Na realidade, empreendedores correm riscos calculados, evitam riscos desnecessários e, se possível, compartilham riscos com outras pessoas. Mito 3: os empreendedores são “lobos solitários” e não conseguem trabalhar em grupo. A verdade é que os empreendedores são excelentes líderes, capazes de criar times e equipes, e desenvolvem ótimos relacionamentos com colegas, parceiros, clientes, fornecedores etc.

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